PSOL questiona resolução sobre recusa de pacientes a tratamentos e intervenções
O partido afirma que a resolução do Conselho Federal de Medicina, que estabelece critérios e condições para o direito de recusa terapêutica, permite a imposição de tratamento forçado.O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) ajuizou Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 642) no Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que estabelece critérios e condicionantes para que o paciente exerça seu direito de recusa terapêutica.
Para a legenda, da forma como redigida, a norma permite a imposição de tratamento forçado aos pacientes, com especial impacto sobre grupos populacionais vulneráveis, como crianças, adolescentes, pessoas com deficiência e em sofrimento mental e idosos.
A Resolução CFM 2.232/2019 reconhece a recusa terapêutica como direito do paciente, mas condiciona seu exercício ao ato médico de informar as consequências do procedimento.
A norma assegura esse direito aos pacientes maiores de idade, capazes, lúcidos, orientados e conscientes no momento da decisão, mas apenas no caso de tratamentos eletivos (não urgentes). Também prevê a hipótese de acionar as autoridades competentes para assegurar o tratamento proposto e permite ao médico adotar todas as medidas necessárias para preservar a vida do paciente, independentemente da recusa terapêutica.
Para o PSOL, a resolução, ao restringir a recusa aos tratamentos eletivos, exclui outras situações em que as pessoas podem legitimamente recusar a intervenção médica em seus corpos.
O partido defende que, mesmo em caso de risco iminente de morte, a pessoa, caso esteja em condições de expressar sua vontade, pode se recusar a ser submetida a tratamento de saúde, e sua decisão deve ser soberana, em respeito a direitos fundamentais como dignidade, autonomia, integridade física e psíquica e vedação a tratamento forçado.
Assim, os parâmetros constitucionais e legais que apontam como regra a necessidade de consentimento informado devem ser afastados apenas em situação excepcionalíssima – o risco de morte iminente de alguém que não possa consentir nem tenha previamente expressado sua vontade.
O partido argumenta ainda que não está entre as atribuições do CFM a normatização de direitos de pacientes. “Na prática, a resolução dispõe sobre limites e condicionantes dos direitos dos pacientes, não sobre ética médica estritamente, o que extrapola seu âmbito de atuação”, assinala.
Ao pedir a concessão de medida cautelar e, no mérito, a declaração de incompatibilidade da resolução com a Constituição, a legenda pondera que a intervenção médica realizada sem consentimento pode ser tipificada como crime de constrangimento ilegal (artigo 146 do Código Penal). O relator é o ministro Edson Fachin.
Fonte: STF
Comentários
Últimas Notícias
-
Política
Lula fará reunião de emergência com ministros divididos sobre ação no Rio
-
Política
Prefeitura de Teresina solicita à Câmara autorização para operação de crédito de R$ 435 milhões
-
Segurança Pública
Moradores retiram cerca de 60 corpos em área de mata após operação no Rio
-
Segurança Pública
Homem de 43 anos morre carbonizado dentro de carro em Ipiranga do Piauí
-
Geral
Mototaxista fica gravemente ferido após acidente com carro na Avenida Miguel Rosa
Blogs e Colunas
Mais Lidas
-
Geral
“Minha atuação foi técnica e independente”, afirma advogada Ívilla Araújo após declarações de Sílvio Mendes
-
Geral
Operação Vice-Cônsul: advogados são transferidos para presídio em Altos
-
Geral
Empresário do agro pagou R$ 26 milhões para comprar sentença, suspeita PF
-
Segurança Pública
Jovem é morto a tiros na frente da filha de 3 anos na zona rural de Luís Correia
-
Política
Brasil e Indonésia firmam acordos; Lula confirma candidatura em 2026