Governo quer R$ 20 bi com imposto sobre férias, 13º e horas extras em acordos
Lei assinada por Bolsonaro visa acabar com prática de estabelecer todo o valor como indenizaçãoO governo espera obter R$ 20 bilhões em dez anos com uma lei sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro que altera a cobrança de imposto sobre valores recebidos pelos trabalhadores em acordos trabalhistas (judiciais ou não). A medida afeta benefícios como férias, 13º salário e horas extras.
A lei 13.876, assinada na sexta-feira (20), estabelece que os valores de acordos trabalhistas não poderão ser mais declarados apenas como indenizatórios se houver também questões de natureza remuneratória envolvidas (o que inclui férias, 13º salário e horas extras).
A norma visa acabar com a prática acertada entre as partes de estabelecer todo o valor negociado como indenização (caso de danos morais, prêmios e bonificações) para fugir da cobrança de impostos, como contribuição previdenciária e Imposto de Renda.
Agora, as verbas só podem ser classificadas totalmente como indenizatórias caso o pedido original se refira exclusivamente a verbas dessa natureza. O trabalhador vai ter que recolher contribuição previdenciária se tiver pelo menos um pedido remuneratório [na ação]. Ainda de acordo com a nova lei, a parcela referente às verbas de natureza remuneratória não poderá ter como base de cálculo valores mensais inferiores ao salário mínimo ou ao piso salarial da categoria, caso exista.
Os tributos também não poderão ser calculados sobre valores menores que a diferença entre o valor devido pelo empregador e o efetivamente já pago ao trabalhador. A lei 13.876 foi aprovada em agosto pelo Senado e em setembro pela Câmara.
O texto determina ainda a limitação no alcance da Justiça Estadual no julgamento de ações previdenciárias. Com isso, o Ministério da Economia espera reduzir os gastos com processos judiciais em R$ 65 bilhões em uma década. Outra medida recente da equipe econômica foi o plano de flexibilização das normas no trabalho.
Nessa terça-feira (24), o governo publicou uma revisão de regras para empresas. Foram enxugadas mais três normas regulamentadoras, conhecidas como NRs. As NRs são um conjunto de normas de segurança e medicina do trabalho que devem ser seguidas obrigatoriamente pelas empresas que tenham empregados regidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Para o governo, esse arcabouço regulatório representa um grande potencial de multas a empresas por fiscais do trabalho e uma carga que impacta diretamente a competitividade dos produtos brasileiros.
O governo enxugou a NR 3, sobre embargo e interdição; a NR 24, que trata das condições de higiene e conforto nos locais de trabalho; e a NR 28, de fiscalização e penalidades. Por exemplo, empresas com até dez empregados poderão ter um banheiro de uso comum, e não mais um para cada sexo.
O Ministério da Economia informou que, com a revisão da NR 28, caiu para 4 mil o número de possibilidades de multa para todo o setor produtivo. Isso não significa, porém, que uma mesma empresa está submetida todas essas linhas de fiscalização, pois cada setor tem regras específicas. Para a construção civil, são 600 itens de fiscalização, enquanto que para o setor de mineração são 534, por exemplo.
O processo de flexibilização das normas começou em agosto, com a publicação da nova NR 12, que trata de segurança no trabalho com máquinas e equipamentos, e da nova NR 1, que dá disposições gerais sobre saúde e segurança. Na ocasião, o governo revogou a NR 2, sobre inspeção prévia.
Fonte: Folha de S. Paulo
Comentários
Últimas Notícias
-
Segurança Pública
Carbono Oculto 86: empresários da rede de postos HD negam adulteração de combustíveis
-
Geral
Apresentador César Filho sofre grave acidente de moto entre Campo Maior e Cabeceiras do Piauí
-
Segurança Pública
Neto Camelo fez procedimento estético no rosto para não ser reconhecido pela polícia, diz delegado Samuel Silveira
-
Segurança Pública
Líder do Bonde dos 40 é preso durante operação em Demerval Lobão
-
Segurança Pública
Homem é morto a facadas durante briga em bar na zona leste de Teresina
Blogs e Colunas
Mais Lidas
-
Geral
Médica Tayná Varão, de 34 anos, morre em Teresina após batalha contra o câncer
-
Segurança Pública
Postos da Rede HD vendiam combustível adulterado e lavavam dinheiro para o PCC no Piauí, diz polícia
-
Política
TCE-PI encontra indícios de irregularidades em contratos terceirizados da Prefeitura de Pedro II e determina inspeção
-
Geral
Após denúncias do JTNEWS, TCE-PI confirma falhas e determina plano de ação em OSS da Saúde no Piauí
-
Geral
Esposa do vice-prefeito Darllan Barros se pronuncia após morte do marido