Bolsonaro, primeiro deixa a mata pegar fogo; só após pressões toma medidas de contenção

Jair Bolsonaro, que primeiro deixou a mata pegar fogo, para, só depois tomar medidas de proteção à Amazônia. É lamentável

Organizações não governamentais (ONGs) realizaram hoje (23), em várias cidades brasileiras, atos em defesa da Amazônia. Segundo o Greenpeace, uma das organizações que promovem os protestos, também estão previstas mobilizações para o fim de semana.

Brasília registra um dos grandes protestos que ocorreram Brasil a fora nessa sexta-feira (23)

Na capital federal, o protesto reuniu ativistas, estudantes e ambientalistas. O ato começou em frente ao Ministério do Meio Ambiente, onde houve projeção de frases com pedido de socorro à floresta e imagens de incêndios e queimadas.

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência BrasilAto em defesa da Amazônia Brasília
Ato em defesa da Amazônia em Brasília

Durante a manifestação, a principal via da Esplanada dos Ministérios teve cinco de suas seis faixas bloqueadas. Para diminuir o impacto no trânsito da capital federal, servidores públicos foram dispensados do trabalho por volta das 16h.

São Paulo

O protesto contra as queimadas na Floresta Amazônica começou por volta das 18h no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. Por volta das 19h, as oito faixas de rolamento da avenida estavam tomadas pelos manifestantes.

Parte das pessoas presentes usava máscaras cirúrgicas em referência à poluição causada pelas queimadas. Nos cartazes que carregavam, havia o pedido de socorro pela floresta: “SOS Amazônia”, “Salvem o Futuro”, e “Pray for Amazônia” [Ore pela Amazônia], eram alguns dos dizeres nas faixas.

Rio de Janeiro 

No Rio de Janeiro, a mobilização teve início às 17h na Praça da Cinelância, no centro da cidade. Alguns manifestantes pintaram os rostos lembrando os povos indígenas da floresta amazônica. Cartazes cobravam mais fiscalização ambiental. Havia ainda imagens em homenagem ao seringueiro e ambientalista acriano Chico Mendes, assassinado em 1988.

Após pressões de fora e de dentro, Presidente anuncia combate a incêndios

Houve ainda um minuto de silêncio e espaço para grupos indígenas entoarem músicas acompanhadas de instrumentos de sopro. Por volta de 18h45, os manifestantes saíram em marcha até as proximidades do edifício do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de onde retornaram à Cinelândia para o encerramento do ato.

Foto: Carolina Antunes/Presidência da RepúblicaBolsonaro fala em cadeia nacional
Bolsonaro fala em cadeia nacional

No fim da tarde de hoje, o presidente Jair Bolsonaro assinou decreto que autoriza o emprego das Forças Armadas para ajudar no combate aos incêndios na Floresta Amazônica. O decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) vale para áreas de fronteira, terras indígenas, em unidades federais de conservação ambiental e outras áreas da Amazônia Legal.

Bolsonaro autoriza uso das Forças Armadas contra incêndios na Amazônia

O presidente Jair Bolsonaro assinou, na tarde desta sexta-feira (23), decreto que autoriza o emprego das Forças Armadas para ajudar no combate aos incêndios na Floresta Amazônica. O decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) vale para áreas de fronteira, terras indígenas, em unidades federais de conservação ambiental e outras áreas da Amazônia Legal.

Segundo o texto, que já foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União, o emprego dos militares será autorizado apenas mediante requerimento do governador de cada estado da região. A Amazônia Legal é um território que abrange a totalidade dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, de Rondônia, Roraima e parte dos estados de Mato Grosso, do Tocantins e do Maranhão.

De acordo com o decreto, o período de emprego das Forças Armadas no combate aos incêndios vai deste sábado (24) a 24 de setembro. Estão previstas ações preventivas e repressivas contra delitos ambientais e levantamento e combate de focos de incêndio. Conforme o texto, as operações deverão ocorrer em articulação com os órgãos de segurança pública e órgãos e entidades de proteção ambiental. 

