Governo desiste de fracionar novas parcelas do auxílio emergencial

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, anunciou um novo calendário de pagamentos, que substituirá o divulgado anteriormente

O governo desistiu de fracionar o pagamento da 4ª e da 5ª parcela do auxílio emergencial de R$ 600 (R$ 1.200 para mães solteiras). O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, anunciou um novo calendário de pagamentos, que substituirá o divulgado anteriormente. Em alguns casos, o saque do benefício depositado na conta poupança digital foi antecipado.

Foto: Marcello Casal Jr/Agência BrasilDe acordo com apresentação feita por técnicos do BC em Brasília, o risco de superendividamento é maior quando o mutuário acumula mais de uma modalidade de crédito

Leia aqui o arquivo com o cronograma de todas as parcelas do auxílio emergencial. Leia aqui a íntegra da nota distribuída pelo presidente do banco.

“São 65 milhões de pessoas recebendo. Por causa da pandemia e do pagamento digital, realizar 2 pagamentos num mês seria uma coisa que vimos que ia gerar muita confusão. Se a gente realizasse 2 pagamentos por mês seriam 60 milhões de pagamentos. Do ponto de vista operacional, respeitando a questão da pandemia, é muito mais simples, direto e evita confusão, houve consenso dentro do governo de pagar duas parcelas de R$ 600”, explicou Guimarães.

Até esta sexta-feira (17), a Caixa já havia pagado R$ 121 bilhões para 65,2 milhões de beneficiários do auxílio, destinado às pessoas de baixa renda e trabalhadores que tiveram a renda comprometida pela pandemia da COVID-19.

Os 19,2 milhões de inscritos no Bolsa Família receberão a 4ª parcela em dinheiro a partir da próxima segunda-feira (20) até o dia 31, conforme o último dígito do NIS (Número de Inscrição Social). A 5ª parcela será paga a esse contingente de 18 a 31 de agosto. As agências abrirão aos fins de semana para os beneficiários do Bolsa Família.

O pagamento para os beneficiários restantes –10,5 milhões inscritos no CadÚnico (Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal) e 35,5 milhões de trabalhadores informais que se cadastraram no site e no aplicativo da Caixa – será dividido em quatro ciclos, que respeitarão um espaço de 30 dias entre o recebimento de uma parcela e de outra.

Como nas últimas parcelas, o dia de depósito na poupança digital (que permite pagamentos de boletos, compras com cartão de débito virtual e pagamento com código QR em estabelecimentos parceiros) e de saque será definido de acordo com o mês de nascimento. Os ciclos 3 e 4 serão destinados ao pagamento de lotes residuais para quem teve o benefício liberado mais tarde pela Dataprev, estatal de tecnologia encarregada de analisar os pedidos.

Confira o cronograma para pagamento aos beneficiários do Bolsa Família:

NIS final 1 – 20 de julho
NIS final 2 – 21 de julho
• NIS final 3 – 22 de julho
• NIS final 4 – 23 de julho
• NIS final 5 – 24 de julho
• NIS final 6 – 27 de julho
• NIS final 7 – 28 de julho
NIS final 8 – 29 de julho
• NIS final 9 – 30 de julho
NIS final 0 – 31 de julho

Confira o cronograma para os demais beneficiários do auxílio emergencial:

Foto: DivulgaçÃo/CaixaCalendário

Fatiamento dos pagamentos

A ideia inicial do governo, por inspiração do ministro da Economia, Paulo Guedes, era fatiar os pagamentos das duas parcelas finais do auxílio emergencial. Ou seja, fazer os dois pagamentos de R$ 600 renderem ao máximo (por até 3 meses) até o final do ano. Dessa forma a equipe econômica teria tempo de desenhar como será o Renda Brasil, o novo programa que vai reunir todos os benefícios sociais federais.

Paulo Guedes chegou a detalhar a intenção de dividir as duas parcelas de R$ 600 em pagamentos menores. No final, o objetivo acabou sendo contemplado de outra forma: os pagamentos das 4ª e 5ª parcelas serão em etapas para os 65,2 milhões de cadastrados que têm direito de receber o também chamado “Coronavoucher”.

O auxílio começou a ser pago em abril. Ocorre que muitas pessoas só foram sendo cadastradas e incluídas no programa aos poucos – até que se chagasse ao número atual de 65,2 milhões. Quem só recebeu uma parcela até agora em julho, vai receber as outras 4 até o final de novembro.

Há, inclusive, 721 mil pessoas que só tiveram seus cadastros aprovados recentemente e ainda não sacaram nada. Essas vão possivelmente receber a 5ª e última parcela só em meados de dezembro.

Um exemplo de como será para uma pessoa já recebeu as 3 parcelas iniciais de R$ 600, nasceu em dezembro e optou pelo saque do pagamento em dinheiro: a 4ª parcela só será paga em 17 de setembro. A 5ª parcela para esse beneficiário sairá em 27 de outubro.

Ou seja, é provável que todas as parcelas para todos os destinatários do Coronavoucher só estejam pagas no final deste ano de 2020, dando tempo suficiente para a equipe econômica formatar o Renda Brasil, cujo benefício médio deve ficar na redondeza de R$ 250. Mas aí a esperança do governo é que a economia já esteja em fase de recuperação pós-pandemia de COVID-19 e a oferta de emprego possa estar mais aquecida.

Fonte: Poder360

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