Donald Trump anuncia morte do líder do Estado Islâmico em operação na Síria
Ao se ver acuado por militares dos EUA, acionou um colete de explosivos, matando a si mesmo e outras três crianças que o acompanhavamWASHINGTON | REUTERS e AFP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou a morte do líder e fundador do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), Abu Bakr al-Baghdadi, em um pronunciamento neste domingo (27) na Casa Branca.
O anúncio representa uma vitória do republicano em meio a duas crises que enfrenta: o inquérito de impeachment devido às acusações de trocas de favores com a Ucrânia e as críticas, inclusive de membros de seu partido, por conta da retirada das tropas americanas do nordeste da Síria.
Segundo Trump, al-Baghdadi estava sendo monitorado há semanas e, durante uma operação na Síria, realizada nesta semana com o auxílio de helicópteros e aviões de guerra na província de Idlib, na fronteira com a Turquia, o extremista foi perseguido em um túnel.
Ao se ver acuado por militares dos EUA, acionou um colete de explosivos, matando a si mesmo e outras três crianças que o acompanhavam.
No pronunciamento transmitido pela TV, o presidente disse que “os Estados Unidos levaram o líder terrorista número 1 do mundo à Justiça" e que “o bandido que se esforçou tanto para intimidar os outros passou seus últimos momentos com medo, pânico e pavor, aterrorizado pelas forças americanas”.
"Ele chegou ao fim do túnel quando nossos cães o perseguiram. Ele pegou seu colete, matando a si mesmo e a seus três filhos. Seu corpo foi mutilado pelas explosões. O túnel desabou sobre ele", afirmou o líder americano, que também descreveu o terrorista "choramingando e chorando" ao ser acossado.
A morte de al-Baghdadi representa uma vitória importante para Trump semanas depois de anunciar a retirada das tropas americanas da Síria, o que levantou críticas de que a mudança levaria ao refortalecimento do Estado Islâmico.
A decisão também foi condenada por configurar uma traição aos curdos, que por anos ajudaram os EUA a combater o grupo na região, detendo cerca de 60 mil extremistas. Com a saída dos militares, a Turquia, que classifica milícias como o PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão) como terroristas, ganhou sinal verde para avançar sobre o nordeste da Síria e empurrar os curdos para longe dali.
Trump, no entanto, disse neste domingo que recebeu informações úteis de aliados curdos para conduzir a ação. A Rússia, ainda segundo o presidente, abriu seu espaço aéreo para o ataque. O único ferido do lado das forças americanas na operação foi um cão.
O Ministério da Defesa russo, por sua vez, disse que desconhece a assistência de seu país a tropa aéreas americanas e que não tem informações confiáveis sobre a a morte do líder do Estado Islâmico, informou a agência de notícias estatal RIA.
No auge de seu poder, o Estado Islâmico dominou milhões de pessoas em um território que ia do norte da Síria, passando por cidades e vilarejos ao longo dos vales dos rios Tigre e Eufrates, até os arredores de Bagdá, no vizinho Iraque.
Mas a queda em 2017 de Mossul e Raqqa, suas fortalezas no Iraque e na Síria, respectivamente, tirou de al-Baghdadi os privilégios de um califa e o transformou em um fugitivo. Ele passou então a se deslocar ao longo da fronteira do deserto entre o Iraque e a Síria. Havia, segundo a agência de notícias Reuters, uma recompensa de US$ 25 milhões (cerca de R$ 100 milhões) por sua captura.
Baghdadi lidera o EI desde 2010, quando ainda era uma ramificação da Al Qaeda no Iraque. O grupo, que mudou seu nome para Estado Islâmico, ocupou o lugar da facção terrorista liderada por Osama Bin Laden. Seus sucessos militares iniciais e a propaganda eficaz levaram milhares de pessoas a se alistarem em suas filas.
O EI reivindicou diversos ataques contra minorias religiosas e atentados violentos no mundo todo em nome de uma interpretação radical do islamismo, a exemplo dos atentados de Paris, em 2015, um dos piores da história recente da França, em que cerca de 130 pessoas morreram.
Nos últimos anos, o Estado Islâmico perdeu a maior parte de seu território, mais ainda é visto como uma ameaça. Bagdhadi, cujo verdadeiro nome é Ibrahim Awad al Badri, teria nascido em 1971 em uma família pobre da região de Bagdá.
No que pode se tornar um dos símbolos mais importantes de sua gestão na área de segurança nacional de Trump, a morte de al-Baghdadi ajudará o republicano a se defender da crescente investigação de impeachment lançada pelos democratas no mês passado.
O inquérito de impeachment concentra-se no pedido de Trump para a Ucrânia investigar um rival doméstico --o democrata Joe Biden-- para seu benefício político pessoal. O filho de Biden, Hunter, foi membro do conselho de uma companhia de gás ucraniana.
Fonte: Folha de S.Paulo
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