Veja destaques do debate da Band entre Bruno Covas e Guilherme Boulos em São Paulo

A apresentadora do Band Eleições, Sheila Guimarães, perguntou sobre o aumento das internações por COVID-19 no município e sobre um possível lockdown

Os candidatos que disputam o segundo turno das eleições em São Paulo, Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL), se encontraram pela primeira vez na TV aberta nesta quinta-feira (19), nos estúdios da Band na capital paulista.

Foto: DivulgaçãoBruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL)
Guilherme Boulos (PSOL) e Bruno Covas (PSDB)

No primeiro bloco do programa, os candidatos responderam questões elaboradas por jornalistas do Grupo Bandeirantes. A primeira pergunta foi de Joel Datena, que quis saber sobre a retomada das aulas. Com as crianças em casa, muitas mães estão impossibilitadas para seguir em jornada de trabalho. Atual prefeito que tenta a reeleição, Bruno Covas disse que o pior da pandemia já passou, mas ainda não é o momento para a retomada das aulas no município. 

"Eu sei da aflição que as mães têm, mas ainda não é o momento. A vigilância sanitária do município ainda não aprovou essa retomada. Ainda temos uma quantidade grande de crianças que não está imunizada e pode levar essa doença para suas casas. Estamos em um momento de estabilidade [da pandemia] em São Paulo. Desde começo, a prefeitura seguiu orientações da vigilância sanitária. O vírus não é de esquerda ou de direita, é uma realidade a ser enfrentada”.

Na réplica, Guilherme Boulos concordou que a decisão tem que ser médica, e não política. “Agora, é evidente que São Paulo está tanto tempo sem aula porque não lidou bem com a pandemia no início. Não fez testagem em massa e levantamento epidemiológico, prejudicando não só o retorno às aulas, mas a cidade como um todo. Gostaria de falar para as mães que tenho compromisso de zerar a fila da creche em um investimento em quatro anos, com mais de 200 creches de 130 alunos cada, garantindo que toda mãe possa trabalhar”.

Na tréplica, Covas refutou: “é fácil ser engenheiro de obra pronta. Podem reclamar, mas em nenhum momento podem me chamar de ter sido omisso em relação ao coronavírus. Vamos continuar enfrentando e respeitando a ciência. Creche é possível zerar a fila a partir do ano que vem, garantindo às mães que passam pelo programa Mãe Paulistana, que terão creche para seus filhos em 2021”.

O jornalista Marcello D'Ângelo levantou para Boulos a questão sobre o orçamento municipal e como gerar novas receitas para custear projetos como tarifa zero e renda solidária. “Teremos uma experiência socialista em São Paulo?”, questionou. 

O candidato do PSOL pontuou que a prefeitura tem muito dinheiro no orçamento e que a questão é de prioridade de gastos. “Em caixa, mesmo na pandemia, a prefeitura tem pouco mais de R$ 10 bi livres. Isso poderia ampliar investimentos e mesmo no combate à pandemia. Vamos utilizar recursos para inverter prioridades. A diferença nossa para o governo do Bruno é que eu não vou gastar orçamento para fazer reforma de R$ 100 milhões no Anhangabaú enquanto tem gente vivendo em lugar com esgoto aberto. Vamos cobrar a dívida ativa de grandes devedores e empresas, dando condições para a Procuradoria trabalhar digitalizando os processos, tendo uma recuperação fiscal entre R$ 10 e R$ 12 bi – é daí que vamos tirar dinheiro para implementar os programas”. 

Na réplica, Bruno Covas disse que conhecer a realidade do orçamento público faz toda a diferença. “O candidato confunde recurso em caixa com recursos disponíveis. Todo ano a prefeitura discute o orçamento, não cabe ao prefeito achar que o recurso em caixa vai para esse ou aquele local. Serve para pagar funcionários, contratos de obras; não significa que estão à disposição. E nós aumentamos em 25% a recuperação da dívida ativa em relação ao governo do PT”.

Guilherme Boulos, em sua tréplica, falou que a estimativa de bilhões em recursos livres é do próprio Tribunal de Contas. “São recursos para urbanização das favelas, e você não fez. O que faltou foi prioridade. A prefeitura fez obras eleitoreiras, calçadas novas, um monte de recapeamento, e não fez as obras que precisava fazer”.

A apresentadora do Band Eleições, Sheila Guimarães, perguntou sobre o aumento das internações por COVID-19 no município e sobre um possível lockdown. O atual prefeito chamou a tese de fake news.

“Os números da Secretaria de Saúde mostram estabilidade no número de casos, de óbitos e aumento no número de internações. Sobre esse aumento, é preciso levar em consideração que houve diminuição da quantidade de leitos para Coronavírus. Havendo necessidade, há possibilidade rapidamente desses leitos voltarem a ser referenciados. Houve também aumento internações de pessoas de fora da cidade de São Paulo. Não há espaço para fake news disseminadas nesse instante que passada a eleição haverá lockdown na cidade. Não há espaço para avançar mais na flexibilização e números na cidade de São Paulo que aponte qualquer necessidade de lockdown. É preciso refutar esse tipo de notícia disseminada às vésperas da eleição”. 

Fonte: Band

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