Giulieny Matos

Gosta do cotidiano. É especialista em segurança pública e educadora autônoma. Formada pela Unb, trabalha atualmente em prol da prevenção precoce da violência. Colaboradora da Magazine Internacional IPA Brazil. Possui 12 livros publicados.
Gosta do cotidiano. É especialista em segurança pública e educadora autônoma. Formada pela Unb, trabalha atualmente em prol da prevenção precoce da violência. Colaboradora da Magazine Internacional IPA Brazil. Possui 12 livros publicados.

Sem máscaras, somos todos reféns do Sr. Corona

Vista a máscara do amor!

A sociedade tornou-se refém do Sr. Corona. Seu nome? Sr. Vírus Corona-19 SARS Ferra Todo Mundo. Estamos todos nessa, de cara limpa.

Foto: Arquivo pessoal AmbeyMáscaras produzidas por Ambey para policiais, bombeiros em Sevilha
Máscaras produzidas por Amparo Meléndez para policiais-bombeiros em Sevilha

Todos vêem, sem esforço, nosso caráter, benevolência, caridade,  respeito à vida do próximo. Todos visualizam em nossos olhares nossos medos, angústias e limitações. Caíram as máscaras das faces. Estamos sem máscaras no mercado. Esgotaram-se as dos estoques das indústrias e do varejo. Esperamos a vacina, a demonstração da educação, contamos com a limpeza.  

Sem EPIs suficientes, a limpeza individual e coletiva nunca foi tão requisitada. Amo as aulas do Dr. Bactéria, “apelido Roberto”, como ele mesmo diz (risos). Outro dia vi um post assim... eu achei que no século 21 estaria ensinando meu filho a pilotar o “aeromóvel”, mas ainda estamos ensinando as pessoas a lavarem as mãos... Uma amiga enfermeira percebe a dificuldade em insistir até mesmo com os médicos e os outros profissionais para lavarem as mãos dentro do hospital.

Existe uma instrução bem interessante sobre as bolsas das mulheres serem portadoras e transportadoras eficientíssimas de macros e micróbios, de bactérias, fungos, vírus e de toda a classe biológica associada.

Meu filho fez uma cirurgia de um tendão rasgado e vi, ali dentro do centro cirúrgico, duas enfermeiras entrarem e colocarem suas mega bolsas vindas da rua em cima do balcão de manipulação dos instrumentos. Nem todos saem felizes e satisfeitos após uma infecção hospitalar.

A educação básica vem de casa, nas mínimas coisas. Vejo o quanto é difícil ensinar um comportamento. Vez ou outra preciso dar instruções específicas para meu menino pra fazer o xixi DENTRO do vaso.

Por aí se vê... um menino que tem tudo, orientação exclusiva e personalizada, todo amor do mundo, pai, mãe, vó, vô, madrinha, gato, cachorro e papagaio. Mas, se a mãe ou a irmã reclamam, estão implicando porque acordaram de mau humor (risos). Na escola deveria haver provas práticas para esses itens também. Vou sugerir ao MEC... Quanto mais trabalhoso será ensinar o povo a não tossir no outro, a manter distância do outro, a limpar volantes e celulares.

Foto: Arquivo pessoal AmbeyAmbey e sua mãe, de Sevilha - "Costuro de forma gratuita!"
Amparo e sua mãe, de Sevilha - "Costuro de forma gratuita!"

Enquanto isso, “na sala de TV”... almas generosas costuram, voluntariamente, máscaras para cobrir e proteger. Seguindo o exemplo de Amparo Meléndez, Mônica Papa e Rosângela Kennedy se debruçam sobre os tecidos.

Amparo Meléndez , policial de Sevilha, membro da Associação de Capacitação de Segurança Pública e Privada de Espanha (ASCASEDPP - Procedimenentos Policiais), presidida pelo Comissário Ernesto Santamaría, apesar de afastada do trabalho por acidente laboral, colocou-se à disposição do Chefe de Polícia local de Sevilha para saber como poderia ajudar.

Com a colaboração de sua mãe, já produziram mais de 700 máscaras para doar aos bombeiros de Sevilha. Sua expectativa é de entregar pelo menos mil para a corporação. As trabalhadoras do Carreful e os funcionários de pequenas empresas também foram agraciados com sua gentileza.

Terça-feira passada, Amparo recebeu doação de tecidos vindos de Madri e de Granada para produzir máscaras para a Guarda Civil de Sevilha. “Costuro as máscaras com prazer e de forma gratuita porque não são dadas a eles. Meus compatriotas estão pondo suas vidas em perigo, e é o mesmo que eu estaria passando por ser policial”, nos conta.

As máscaras produzidas por Amparo e sua mãe podem ser lavadas e reutilizadas, pois são 100% de algodão, com filtro de TNT como as usadas habitualmente pelas enfermeiras. “Muitíssimas graças companheira Amparo, em nome da Polícia Local de Mariena do Alcor”, foi uma mensagem de agradecimento recebida. Apesar da correria, ainda se econtra um tempinho para gentilezas entre as forças.

Foto: JTNewsMônica Papa, de Brasília - "É hora de ajudar!"
Mônica Papa, de Brasília - "É hora de ajudar!"

Mônica Papa, professora em Brasília, também colocou sua máquina de costura a favor da produção de máscaras. Ela valoriza a solidariedade. Já confeccionou 100 e as doou aos parentes e conhecidos. Tem a meta semanal de mais 100. "Não é hora de vender, é hora de doar e ajudar os outros!", nos afirma. As máscaras de Mônica também são reutilizáveis.

Foto: JTNewsRosângla Kennedy, produzindo máscaras entre afazeres e responsabilidades
Rosângla Kennedy, produzindo máscaras entre afazeres e responsabilidades

Rosângela Kennedy cuida da família e do pai idoso. Nas horas vagas já produziu máscaras para familiares, vizinhos e médico amigo.

Com esse vírus mortal à solta, não vamos baixar a guarda!

Vista a máscara do amor!

#masks4all

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