Jamil Leite

Especialista em fisiologia e prescrição do exercício clínico, Bacharel e Licenciado em Educação Física, Personal trainer e Professor de ginástica laboral
Especialista em fisiologia e prescrição do exercício clínico, Bacharel e Licenciado em Educação Física, Personal trainer e Professor de ginástica laboral

Vigorexia: como você se vê no espelho?

Relação entre corpo e estética de forma exagerada acaba levando à vigorexia

A vigorexia, também denominada de transtorno dismórfico muscular, é um distúrbio que leva o portador a perceber  uma autoimagem diferente da imagem real. Autoimagem diferente da imagem real? – Sim, meus caros leitores, apesar de ainda não estar classificada no código internacional de doenças (CID) e do Manual de diagnóstico de transtornos mentais (DSM), os indivíduos são diagnosticados com vigorexia através da percepção dos seus atos – como, por exemplo, ao se verem no espelho com um corpo totalmente diferente do seu corpo real, ou seja, são pessoas que apresentam estrutura muscular forte e definida, mas no espelho se vêem fracos, magros ou franzinos.

O overtraining está mais relacionado ao excesso de treinamento e ocorre quando o exercício é intenso ou extenso demais, e o descanso costuma ser inadequado entre uma sessão e outra ou devido a uma dieta pobre em nutrientes que auxiliariam na recuperação muscular ou a outros aspectos da rotina diária. Já a vigorexia é um tipo de transtorno psicológico, no qual o indivíduo tem a percepção da própria imagem corporal alterada e, dessa forma, busca incessantemente o ganho de massa muscular.Com base na minha experiência como educador físico e personal trainer , afirmo desde já que apesar de ser comum  o excesso de treino no overtraining, esse fato e a vigorexia  são questões  diferentes.

 A partir da identificação pelo treinador pessoal do aluno e caracterizada pela persistência do último em realizar seu treino na academia em seguir dieta de forma exagerada, mesmo tendo alcançado seus objetivos corporais, afirma-se que esse é o momento para o tratamento.

Além de provocar a autoimagem distorcida em não atletas do fisiculturismo, a vigorexia também está inserida nos palcos do esporte, sendo bem desapercebida nesse meio, segundo a fisiculturista e treinadora Julianne Ferreira. Ela salienta dois fatores para que isso aconteça: a rotina de um atleta (dieta restrita, pouco tempo de descanso durante os treinos e cardios intensos), como também o fato do mesmo serem forçados a estar sempre com um padrão de corpo cujos padrões se encaixem nos rígidos critérios  da competição. “A luz vermelha da vigorexia acende quando o atleta fora do período de competição quer manter esse padrão de corpo e de rotina” , diz Julianne.

Conclui-se, portanto, que a vigorexia deve ser mais discutida nas academias e no fisiculturismo. Para isso, os treinadores têm papel fundamental em observar e esclarecer esse transtorno.

Além disso, afirma-se que a vigorexia deve ser tratada com a presença de uma equipe multidisciplinar (educador físico, médico, psicoterapeuta e nutricionista).

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