Câmara dos Deputados aprova veto de Bolsonaro sob declaração mentirosa de Paulo Guedes

Parlamentares que defendem a derrubada do veto 17, dizem que Bolsonaro garantiu que iria atender profissionais do combate à COVID-19, e não somente veta, mas impõe guerra para manter sua decisão

Parlamentares que defenderam a derrubada do veto 17, principalmente ligados aos partidos como: PT, PC do B, PDT, PSB e PSOL, em discussão nesta tarde-noite (20/8) na Câmara dos Deputados, explicaram reiteradas vezes de que se fosse derrubado o veto, este não iria garantir nenhum aumento automático aos servidores dos estados e municípios, aliás seria apenas referente às promoções, progressões nas carreiras dos servidores de enfrentamento à COVID-19.

Foto: Reprodução TV CÂMARA/JTNEWSDeputado Ricardo Barros - líder do Governo
Deputado Ricardo Barros - líder do governo justificou o voto da base governista pela responsabilidade fiscal

O Senado Federal havia votado ontem (19/8) pela derrubada do veto, mas seria necessário que a Câmara também votasse no mesmo sentido para efetivar a decisão. Teve estados a exemplo do Piauí, que a bancada no Senado votou integralmente contra os trabalhadores da Saúde, da Segurança Pública e da Educação, isto é, votaram plenamente pela manutenção do veto de Bolsonaro, são eles: Ciro Nogueira (Progessistas), Elmano Ferrer (eleito pelo PTB) e Marcelo Castro (MDB).

Os parlamentares reafirmaram que o ministro Paulo Guedes, mente quando inventa um suposto "rombo" nas contas públicas, que, inclusive embasou o discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que o Brasil ficaria ingovernável se permitisse essa progressão a esses servidores, que já dispõem desses direitos em seus estados e municípios. 

Foto: Reprodução TV Câmara/JTNEWSFelipe Francischini - PSL/PR - filho de policial, mas justificou que não poderia deixar de votar com o governo
Felipe Francischini - PSL/PR - filho de policial, mas justificou que não poderia deixar de votar com o governo

Até deputado como Felipe Francischini [líder do PSL-PR] que apoia o governo, inclusive votando a favor do veto, ou seja, contra os profissionais da segurança pública, contestou Paulo Guedes sobre a falácia de mais de R$ 130 bilhões de rombo anunciado pelo ministro da Economia, caso o veto fosse derrubado.

A derrubada do veto garantiria que esses entes públicos [no exercício da autonomia que a Constituição da República lhes garante, por meio do Pacto Federativo], permitissem aos servidores que estão no enfrentamento da pandemia (COVID-19), a partir de suas realidades financeiras a garantir o mínimo a esses profissionais, como os da Saúde, Educação e Segurança Pública [policiais penais, civis, bombeiros e militares], ressaltando que não se trata de aumento salarial, trata-se de progressão na carreira já prevista nos planos desses profissionais, e na maioria já faz parte do orçamento dos estados e dos municípios.

Foto: Reprodução TV Câmara/JTNEWSAlessandro Molon - líder do PSB diz que essa lei é inconstitucional porque fere o pacto federativo
Alessandro Molon - líder do PSB diz que essa lei é inconstitucional porque fere o pacto federativo

Esses argumentos foram usados pela maioria dos deputados federais [que representaram 165] votos contra as mentiras de Paulo Guedes, que optaram pela derrubada do veto do presidente Bolsonaro, que é plenamente contrário aos profissionais que dedicam suas vidas ao enfrentamento à COVID-19 possam receber promoções, progressões ou quinquênios até o ano de 2022.

Foto: Tânia Rêgo/Agência BrasilO ministro da Economia, Paulos Guedes.
O ministro da Economia, Paulo Guedes que mentiu sobre rombo fiscal se a Câmara derrubasse o veto de Bolsonaro

Dentre os parlamentares que se contraporam ao discurso falacioso do governo federal [de que se permitisse o cumprimento dos planos de carreiras de servidores estaduais e municipais, ou seja, derrubando o veto tornaria ingovernável o Brasil], o que chamou mais atenção foi o do Subtenente Gonzaga (PDT-MG), porque em determinadas questões ele tem votado com o governo federal, o parlamentar mineiro provou estar ao lado dos profissionais que enfrentam diretamente a pandemia, em especial  os da segurança pública, ele assim manifestou:

"o governo por meio do ministro Paulo Guedes fala de um rombo de 132 bilhões de reais se esse veto for derrubado; [...] a narrativa do minsitro é falsa... esses profisisionais da segurança pública, da educação e da saúde não podem trabalhar em home office, então tem que estarem diretamente nas ruas no enfrentamento da pandemia. Então essa narrativa do governo, por meio de Paulo Guedes é falsa, mentirosa e deve ser corrigida, os policiais e os demais servidores não estão pedindo aumento, não estão pedindo nenhuma bonança de reajuste salarial.

Foto: Câmara dos DeputadosDeputado Subtenente Gonzaga defendeu com maestria a derrubada do veto
Deputado Subtenente Gonzaga defendeu com maestria a derrubada do veto

Portanto, não tem pressão para reajuste salarial neste momento, o que os trabalhadores da saúde, da segurança e da educação estão reivindicando é que não se cometa uma injustiça de congelar seus direitos de progressão no tempo, porque será um prejuízo que vai perdurar na carreira dessas pessoas", discursou o deputado Subtenente Gonzaga de Minas Gerais.

Causou surpresa para quem é da segurança pública os votos dos deputados federais, Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM) e de Léo Moraes (Podemos-RO) que votaram contra os clamores dos profissionais da Segurança Pública, ambos têm desenvolvido ações importantes em defesa da área e, em especial em defesa da novel instituição Policial Penal, inclusive o Capitão-Alberto Neto que é autor do Projeto de Lei Nº 3408/20 de Regulamentação da Polícia Penal.

Fonte: JTNEWS

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