“O problema é a eleição em 22”, diz fundador da Anvisa sobre não aquisição da CoronaVac

Para Gonzalo Vecina, justificativa do Ministério da Saúde é para não dar ganho político para João Doria

Na última quinta-feira (07/10), o Ministério da Saúde informou que não vai comprar a vacina CoronaVac em 2022 por ela ter sido autorizada apenas para uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Foto: Reprodução/FehoespMédico e ex-presidente da Anvisa, Gonzalo Vecina
Médico e ex-presidente da Anvisa, Gonzalo Vecina

Segundo o ex-presidente da Anvisa, Gonzalo Vecina, a justificativa do Ministério da Saúde para não comprar a CoronaVac é “firula”.

O médico sanitarista afirma que o Governo pode firmar novos contratos com o Instituto Butantan para adquirir mais doses da CoronaVac no ano que vem, caso desejar, mesmo a vacina possuindo apenas o registro emergencial. Além do imunizante do Butantan, a Jassen também tem o registro emergencial. AstraZeneca e Pfizer/BioNTech já conseguiram o registro definitivo para suas vacinas anticovid.

“O Governo está usando isso como mais uma justificativa para não comprar a vacina do Doria. Essa que é a questão. O problema é a eleição de outubro de 2022. O que o Governo não quer é comprar a vacina do Doria. Não tem nenhuma razão para deixar de aceitar o registro emergencial da CoronaVac que continua válido”, pontuou.

De acordo com Vecina, o registro definitivo de uma vacina depende quase exclusivamente do preço. “Para comercializar um produto no Brasil, precisa ter registro do preço na Anvisa. Quem controla o preço é a Câmara de Medicamentos, que é um órgão ligado à Anvisa. Então isso que o Ministério está falando é firula”, afirmou.

O Ministério da Saúde disse também à Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid (CPI) no Senado que a CoronaVac tem “baixa efetividade entre idosos acima de 80 anos”. Segundo o diretor de Programa da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Danilo de Souza Vasconcelos, e a secretária dele, Rosana Leite de Melo, a Câmara Técnica da pasta não indicou o imunizante produzido pelo Butantan como dose de reforço.

“É uma vacina a menos. Além do que é uma vacina muito segura que com certeza tem problemas. Ela tem problemas para conferir imunidade à idosos, mas ela deverá ter um bruto de um sucesso em jovens e crianças. Ela é mais segura do que as outras vacinas”, disse Vecina.

Em nota, a Anvisa afirmou que até a última sexta-feira (08/10) não houve solicitação do Butantan para registro definitivo da CoronaVac no Brasil. O órgão disse também que questões referentes a contratos para compra de imunizantes não são de competência da agência.

Fonte: Poder 360

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