Governo investiga "Dia do Fogo" em Altamira, no Pará

Se sabe que “mais de 70 pessoas”, “entre sindicalistas, produtores rurais, comerciantes e grileiros”, combinaram pelo WhatsApp de atear fogo às margens da BR-163.

Em Altamira, no Pará, município que lidera o número de incêndios e desmatamentos no Brasil, o Distrito de Cachoeira da Serra, um dos polos agrícolas mais disputados pelos agricultores, ainda repercute a maior queimada da história do Pará, que aconteceu no dia 10 de agosto, essa data vai ficar lembrada por aqui como o “Dia do Fogo”. 

Essas queimadas levantam suspeitas sobre produtores, grileiros e até sobre o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).

Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros de RondôniaReportagem diz que fogo teria aumentado de forma repentina em 10 de agosto
Fogo teria aumentado de forma repentina em 10 de agosto

Já havia uma investigação do Ministério Público em andamento desde a data do fato relato. O pedido do governo federal, porém, aconteceu só nesse domingo (25), quando foi publicada uma matéria no Globo rural mencionando também uma suspeita sobre o ICMBio.

A reportagem afirma que “mais de 70 pessoas”, “entre sindicalistas, produtores rurais, comerciantes e grileiros”, combinaram pelo WhatsApp de atear fogo às margens da BR-163.

A ideia seria mostrar ao presidente Jair Bolsonaro que apoiavam suas políticas de afrouxamento da fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A Polícia Civil apurava esta suspeita a pedido do Ministério Público de Novo Progresso.

O ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) disse na tarde desse domingo (25), em sua conta no Twitter, que a pedido do presidente Jair Bolsonaro a Polícia Federal (PF) vai apurar esse suposto “Dia do Fogo”.

Foto: Divulgação Twitter Moro.

Só que a mesma reportagem também mostra uma pecuarista identificada como Nair Brizola acusando os incendiários de serem do ICMBio. Este órgão teve corte de recursos na atual gestão, o que vai de encontro às declarações do presidente. Ele tem repetido que grupos insatisfeitos com o fim da verba repassada pelo governo podem ter “potencializado” as queimadas, mas sem mostrar provas.

A matéria ainda inclui um outro relato, de que uma área de mata foi queimada, sendo que o “fogo foi colocado estrategicamente circundando a floresta, bem no horário em que o vento carrega as chamas para o interior dela”.

No momento em que a equipe de reportagem do globo rural estava lá, um tratorista teria passado uma grade no entorno do terreno, preparando para o plantio de grãos.

Questionado sobre quem teria incendiado o local, ele diz que o fogo “veio do outro lado”, onde, diz a reportagem, não havia fogo nenhum.

A abertura da investigação a pedido de Bolsonaro também foi confirmada pelo ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente). Ele confirmou o contato do presidente pelo Twitter e, afirmou que saberá de mais detalhes da apuração nesta segunda-feira (26). Disse ainda que os culpados serão punidos, se identificados.

“Vamos apurar a partir desses fatos. Sem indicar culpados antes de ter provas. Seguir o caminho correto de investigação, e quem for o culpado, se conseguirmos identificar, será punido não importa quem seja.” disse Ricardo Salles.

O ICMBio ainda não se manifestou sobre o fato.

Fonte: JTNews com informações do site Poder360 e Globo Rural

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