Conheça os cardeais que vão escolher o papa e o país de origem
Site reúne nomes de 12 cardeais de diversas regiões do mundo que ganham força em meio às especulações sobre o próximo conclave.O vaticanista Edward Pentin, ao lado de uma equipe de jornalistas e especialistas católicos, lançou o site The College of Cardinals Report, com perfis de todos os cardeais vivos e destaque para 12 nomes considerados os mais cotados para suceder o papa Francisco. A seleção, que não se trata de um ranking oficial, aponta figuras com trajetórias diversas, mas com forte influência dentro da Igreja.
O Conclave ocorre após o falecimento do Papa Francisco, ocorrido em 21 de abril de 2025, aos 88 anos, devido a um acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca. O pontífice argentino, primeiro latino-americano a liderar a Igreja Católica, foi conhecido por promover uma Igreja mais diversa e voltada às periferias.

Veja quem são os cardeais destacados e de onde vêm:
Anders Arborelius, 75 anos (Suécia)
Bispo de Estocolmo, é visto como uma opção de continuidade. Foi nomeado por Francisco em 2017 e se destaca pelo diálogo inter-religioso. É favorável a mais abertura para divorciados, mas contrário ao diaconato feminino.

Charles Bo, 76 anos (Mianmar)
Arcebispo de Rangoon, é um crítico contundente da China e defensor do diálogo entre religiões e justiça social. Foi criado cardeal por Francisco em 2015.

Fridolin Ambongo Besungu, 65 anos (República Democrática do Congo)
Arcebispo de Kinshasa, é uma das vozes africanas mais influentes na Igreja. Filho de seringueiro, é conhecido por suas posições ambientalistas e anticoloniais. Rejeita a bênção para casais LGBTQIA+.

Jean-Marc Aveline, 66 anos (França)
Arcebispo de Marselha, nasceu na Argélia e era próximo de Francisco, especialmente por sua defesa dos imigrantes. Foi nomeado cardeal em 2022.

Luis Antonio Tagle, 67 anos (Filipinas)
Chamado de "Francisco asiático", é arcebispo emérito de Manila e pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização. Com forte apelo popular e visão progressista, foi nomeado por Bento 16 em 2012.

Malcolm Ranjith, 77 anos (Sri Lanka)
Arcebispo de Colombo, é uma figura tradicionalista e crítica do socialismo. Proibiu mulheres no altar, mas também defende pautas ambientais. Virou cardeal em 2012, nomeado por Bento 16.

Matteo Zuppi, 69 anos (Itália)
Presidente da Conferência Episcopal Italiana, é próximo de Francisco e considerado o mais progressista entre os papáveis. Foi enviado como mediador da Igreja na guerra da Ucrânia. Nomeado por Francisco em 2019.

Péter Erdő, 72 anos (Hungria)
Arcebispo de Budapeste, é nome forte entre os conservadores e pode representar uma mudança de rumos em relação ao atual pontificado. Foi nomeado por João Paulo II em 2003.

Pierbattista Pizzaballa, 59 anos (Itália)
Patriarca latino de Jerusalém, propôs se entregar como refém ao Hamas para libertar crianças durante conflitos no Oriente Médio. Ganhou notoriedade internacional com sua atitude corajosa.

Pietro Parolin, 70 anos (Itália)
Secretário de Estado do Vaticano desde 2013, é considerado o favorito na sucessão. Moderado, tem perfil diplomático e é próximo a Francisco. Nomeado cardeal em 2014.

Robert Sarah, 79 anos (Guiné)
Prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino, Sarah é o principal nome conservador da lista e uma aposta para ser o primeiro papa negro. Crítico do processo sinodal e da união de casais homossexuais, foi nomeado por Bento 16 em 2010.

Willem Eijk, 71 anos (Holanda)
Arcebispo de Utrecht, é médico e teólogo. Combina ciência e fé e é veementemente contra a eutanásia e a bênção a casais LGBTQIA+. Nomeado por Bento 16 em 2012.

