Moro questiona juiz de garantias em comarcas com apenas um magistrado
“Aceito críticas fundamentadas, mas há muita gente falando abobrinha”, respondeu o presidente da república Jair Bolsonaro ao falar de críticas sobre o Pacote AnticrimeO ministro de Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, questionou quem desempenhará a função de juiz de garantia nas comarcas (divisão territorial de 1ª instância) que tiverem apenas um juiz. A Lei nº 13.964/2019 sugere um rodízio de magistrados para atender a necessidade. “Para mim é um mistério o que esse ‘rodízio’ significa. Tenho dúvidas se alguém sabe a resposta”, queixou-se Moro nesaa sexta-feira (27) no seu Twitter.
Leio na lei de criação do juiz de garantias que,nas comarcas com um juiz apenas (40 por cento do total),será feito um "rodízio de magistrados" para resolver a necessidade de outro juiz.Para mim é um mistério o que esse "rodízio" significa.Tenho dúvidas se alguém sabe a resposta.
— Sergio Moro (@SF_Moro) December 27, 2019
O juiz de garantias é um elemento inserido no pacote anticrime pelo Congresso e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro –apesar da sugestão de Moro pelo veto do dispositivo. Pela lei, as investigações passam a ter dois magistrados, sendo um exclusivo para assegurar a legalidade do processo e o cumprimento dos direitos individuais.

O ministro da Justiça afirmou em seu tweet que 40% das comarcas tem apenas um juiz e estariam sujeitas à rodízio. O dado havia sido apontado pelo presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Fábio da Nóbrega. Ele ressaltou também que o texto não detalha o marco temporal da lei (se terá efeito retroativo ou apenas em casos futuros), nem questões orçamentárias e estruturais necessárias à implementação do juiz de garantias.
Outro ponto levantado por Nóbrega é o desempenho da função em tribunais superiores. “Tudo isso gera uma insegurança jurídica e dificulta o enfrentamento judicial de crimes de alta complexidade”, afirmou.
A Associação de Magistrados do Brasil (AMB) afirmou que irá recorrer à Suprema Corte contra a criação do juiz de garantias. A organização afirma que “os magistrados já atuam de forma a controlar a legalidade do procedimento inquisitivo e salvaguardar os direitos e garantias fundamentais.” Eis a íntegra da nota pública divulgada pela AMB na quarta-feira (25).
Bolsonaro já havia reagido às críticas pela manutenção do dispositivo no pacote anticrime. “Aceito críticas fundamentadas, mas há muita gente falando abobrinha”, reclamou o presidente na live do último dia 26. “Eu não posso ser escravo de todo mundo. Muita gente defende o juiz de garantias”, acrescentou.
O chefe do Executivo também elogiou o desempenho de Moro e citou uma possível candidatura do ministro: “Se Moro vier, que seja feliz, não tem problema. Vai estar em boas mãos o Brasil”, afirmou Bolsonaro. “O que não pode é fazer joguinho de fogo amigo para entregar o país para a esquerda.”
Fonte: Poder360
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