Papa Francisco cita incêndios na Amazônia em discurso na assembleia da ONU

O papa considerou como perigosa situação da Amazônia e das populações indígenas que vivem nessa área

Em um discurso na 75ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nessa sexta-feira (25), o papa Francisco citou a situação dos incêndios na região da Amazônia, para falar sobre a crise ambiental no planeta. Para o líder do Vaticano e da Igreja Católica, a questão está diretamente ligada a uma crise social que atinge vários países do mundo.

Foto: Reuters/Vatican MediaPapa Francisco
Papa Francisco

O papa considerou como perigosa situação da Amazônia e das populações indígenas que vivem nessa área.

Assim como outros chefes de estado, tal como o presidente Jair Bolsonaro, Francisco enviou à ONU um vídeo com o pronunciamento. Em pouco mais de 26 minutos, o papa fez duras críticas ao sistema econômico mundial, traçando um paralelo com a crise causada pela pandemia de COVID-19.

O pontífice lembrou que a crise econômica gerou uma avalanche de desempregados em todo o mundo. Para Francisco, este é o momento de se revisar as prioridades econômicas globais. Nesse sentido, ele fez um apelo aos donos das empresas farmacêuticas, que estão estudando vacinas e tratamentos para a COVID-19. “Se tiver que privilegiar alguém, que seja o mais pobre”, afirmou.

Mais uma vez, Francisco voltou a pedir a redução ou extinção da dívida externa dos países mais pobres. O papa também falou sobre a situação de crianças vítimas de crimes como pedofilia, trabalho escravo e sem acesso à saúde e educação.

“Imploro, pois, às autoridades civis que prestem especial atenção às crianças a quem lhes são negados seus direitos e dignidade fundamentais, em especial seu direito à vida e à educação. Não posso evitar de recordar o apelo da jovem valente Malala Yousafzai, que há cinco anos, na Assembleia Geral, nos recordou que “uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo”, afirmou Francisco.

No fim do pronunciamento, Francisco retomou outro tema recorrente nos discursos papais: o fim da cultura bélica ao redor do mundo. Para o papa, o constante desenvolvimento de tecnologias mais refinadas e letais só serve para alimentar um clima de desconfiança entre as pessoas e as nações.

O papa ainda pontuou que é papel da ONU atuar para que a humanidade possa progredir. “A pandemia nos mostrou que não podemos viver sem o outro, ou pior ainda, um contra o outro. As Nações Unidas foram criadas para unir as nações, aproximá-las, como uma ponte entre os povos; usemo-lo para transformar o desafio que enfrentamos em uma oportunidade para construir juntos, uma vez mais, o futuro que queremos”, afirmou.

Fonte: Poder360

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