Reagindo à pronunciamento de Bolsonaro, governadores vão se reunir para debater crise
Uma videoconferência com os chefes dos Executivos estaduais deve ocorrer na tarde desta quarta-feira (25) para debater estratégias de contenção do coronavírus à luz da pressão de BolsonaroEm reação à radicalização do discurso do presidente Jair Bolsonaro das últimas horas, governadores dos 27 estados decidiram mobilizar-se à margem da orientação federal.
Uma videoconferência com os chefes dos Executivos estaduais deve ocorrer na tarde desta quarta-feira (25) para debater estratégias de contenção do coronavírus à luz da pressão de Bolsonaro para que o isolamento da população seja flexibilizado.
Governadores começaram a trocar mensagens na noite desta terça-feira (24), logo após o pronunciamento do presidente em rede nacional de TV, em que atacou a imprensa, pediu a volta às aulas e mais uma vez minimizou os riscos da doença para a saúde pública.
Em geral, os governadores defendem as medidas de restrição à mobilidade da população para conter acurva de propagação do covid-19, em linha como que prega a maioria dos infectologistas.
A gota d'água, no entanto, foi a entrevista de Bolsonaro dada pela manhã em frente ao Palácio do Alvorada, em que o presidente disse que a prioridade deveria ser a retomada da atividade econômica e citou até riscos para a democracia.
Foi esse o fator que levou os governadores a combinarem a reunião, da qual não participarão, a princípio, Bolsonaro nem representantes do governo federal.
Desde o início da crise, o presidente tem tido atitude crítica aos governadores, especialmente os de São Paulo, João Doria (PSDB) e Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), vistos como possíveis adversários na corrida presidencial em 2022.
Em entrevista à TV Record no domingo (22), o presidente chegou a dizer que a população está sendo enganada pelos governadores e em breve descobrirá isso.
A declaração provocou irritação em diversos governadores, que se veem na linha de frente do combate ao vírus e sentem-se boicotados pelo presidente, que estaria preocupado apenas com a situação econômica.
Fonte: Folha de S. Paulo
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