Outubro Rosa: campanha ‘Quanto Antes Melhor’ incentiva realização de exames preventivos

A recomendação da Sociedade Brasileira de Medicina (SBM) é de que mulheres comecem sua bateria de exames preventivos a partir dos 40 anos

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) iniciou a campanha “Quanto Antes Melhor” para incentivar mulheres a realizarem exames preventivos para a detecção precoce do câncer de mama. A campanha tem tudo a ver com o início do mês 'outubro rosa'.

Foto: Lordn/ShueterstockO câncer de mama ainda é o tipo que mais mata mulheres no Brasil e pode ser detectado com um simples exame, de forma precoce, o que aumenta chances de cura
O câncer de mama ainda é o tipo que mais mata mulheres no Brasil e pode ser detectado com um simples exame, de forma precoce, o que aumenta chances de cura. O mês de 'outrubo rosa' é assim denominado visando chamar atenção para a prevenção à doença

O movimento prega, ainda, a necessidade de inserir a prática de atividades físicas e alimentação saudável na rotina, estilo de vida que minimiza o surgimento da doença.

Com a pandemia, muitos exames preventivos realizados regularmente foram deixados de lado e, durante outubro, quando é realizado o conhecido Outubro Rosa, a expectativa é de que mais indivíduos compareçam às unidades de saúde, que registraram diminuição da presença de mulheres em 70% nesses locais.

“Mastologistas da SBM em todo o Brasil monitoraram essa movimentação [de queda] que, certamente, variou de região para região, porém em todo o território nacional houve queda na procura por exames preventivos e tratamento”, afirma Vilmar Marques, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, complementando que o contexto atual de pandemia exige atenção redobrada.

De acordo com dados do Painel Abramed, entre março e julho de 2020 houve uma redução de 63,4% no total de mamografias realizadas no Brasil quando comparado ao mesmo período de 2019.

A recomendação do Ministério da Saúde é que toda mulher com idade entre 50 e 69 anos realize o exame de prevenção a cada dois anos. A recomendação da SBM é de que mulheres comecem sua bateria de exames preventivos a partir dos 40 anos.

“Temos de uma vez por todas adotar o conceito de saúde preventiva. Muitas mulheres não fazem [os exames] com medo de achar algo, mas é importante entender que quem acha tem a chance de cuidar. E quanto mais cedo for, melhores serão as chances de cura”, diz o presidente da SBM.

Câncer de mama é o que mais mata mulheres no Brasil

O câncer de mama ainda é o tipo que mais mata mulheres no Brasil. Estima-se o surgimento de 66,3 mil novos casos e mais de 18 mil mortes por essa doença, segundo dados de 2021 divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca).

A interrupção de tratamentos também pode agravar o quadro, trazendo prejuízos por vezes irreversíveis. “Não queremos alarmar, mas sim, orientar a população. Compreendemos a nossa impotência diante da pandemia e do isolamento social que foi necessário em certo período.

Mas, agora, com o avanço da vacinação, é primordial que não só seja retomada a rotina de tratamento, como acelerada. Quanto antes retomar melhor”, alertou o mastologista.

Vale lembrar que, apesar do foco majoritário das campanhas sejam as mulheres, homens também podem desenvolver câncer de mama, pois a doença está relacionada a anormalidades nos lóbulos e ductos da mamas, também existem em homens.

“A mama masculina é um órgão pequeno; o câncer de mama em homens é bem mais raro, mas acontece”, explica Fabiana Makdissi, diretora do departamento de Mastologia do Hospital A.C.Camargo, reconhecido pelo tratamento desse tipo de câncer no Brasil.

A estimativa de mortes de homens por cancês de mama, ainda de acordo com o levantamento do Inca, é de 227.

Carreta da Mamografia em São Paulo; por que não em Teresina também?

