Estudo alerta para conexões entre milícias, polícia e políticos no Rio de Janeiro
O resultado da pesquisa feita ao longo de um ano foi divulgado nesta segunda-feira (26) em uma nota técnicaEstudo da Rede Fluminense de Pesquisas sobre Violência, Segurança Pública e Direitos Humanos alerta para a atuação de milícias dentro do Poder Executivo e casas legislativas da região metropolitana do Rio de Janeiro. O resultado da pesquisa feita ao longo de um ano foi divulgado nesta segunda-feira (26) em uma nota técnica. Confira aqui o documento.

O documento, batizado de "Controle Territorial Armado no Rio de Janeiro", conclui que as conexões entre milícia e polícia estão se tornando estruturais. "Com presença crescente em favelas e bairros suburbanos, bem como nas cidades do Grande Rio, a expansão das milícias foi redefinindo os termos da própria metáfora da 'guerra'", diz trecho da nota técnica.
Durante a elaboração do documento, a organização debateu o controle territorial de grupos armados no Estado do Rio de Janeiro com promotores, policiais, jornalistas, ativistas e especialistas em dados.
O grupo destaca que a ligação entre criminosos e instituições legais ameaçam o Estado democrático de Direito. Há menos de um mês das eleições, a rede afirma que é preciso haver um esforço suprapartidário para garantir o voto livre e a proteção a candidatos.
"Talvez essa expansão dos interesses milicianos a instâncias dos poderes legislativos locais guarde relação, ainda que parcialmente, com o elevado número de mortes violentas envolvendo candidatos a vereadores no último processo eleitoral municipal, em diversos municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro."
Para o grupo, é urgente o monitoramento da relação das milícias com os poderes Executivo e Legislativo. "Na relação com o Estado, as milícias passariam a atuar não mais como grupos que precisam estabelecer alianças com os poderes instituídos, e sim como parte interna e orgânica ao aparelho estatal", diz a nota.
A rede afirma que é preciso tentar reverter o fenômeno. "Se ele se confirma e se consolida, conforma-se um quadro de banditismo político, de grupos que, historicamente, começaram guardando relações com elites locais para, posteriormente, assumirem protagonismo tanto nas atividades econômicas quanto no poder político", lê-se no texto.
As organizações criminosas têm, de acordo com a nota técnica, "habilidade para transitar entre o legal e o ilegal" e atuam em "um projeto ambicioso de tomada de poder do Estado".
Forma de atuação
Para ganhar terreno, as milícias se aproveitam da sensação de insegurança existente em populações mais vulneráveis. Dessa maneira, controlam serviços para acumular poder político, econômico e social. Segundo a rede, a característica distintiva das milícias é a diversificação dos mercados em que atuam.
"Há registro de atuação de milícias em serviços de transporte coletivo, gás, eletricidade, internet, agiotagem, cestas básicas, grilagem, loteamento de terrenos, construção e revenda irregular de habitação, assassinatos contratados, tráfico de drogas e armas, contrabando, roubo de cargas, receptação de mercadorias e revenda de produtos de diversos tipos e proveniências", diz o texto.
Fonte: Poder360
Comentários
Últimas Notícias
-
Política Bolsonaro nega tentativa de fuga e pede revogação da prisão domiciliar
-
Saúde Secretaria de Saúde registra leve aumento de casos de Covid-19 em Massapê do Piauí
-
Política Ex-prefeita de Alegrete do Piauí é condenada pelo TCE por sobrepreço e manipulação em licitação
-
Segurança Pública Polícia divulga foto do suspeito de matar estudante dentro de escola em Teresina
-
Segurança Pública Ossada humana é encontrada próximo a Estrada da Alegria em Teresina
Blogs e Colunas
Mais Lidas
-
Segurança Pública Homem é morto a facadas durante briga com irmão no Litoral do Piauí
-
Política MPPI aciona na Justiça, prefeito de Campo Maior por retenção indevida superior a R$ 2 milhões de empréstimo consignado
-
Justiça Site do STF destaca ADI que invalidou lei de MG que permitia contratação sem concurso para a Polícia Penal
-
Geral Prefeitura de Simões (PI) firma contrato de R$ 1,6 milhão para reforma de escola municipal com prazo de seis meses
-
Geral Família de Alice Brasil agradece equipe do Samu de Teresina após tragédia no Colégio CEV