O governador de Roraima, Antonio Denarium, que chegou a participar da reunião ministerial que definiu o uso das Forças Armadas, disse a jornalistas, no Palácio do Planalto, que já assinou o pedido para que militares combatam incêndios no estado.

Denarium afirmou que, hoje, os estados da região  não têm condições de combater sozinhos os incêndios florestais. "Por isso, estamos solicitando ajuda do governo federal, para que, em parceria com o estado, com o Corpo de Bombeiros Militar e o Corpo de Bombeiros Civil, fazer o combate aos incêndios que estão em toda a Região Norte." Ele disse que outros governadores da região também deverão solicitar o apoio. Uma reunião entre governadores da região e o presidente da República está prevista para a próxima terça-feira (27), em Brasília, informou Denarium. 

O governo não informou o número de militares que poderão ser empregados nas ações de combate aos incêndios. Pelo decreto, caberá ao ministro da Defesa, Fernando Azevedo, definir a "alocação dos meios disponíveis e os comandos que serão responsáveis pela operação".

Jair Bolsonaro, que primeiro deixou a mata pegar fogo, para, só depois tomar medidas de proteção à Amazônia

O presidente da República, Jair Bolsonaro fez pronunciamento nesta sexta-feira a noite (23) em cadeia de rádio e televisão, e anunciou mdidas, inclusive liberação recursos financeiros para preservar a Amazônia.

Foto: Bruno Kelly/ReutersBolsonaro primeiro deixa a mata pegar fogo, depois tenta apagar
Bolsonaro primeiro deixa a mata pegar fogo, depois tenta apagar

Pressionado por Estados estrangeiros, como França, Alemanha, Inglaterra, Noruega [que, inclusive, já congelou repasses para o Fundo da Amazônia], dentre outros, o presidente Bolsonaro, mudou radicalmente de postura, e, demonstrou, agora, que pretende defender a Amazônia contra os violadorers da lei ambiental, bem como acena, que, pode determinar o uso da força para coibir o desmatamento criminoso.

Jamais o presidente Bolsonaro, havia demonstrado qualquer intenção de preservar a Amazônia, ao contrário, declarou antes que não iria determinar aplicação de multas ou outras medidas legais contra os que fossem flagrados em condições de práticas ilegais na Amazônia brasileira.

Entretanto, hoje, ante as pressões internacionais, e, as nacionais, o presidente Bolsonaro, tenta amenizar a situação lança algumas medidas que, se efetivamente forem cumpridas poderão surtir eleitos maneizadores das ilegalidades na Amazônia nacional.

Foto: JTNews/Jacinto TelesSílvio Barbosa
Sílvio Barbosa, doutor em comunicação

Para o professor universitário, Silvio Barbosa [colunista do JT News], que é Phd em Jornalismo e recentemente escreveu aqui sobre a Amazônia, "Se não houver políticas claras de defesa do meio ambiente na Amazônia, com a exploração econômica baseada na sustentabilidade, nosso país enfrentará o risco de boicotes e embargos econômicos dos mais importantes parceiros comerciais, países industrializados que mantém uma visão romantizada e idílica da floresta, declarou o pesquisador, como se tivesse vendo tudo antecipadamente ao que ocorre nesta semana. E disse mais:

"Liberar a região ainda mais para as multinacionais da mineração irá enriquecê-las mas enfraquecer a imagem de nosso país num momento em que o mundo se reeduca para as questões da sustentabilidade, ou seja, da produção que afeta o mínimo possível o meio ambiente, beneficiando, portanto, os moradores dessa casa comum, que é o planeta Terra. [...]

Que o governo abra os olhos: proteger a Amazônia da exploração predatória é o melhor para a imagem do país e de uma economia fragilizada por tantos anos de recessão.

Enfim, é urgente que o governo brasileiro trate a Amazônia com o valor que lhe é peculiar e a responsabilidade que falta, sobretudo a esse ministro do Meio Ambiente, Ricardo Sales sobre essa importante pauta nacional e internacional.

Essa é a opinião do JT News, salvo melhor juízo.

Fonte: JT News, com informações da Agência de Notícias da EBC

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