Na capital paulista, a Carreta da Mamografia, parte da campanha “Mulheres Amigas”, promovida pela Organização Américas Amigas, visa incentivar exames preventivos e realiza o procedimento de forma gratuita em cidades brasileiras.

Até 7 de novembro, por exemplo, a instituição irá atender mulheres a partir de 40 anos de idade por meio de uma unidade móvel que irá percorrer inicialmente os municípios de Ferraz de Vasconcelos, Guarulhos, Mauá e São Paulo, incluindo as comunidades de Paraisópolis e Itaim Paulista.

Os exames oferecidos incluem: mamografia e complementos, ultrassom, além do encaminhamento para consulta com mastologista e biópsia, se houver necessidade. Para participar, mulheres devem realizar cadastro prévio pelo site da organização, que você pode acessar clicando aqui.

Foto: Ascom/PMTDr. Pessoa se reúne com os membros da equipe de gestão
Dr. Pessoa, na foto com equipe de gestão, nota-se dentre outras personalidades, o secretário da Educação Nouga Cardoso

Um exemplo que pode ser seguido pela Prefeitura de Teresina; Dr. Pessoa precisa  investir mais nas pessoas, neste caso as mulheres ficarão mais protegidas contra o câncer de mama.

Projeto nesse sentido já foi anunciado por meio de parceria entre a Fundação Maria Carvalho Santos e a Secretaria de Saúde do governo do Estado do Piauí, é necessário atualizar as informaçõe, visando dar conhecimento à populção acerca desse serviço essencial.

Nesta semana o JTNEWS irá procurar as autoridades competentes nessa área, tanto da Prefeitura de Teresina, como da Secretaria de Saúde do Estado (SESAPI), pois é fundamental que as mulheres do Piauí recebam informações, bem como a devida atenção dos poderes públicos acerca desse importante serviço de saúde [que é o combate ao câncer de mama].

Hábitos saudáveis podem reduzir mortalidade por câncer de mama em 13% e poupar mais de R$ 100 milhões do SUS

Montante poderia ser reinvestido na prevenção primária, como defendido durante cerimônia de abertura do Outubro Rosa 2021 no INCA.

Cerca de 13% dos casos de câncer de mama em 2020 no Brasil (aproximadamente, 8 mil ocorrências) poderiam ser evitados pela redução de fatores de risco relacionados ao estilo de vida, em especial, da inatividade física.  Isso quer dizer que quase 13% dos gastos federais do SUS em 2018 com o tratamento de câncer de mama (R$102 milhões) seriam poupados pela redução de fatores de risco comportamentais, mais uma vez com atenção especial à atividade física, que detém a maior fração (5%) dos casos de câncer de mama evitáveis pela adoção da prática.

Os dados foram divulgados na pesquisa Número de casos e gastos com câncer de mama no Brasil atribuíveis à alimentação inadequada, excesso de peso e inatividade física, elaborada pela Coordenação de Prevenção e Vigilância (Conprev) do INCA e apresentada durante webinar (seminário virtual) de abertura do Outubro Rosa deste ano, transmitido pela TV INCA e que contou com Renata Maciel, técnica da Conprev, como mestre de cerimônia.

O levantamento faz parte de um estudo mais amplo que estimou o impacto da má alimentação, do consumo de álcool, do excesso de peso, da inatividade física e do não aleitamento materno, em 2008, nos casos de câncer de 2020, e nos gastos do SUS, em 2018.

Entre os desafios para uma mudança de cenário está o fato de 28% das mulheres espalhadas por 20 países não perceberem a ausência de atividade física como um fator de risco para o câncer, segundo pesquisa de 2020 da União Internacional para o Controle do Câncer.

“É importante refletir que, à medida que a gente investe em ações de promoção de modos de vida mais saudáveis, o recurso que é gasto [no tratamento] poderia ser investido em ações de prevenção primária, ou até memo reinvestido em ações de diagnóstico e tratamento do câncer”, defendeu uma das autoras da pesquisa, a nutricionista Maria Eduarda Melo, da Conprev.

