Sindicato dos Policiais Penais do Pará promove ação social para crianças carentes em Castanhal

Na manhã desse domingo (11/10), o Sindicato dos Policiais Penais do Pará (Sinpolpen) realizou evento social de distribuição de brinquedos às crianças carentes da Comunidade Jaderlândia em Castanhal do Pará.

Foto: Divulgação

Diretores do Sinpolpen participam de evento social pela alegrias de crianças carentes em Jaderlândia

O Sinpolpem, como entidade que vivencia não somente os desafios enfrentados no Sistema Prisional do Estado, mas também nas comunidades, pois seus associados vivem com seus filhos e demais familiares, obviamente nessas comunidades, escolheu por sugestão de alguns policiais penais a comunidade do Jaderlândia em Castanhal, nessa data especial para fazer um trabalho social em prol das crianças carentes ali presentes.

O presidente da Entidade Sindical, Rosivan de Jessus Santos, falou ao JTNEWS sobre o evento dizendo assim: " É uma alegria imensa para nós do Sindicato poder colaborar para que crianças não passem seu lindo dia em branco. O Sinpolpen está dando continuidade ao trabalho social que anteriormente inicipu-se com a campanha "Doe alimentos para os menos favorecidos", agora dar continuidade colaborando com brinquedos em prol de uma criança feliz," enfatizou Rosivan Santos que participou do evento acompanhado dos diretores sindicais, Derivaldo Lima e Vagner Mariano.

Conheça o contexto social da Comunidade de Jaderlândia em Castanhal no Pará

Estudo realizado ainda em 2011 pelo pedagogo e especialista em História do Brasil, Raimundo Silva da Luz Júnior, por meio de trabalho minuncioso acerca da História e Memória da Formação do Bairro do Jaderlândia na Cidade de Castanhal, Pará, conta como surgiu essa comunidade, atualmente próspera, evidentemente com suas desigualdades sociais [retratando a realidade sócioeconômica do Brasil], mas iniciou-se com muitas dificuldades, sem no entanto deixar de contar com pessoas aguerridas na defesa da cidadania da comunidade.

Foto: Divulgação

Em Jaderlândia, Sinpolpen leva alegria à crianças que esperavam receber um presente na véspera do sei dia (12/10)

O JTNEWS traz aqui algunsto pontos extraídos literalmente do trabalho do estudioso acerca da história lugar desprezível inicialmente e que hoje já se vive com dignidade, não obstante a carência de crianças da Jaderlândia ainda é algo muito visível e merecedor de ação social do poder público, e de quem tem sensibilidade social, como as pessoas que procurraram a direção do Sindicato dos Policiaisi Penais do Pará (SINPOLPEN), no entanto preferem não se identificar.

O documentário de nominado [História e Memória da Formação do Bairro do Jaderlândia na Cidade de Castanhal – Pará] produzido pelo pedagogo e historiador, Raimundo Silva da L. Júnior, data ainda de 2011, mas retrata toda a garra do seu povo que iniciou essa história, e assim ela retrata essa trajetória: [...] No começo foram suergindo no bairro, ruas e travessas, formando assim uma pequena comunidade, um novo tempo para essas famílias. Novo porque como invasão começava a se configurar como o mais novo bairro na cidade de Castanhal, que é organizada, estruturada, planejada segundo o pregresso econômico que vinha sendo implementado no município.

O Bairro do Jaderlândia emergiu, assim, como um lugar onde predominava, em sua maioria, migrantes nordestinos buscando na cidade novas oportunidades em relação as suas vivências.

Foto: Marcos Santos

Governador Hélder Barbalho: crianças de Jaderlândia esperam muito mais em ações de inclusão social

O certo é que as ruas pareciam mais caminhos que estradas, mas, mesmo assim não deixou de criar muitos modos citadinos de ser, contribuindo para que houvesse ainda mais uniformidade entre os moradores em uma crescente formação socioeconômica e cultural.

O crescimento resultou de um processo contínuo, mediante o desmatamento exagerado provocado pela continuação da invasão adentro, sem o planejamento urbano dos órgãos competentes do município, fazendo assim, uma combinação de diversos fatores, nos quais compelindo milhares de trabalhadores a se urbanizarem para viverem com suas famílias nesse novo cenário urbano.

As reivindicações eram constantes por melhoria no bairro, não havia água encanada e eletricidade, de acordo com o Livro de Atas do Clube de Mães, do dia 13 de Agosto de 1988. [...].

O Historiador da cidade o Senhor José Lopes Guimarães relembra aquele momento quando aponta que: “quando começou a invasão o Prefeito não podia desapropriar, que era muito grande, ai teve que entrar o Governador nessa situação, que foi o Jader, o estado comprou da família Espinheiro a área, e daí estruturou o bairro, criou o Bairro do Jaderlândia 2 ”.

A intervenção do poder público em áreas de invasão e/ou ocupação é uma das formas para assegurar o direito do cidadão à moradia, juntamente com outros serviços básicos. Este episódio ficou registrado na vida do Senhor Francisco Peixoto, uma das pessoas que comandou a invasão da área durante o mês de Maio de 1985.

Em uma de seus fragmentos de memória nos conta que: “Eu participei daquele momento, lembro que o Governador Jader, sem avisar ninguém da sua chegada, veio, chegou aqui e subiu num toco de madeira para dizer que iria legitimar a invasão. Foi um momento de muita alegria para as famílias aqui presentes, as pessoas agradeceram a ele e ao Prefeito Paulo Titan que também ajudou a gente. Depois as pessoas que trabalhavam por governo, deram as carteirinhas de posse do lote a cada invasor, nela tinha a marca do Governo do Estado."

Podemos perceber no depoimento acima citado, que as famílias que invadiram a área, além de ficaram felizes por finalmente ter um local para construir suas casas, contudo, estavam formando o mais novo cenário urbano da cidade.[...]

A falta de energia elétrica e água encanada, além de escola, creche, posto médico e posto policial resultaram nos principais motivos de luta das associações criadas no bairro. Embora a questão da saúde fosse o maior agravante para as famílias, principalmente para as crianças.

O senhor Antonio Gomes revive essas lutas como se fosse hoje [registra o documentário], pois segundo ele: “Com os três grupos reunidos: Clube de Mães, Jaderlândia Futebol Clube e o Centro Comunitário. As direções dessas associações começaram a chamar os políticos para as reuniões com o povo: prefeito, deputados e vereadores. Lá no antigo barracão do Clube de Mães, pressionávamos eles através de pedidos mostrando a necessidade do bairro e do povo, pegávamos o comprometimento de cada um assinado, assim eram nossas mobilizações...

A participação feminina nesse período ajudou muito o Bairro do Jaderlândia a ser o que é hoje. As conquistas podem ser vistas no bairro: energia elétrica, o posto médico, a água encanada, posto policial e as escolas. Tudo isso motivou a reivindicação dessas mulheres. Notamos que a formação do Bairro do Jaderlândia foi constituída através de lutas, sonhos e desejos de quem morava desde o seu inicio.

Portanto, uma trajetória rica de seus protagonistas, pessoas simples e humildes. Além dos movimentos sociais criados, que carregaram a bandeira de lutas diárias em prol daqueles que necessitavam conquistar novos horizontes.

A constituição do Bairro do Jaderlândia representou para as famílias novas oportunidades, convivências entre iguais, sociabilidades de afetividade, em que construíram suas vidas e edificaram suas residências como suas próprias existências. Fazendo, assim, nascer na cidade de Castanhal outra forma de ser e viver. 

Uma história que vale a pena ser lembrada na comunidade e conhecida pela sociedade.