Palestra destaca os impactos do álcool e outras drogas na amamentação

Convidada pelo Departamento de Entidades de Apoio e Acolhimento Atuantes em Álcool e Drogas, do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (Depad/MDS), a enfermeira pediátrica e neonatologista, Graziela de Melo Mantovaneli, palestrou um encontro acolhedor e informativo com mulheres acolhidas e profissionais das comunidades terapêuticas de todo o Brasil. O tema central foi urgente e sensível: os efeitos do uso de álcool e outras drogas na amamentação e na saúde materno-infantil.

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Amamentar é acolher, nutrir e transformar

Com o título “Amamentar é acolher, nutrir e transformar”, a palestra realizada no dia 26 de agosto e teve como propósito promover o cuidado integral à mulher, oferecendo informações técnicas, seguras e acessíveis sobre os riscos associados ao consumo de álcool e outras drogas durante a gestação e o período de amamentação. Graziela, que é consultora em amamentação e tutora em Aleitamento Materno e Alimentação Complementar pelo Ministério da Saúde desde 2014, compartilhou sua experiência e conhecimento com empatia e profundidade.

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A enfermeira pediátrica e neonatologista Graziela de Melo Mantovaneli palestra sobre saúde materno-infantil, ao lado do diretor Sâmio Falcão

Atuação do Governo Federal

O Departamento de Entidades de Apoio e Acolhimento Atuantes em Álcool e Drogas (Depad), vinculado à Secretaria-Executiva do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), é o responsável por fomentar o trabalho das comunidades terapêuticas em todo Brasil. Por meio de credenciamento público, o MDS financia mais de 10 mil vagas no país, dando prioridade de contratação às entidades que fazem o acolhimento de mães nutrizes (com bebês de até 12 meses) e mulheres. Essa prioridade mostra a preocupação do Governo Federal com esse público.

Síndrome Alcoólica Fetal (SAF): uma realidade prevenível

Um dos pontos centrais da apresentação foi a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), condição irreversível causada pela exposição do feto ao álcool durante a gestação. Graziela alertou que não existe dose segura de álcool nesse período e destacou os danos neurológicos, cognitivos e físicos que podem afetar o bebê, como microcefalia, malformações cardíacas e atraso no desenvolvimento.

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A enfermeira pediátrica e neonatologista Graziela de Melo Mantovaneli conduz palestra sobre saúde materno-infantil durante o encontro

Outras drogas e amamentação: riscos graves e recomendações

A palestra também abordou os efeitos da cocaína e do crack, substâncias que passam para o leite materno e podem causar intoxicação grave no bebê. Graziela explicou que a amamentação deve ser suspensa imediatamente em casos de uso ativo e só pode ser retomada com abstinência comprovada e avaliação médica. A exposição precoce pode levar a convulsões, distúrbios de sono, problemas de aprendizagem e riscos cardiovasculares.

Amamentar é um ato de amor e proteção

Além dos alertas, Graziela reforçou os benefícios da amamentação para mãe e bebê. Para a mulher, amamentar reduz o risco de depressão e contribui para o bem-estar físico e mental, auxiliando no processo de abstinência, fortalece o vínculo com o filho e protege contra diversas doenças. Para o bebê, o leite materno é alimento completo, fortalece o sistema imunológico, previne doenças e contribui para o desenvolvimento físico e intelectual.

Comunidades terapêuticas como espaços de reconstrução

A palestra destacou o papel fundamental das Comunidades Terapêuticas (CT) como locais de acolhimento, cuidado e reconstrução. Graziela incentivou os profissionais a escutarem, acolherem e oferecerem apoio psicológico e médico às nutrizes, encaminhando-as para as unidades de saúde, de modo que a amamentação seja planejada com segurança. 

Uma das perguntas enviadas pelos participantes foi sobre a importância de haver, dentro das comunidades terapêuticas, um espaço dedicado à amamentação. Graziela reforçou que sim, é fundamental que exista um local seguro e acolhedor para que as nutrizes possam amamentar seus bebês. Embora elas sejam livres para amamentar onde se sentirem confortáveis, saber que há um ambiente preparado e respeitoso fortalece a prática do aleitamento materno, promove o vínculo mãe-bebê e demonstra o compromisso da instituição com o cuidado à mulher e à criança.

Informação que transforma vidas

Com base em fontes científicas e diretrizes de instituições como o Ministério da Saúde, a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Organização Mundial da Saúde (OMS), Graziela encerrou o encontro com uma mensagem de esperança:

“Toda mulher merece apoio para cuidar de si e do seu bebê. Juntos, podemos proteger vidas e fortalecer vínculos.”

Encerramento leve e inspirador

Após o intervalo, em um clima de acolhimento e confiança, Graziela respondeu com segurança e sensibilidade a todas as perguntas enviadas pelos participantes via chat, mediadas pelo Diretor do Depad/MDS, Dr. Sâmio Falcão Mendes e pelo moderador do evento. 

Para encerrar o encontro, foi sorteado um livro sobre amamentação que a própria enfermeira teve a oportunidade de ilustrar e aquarelar. O exemplar foi enviado pelos Correios à comunidade terapêutica contemplada no sorteio eletrônico.
A manhã terminou com sorrisos, apresentações e esperança, visto que os microfones foram abertos e todos se apresentaram.

A enfermeira agradeceu ao Depad/MDS a oportunidade falar sobre a amamentação para as mulheres e profissionais das Comunidades Terapêuticas de todo o Brasil e reafirmou que com informação, cuidado e apoio, é possível transformar histórias e proteger vidas.

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Graziela de Melo Mantovaneli

Por Graziela de Melo Mantovaneli, enfermeira e tutora em Aleitamento Materno e Alimentação Complementar pelo Ministério da Saúde.