A TRAGICIDADE que levou Luidgi; por Brandão de Carvalho

A tragicidade da vida..., os momentos impercebidos que nos traem, como tem acontecido com pessoas e crianças nos ambientes familiares..., afoga nossas almas e sentimentos, inunda nossos olhos...

Ainda é madrugada, a noite fria e a solidão e o silêncio corriam na naturalidade dos meus dias, eis que, ao levantar-me e dirigir-me ao banheiro, pego o celular pra ver as horas, uma notícia triste, trágica, abate nossos corações, a tragédia acontece, Luididgi, nosso cachorrinho mais velho, bem vestuto, visão prejudicada, mobilidade prejudicada, cai na piscina sem que ninguém perceba...., morre..., parte..., afoga nossas almas e sentimentos, inunda nossos olhos de lágrimas, deixando-nos sem 'norte', como se uma pessoa amada da família tivesse partido.

Foto: Arquivo pessoal/Brandão de CarvalhoLuidgi com seu parceiro nos braços do entequerido Brandão de Carvalho
Luidgi [de pelos amarronzados] com seu parceiro, nos braços do amigo de todas as horas, Brandão de Carvalho

 A tragicidade da vida..., os momentos impercebidos que nos traem, como têm acontecido com pessoas e crianças nos ambientes familiares. Minhas lágrimas correm aos olhos, estou distante, trêmulo e com o sentimento de perda de cachorrinho-gente; um integrante de nossa família que adormeceu nas águas tranquilas de nossa piscina..., sinto como se eu estivesse perdendo o fôlego com as águas adentrando sobre meu corpo. 

Luidgi conviveu 20 anos ao nosso lado, sua longevidade era admirada pelos próprios veterinários! Ele era um gigante-pequenino, brigava com o pai e vice versa, nunca foram amigos, sempre vigiávamos os encontros intolerantes entre ambos, as vezes sequelado, mas logo em seguida, readquiria sua força e vigor.

Era um idoso, mas sempre tratado como uma criança, nosso amigo e companheiro de todas as horas. Não quero ver o seu corpinho frágil e inerte frio e sem vida..., quero tê-lo na minha lembrança para sempre, me acordando, nos acordando várias vezes na noite em face de suas dores..., eu, até as vezes reclamava, mas Zilda com sua alma devotada a tudo que ama, me repreendia amorosamente, face à velhice e a saúde combalida do nosso Luidgi..., você Luidgi, foi um ente familiar muito querido, você foi muito amado e com certeza nos amou muito, deixando todos nós com nossos corações amargurados..., ele era o “mimo” da Áurea, preocupação maior dela em todos os momentos. 

Já passamos por outros momentos trágicos em relação a outros cachorrinhos que devem ser infelizmente lembrados nessa hora; nossos corações estão dilacerados com esse inesperado acontecimento; próprios daqueles que vivem nessa terra, mesmo que não sejam criaturas humanas, mas são criaturinhas que Deus pôs para nos fazer felizes! Luidgi, lhe tenho como 'pessoa', lhe tenho como 'gente', lhe tenho como ente familiar, você, deixa-nos caídos na tristeza da dramaticidade desse evento, que a todos nós abateu.

Os animais tão dóceis e amáveis, companheiros de todas as horas, como o Luidgi, deixa esse vácuo profundo em nossos corações..., de qualquer modo Luidgi, acidentalmente, não por morte natural, o peso da dor é maior ainda, mas você partiu com o acendrado amor de todos aqueles com quem você habitou, em nossa casa, por esses vinte anos de uma companhia tão fervorosa. Adeus Luidgi! Resta a saudade imensa, e a falta que você nos fará, ao lado de sua turminha, que seguirá em frente.

Texto produzido às 4:30 h da madrugada deste domingo.

Brandão de Carvalho é escritor, membro da Academia de Letras Jurídicas do Piauí e desembargador do Tribunal de Justiça do Estado.

Fonte: JTNEWS

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