Aumento em mortes na Inglaterra pode indicar casos não diagnosticados de COVID-19

Os números do ONS mostraram que houve 46.380 mortes acima do esperado entre 7 de março e 1º de maio

Um aumento no número de mortes na Inglaterra e no País de Gales nos últimos meses, que não foram vinculadas à COVID-19, pode indicar que casos não diagnosticados estão matando mais pessoas do que se pensava, mostraram dados do Instituto Nacional de Estatísticas Britânico (ONS, em inglês) nesta sexta-feira (5).

Foto: Silvio AVILA/AFPCoronavírus: em São Luís, 161 das 267 enfermarias estão lotadas

O Reino Unido tem o segundo maior número de mortes por COVID-19 no mundo depois dos Estados Unidos, com mais de 50 mil pessoas morrendo após casos confirmados ou suspeitos da doença, de acordo com contagem da Reuters a partir de fontes oficiais de dados.

Os números do ONS mostraram que houve 46.380 mortes acima do esperado entre 7 de março e 1º de maio e que pouco mais de um quarto delas - 12.900 - não envolveram oficialmente o novo Coronavírus.

No entanto, em uma análise, o ONS informou que casos não diagnosticados da doença poderiam explicar as mortes além do esperado, especialmente entre a população idosa.

"A COVID-19 não diagnosticada é uma explicação provável para algumas mortes em excesso não relacionadas à doença, observadas nesse cenário devido ao aumento da vulnerabilidade dessa população", afirmou o instituto.

Aposentados e pessoas em casas de repouso têm sido particularmente vulneráveis ​​à doença, e o governo do primeiro-ministro Boris Johnson foi criticado por não proteger adequadamente esse setor.

Richard Murray, diretor executivo da instituição de caridade do King's Fund, disse que os números mostram que a assistência social, ou a assistência fora do ambiente hospitalar, deve ser levada tão a sério quanto o Serviço Nacional de Saúde.

"Essa análise confirma que o número real de mortes por COVID-19 é significativamente maior do que os números relatados até agora, com a maioria das mortes remanescentes provavelmente ligadas à COVID-19 não diagnosticada", afirmou Murray em comunicado.

Paralelamente, um estudo sobre a prevalência da doença na Inglaterra mostrou mais evidências de taxas de infecção em declínio no país.

Os dados do ONS revelaram que, em qualquer momento entre 17 e 30 de maio, uma média estimada de 0,10% da população estava com COVID-19, o que equivale a cerca de 53 mil pessoas.

O número se compara às 136 mil pessoas que foram estimadas como infectadas no início de maio.

A estimativa desta sexta-feira foi baseada em testes em 19.723 pessoas, em 9.094 domicílios.

Fonte: Agência Brasil

Comentários