Em 2019, os gastos diretos do SUS atribuídos ao câncer de mama foram de R$ 848 milhões (22,8% dos gastos diretos com o tratamento oncológico de todos os tipos de câncer). Nas próximas duas décadas, o número de casos deve crescer 47% e os gastos federais terão acréscimo de 100%. Por isso, o diagnóstico da necessidade de investimentos na prevenção primária da doença.

Por outro lado, alguns avanços foram demonstrados. O número de mulheres, entre 50 e 69 anos, que nunca fizeram mamografia no País, caiu de 31,5%, em 2013, para 24,9%, em 2019, como divulgado na apresentação Rastreamento de câncer de mama no Brasil: resultados da nova Pesquisa Nacional de Saúde, ainda durante o webinar.

Entretanto, persistem as desigualdades regionais e de faixas de renda, filtrando o acesso das mulheres ao rastreamento na faixa etária indicada, segundo o chefe da Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede do INCA, Arn Migowski. “Nos últimos dois anos ou menos, 58,3% das mulheres tendo realizado exame [de mamografia], mas com uma variação regional importante, com resultados piores no Norte do Brasil [43,2%] e melhores resultados no Sudeste [65,2%]”.

A redução do número de mortes por cânceres mais incidentes, como os de mama e do colo do útero, é um dos compromissos do Brasil na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. O objetivo é reduzir as taxas de morte de câncer de mama de 30% para 16%. Mas as projeções apontam para a manutenção da taxa em 26%. Especificamente por região "existe uma expectativa de decréscimo na região Sudeste; no Sul, a gente tem uma estabilidade. A previsão [de mortalidade precoce] e que ela aumente nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte”, afirmou Migowiski.

O secretário de Atenção Primária à Saúde (Saps) do Ministério da Saúde, Raphael Câmara Medeiros Parente, disse que sua pasta planeja ações específicas para o Norte do País. Ele citou a Ilha de Marajó, no Pará, como uma região cujas mulheres receberão atenção especial para o controle do câncer de mama e do colo do útero.

A coordenadora de Prevenção e Vigilância do INCA, Liz Almeida, chamou atenção à necessidade de reflexão acerca da desigualdade no acesso de mulheres de regiões e faixas econômicas diferente à mamografia.

A diretora-geral do INCA, Ana Cristina Pinho, ressaltou a importância da rotina do autocuidado e apresentou as peças da campanha do Outubro Rosa deste ano que tem como mote “Eu cuido da minha saúde todos os dias. E você?”. A campanha é voltada para profissionais de saúde e a população em geral.
A chefe de Gabinete da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde do MS, Maria Inez Gadelha, informou que o ministério editou portaria destinando uma aporte de R$ 173 milhões a estados e municípios, ainda ano passado, para ações de “prevenção e detecção precoce no acesso ao diagnóstico do câncer” em meio aos desafios impostos pela pandemia do novo coronavírus.

O evento contou ainda com exibição de vídeo com o depoimento da ex-paciente do INCA Walkyria dos Reis Nadaz, revelando como os hábitos saudáveis têm ajudado em sua recuperação.

O seminário foi encerrado com o debate "Os Desafios do Cuidado com a Saúde: o que Podemos Fazer?", moderado pelo jornalista Pedro Guimarães, da Assessoria de imprensa do INCA. Os debatedores foram Marcelo Bello, mastologista e diretor do Hospital do Câncer III do INCA (unidade para tratamento do câncer de mama); Fábio Fortunato, representante da Conprev; Mônica de Assis, representante da Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede, e Dalila Tusset, coordenadora-geral de Promoção da Atividade Física e Ações Intersetoriais do Departamento de Promoção da Saúde da Saps do Ministperio da Saúde.

Fonte: JTNEWS com informações do Olhar Digital e do Inca.gov.br

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