O processo teve início ontem, 7 de maio, e reúne 133 cardeais eleitores de diversas partes do mundo, representando 71 nacionalidades. A escolha do novo Papa será feita entre os próprios cardeais com menos de 80 anos, conforme determina a legislação eclesiástica vigente.
Até o momento, não há brasileiros entre os principais nomes cotados para suceder o Papa Francisco. No entanto, o Brasil continua representado no colégio eleitoral com 7 cardeais
Cardeal Odilo Scherer,75 anos

Em 2024, apresentou sua renúncia conforme as normas da Igreja, mas o papa Francisco pediu que permanecesse no cargo até 2026.
Cardeal João Braz de Aviz, 77 anos

Natural de Santa Catarina, atuou por 14 anos como prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada no Vaticano, encerrando sua gestão em janeiro deste ano.
Cardeal Orani João Tempesta, 74 anos

O cardeal é Arcebispo Metropolitano do Rio de Janeiro desde 2009. Natural do interior de São Paulo, o religioso de 74 anos faz parte da Ordem dos Monges Cistercienses. Foi criado cardeal pelo papa Francisco em 2014.
Cardeal Sergio da Rocha, 65 anos

Arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, o religioso paulista é cardeal desde 2016. Antes de assumir a Arquidiocese de São Salvador da Bahia, foi arcebispo de Brasília e de Teresina.
Cardeal Leonardo Steiner, 74 anos

Arcebispo de Manaus, se tornou cardeal em 2022. Natural de Forquilhinha, em Santa Catarina, o religioso de 74 anos foi secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) entre 2011 e 2019.
Cardeal Paulo Cezar Costa, 57 anos

Atual Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa é o mais novo da lista de brasileiros que participarão do conclave, com 57 anos. Se tornou cardeal em 2022, nomeado pelo papa Francisco.
Cardeal Jaime Spengler, 64 anos

Arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler é também o atual presidente da CNBB e do Celam (Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho). Aos 64 anos, ele foi o último brasileiro a se tornar cardeal, tendo sido nomeado pelo papa Francisco em dezembro de 2024.
Como se elege um Papa: um processo que evoluiu ao longo dos séculos
Nos primeiros tempos da Igreja, o papa podia ser eleito por aclamação do povo e do clero, mas esse método era vulnerável à manipulação. Para evitar abusos e garantir liberdade ao Espírito Santo, a Igreja instituiu normas mais formais.
Em 1059, o Papa Nicolau II reservou o direito de eleição aos cardeais-bispos, com ratificação posterior por outros setores. Um século depois, Alexandre III incluiu todas as ordens de cardeais no processo, exigindo dois terços dos votos para a escolha ser válida.
A eleição se tornava conturbada durante o período sede vacante, quando o trono papal estava vago. Para agilizar e proteger a eleição de influências externas, Gregório X criou o conclave: reunião secreta dos cardeais eleitores até que um novo papa fosse escolhido. Casos como o conclave de 1271 mostram os extremos que já foram adotados para forçar uma decisão.
Atualmente, o conclave ocorre com cardeais com menos de 80 anos reunidos na Capela Sistina, isolados do mundo exterior, sob rígidas regras de sigilo. O processo começa com a missa Pro Eligendo Pontifice e é precedido por congregações gerais e particulares nas quais os cardeais discutem os rumos da Igreja.

As votações são secretas e seguem um ritual solene. São feitas até quatro rodadas por dia, e o eleito precisa alcançar dois terços dos votos. A regra foi temporariamente alterada por João Paulo II, permitindo maioria simples após 34 votações, mas Bento XVI restaurou a exigência tradicional, reforçando a busca por consenso.
Sem consenso no segundo dia de conclave, fumaça preta volta a marcar indecisão sobre novo papa
Os cardeais se reúnem nesta quinta-feira (8) para o segundo dia do conclave, processo de votação secreta que definirá o novo papa.
Durante a manhã, foram realizadas duas votações, mas não houve consenso entre os cardeais. Como resultado, fumaça preta foi vista saindo da chaminé da Capela Sistina, indicando que ainda não há um novo papa.
Na parte da tarde, estão previstas mais duas votações. Caso não haja escolha na primeira, não será emitida fumaça — nem preta, nem branca. A fumaça branca só será liberada se um novo papa for eleito. Se for necessária uma segunda votação nesta mesma sessão, ela ocorrerá em seguida. Persistindo a falta de consenso, a fumaça preta voltará a ser liberada. Já em caso de eleição, a fumaça branca anunciará ao mundo a escolha do novo pontífice.
Na primeira votação do conclave, realizada na quarta-feira (7), também não houve acordo entre os cardeais, e a fumaça preta marcou o encerramento do dia. Se o impasse continuar nesta quinta-feira, novas rodadas de votação devem acontecer nos próximos dias.
Fonte: JTNEWS com informações da Folha de S.Paulo
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