Câmara dos Deputados entra em conflito de opiniões a respeito das queimadas na Amazônia
No Senado Federal, o assunto também foi pauta para o Senador do PSD, Lucas BarretoOntem (27), o Plenário da Câmara dos Deputados foi palco de debate e discordância. A oposição protestou contra a conduta do Executivo ao avanço das queimadas na Amazônia. Já os governistas defedem a posição tomada e chamaram o discurso de "dramático".
Foi argumentado que as chuvas de São Paulo são provenientes da Amazônia, o que justifica a nuvem de fumaça que apareceu em São Paulo no último dia 19. Para a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, não têm habilidade para lidar com políticas ambientais.
“Desde a demissão do Ricardo Galvão, que, à frente do Inpe [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais] cumpriu um papel excepcional de revelar ao mundo o aumento de 170% no desmatamento da Amazônia, o governo vem endurecendo a postura com relação àqueles que defendem o nosso meio ambiente”, criticou.
Os deputados do PSL contra-argumentaram afirmando que é uma deturpação, principalmente a comparação do presidente Bolsonaro com Nero [imperador que teria incendiado Roma], também foi dito que as notícias da imprensa são falsas e tendenciosas. O deputado Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM), debateu sobre a necessidade de respeitar a soberania brasileira.
“As queimadas são um fenômeno natural. Lógico que pode ser agravado pelo desmatamento. Mas se pegarmos a latitude do planeta, veremos que está havendo muito mais queimadas na África do que na Floresta Amazônica”, disse.
Dia do Fogo
Já o deputado Bohn Gass (PT-RS) acusou o governo de minimizar o avanço do desmatamento e de queimadas criminosas na região Norte. O deputado disse que o ministro da Justiça, Sérgio Moro, deve explicações sobre o episódio.
“O Ministério Público Federal, no dia 7 de agosto, avisou ao Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis]: 'Vai ter queimada'. E o Ibama, depois do dia 12, apenas respondeu que não tinha apoio da polícia do Pará e que a Força Nacional não foi dar apoio. E, no dia 10, fizeram o crime, queimaram a Amazônia”, acusou.
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) também cobrou investigações. “É preciso que se investigue o crime ambiental cometido e que se identifiquem os responsáveis pelo ‘Dia do Fogo’, divulgado nas redes sociais”, declarou.
Senado Fedeal
Já no Senado, o senador Lucas Barreto (PSD-AP) usou de sua fala para reclamar da suposta produção de notícias de queimadas pela mídia.
"Os meios de comunicação dos países do primeiro mundo e do Brasil vêm divulgando, de modo sistemático, notícias sobre a devastação de nossas florestas e o genocídio de índios. Que absurdo! São notícias, muitas das vezes fabricadas aqui mesmo e, tendenciosamente, transformadas em verdades absolutas, que levam os cidadãos do mundo a crer que cada amazônida é um bárbaro cruel e irresponsável devastador", protestou.
O parlamentar enfatizou ainda, que para se preservar, é preciso recursos, "e alguém precisa desembolsar", perguntando quanto vale manter o clima do mundo e que vai pagar.
Fonte: JTNews, com informações da Agência Senado e Câmara dos Deputados
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