Tribunal de Justiça determina retorno de Arimatéia Azevedo à prisão

A 2ª Câmara Criminal do TJ-PI tornou sem efeito a prisão domiciliar do jornalista em razão da COVID-19.Que a Justiça deixe claro onde o preso deva ser custodiado, pois a ACADEPOL não é prisão

A 2ª Câmara Especializada Criminal do Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) julgou na manhã desta quarta-feira (22) o habeas corpus impetrado pelo jornalista Arimatéia Azevedo. Antes de ser submetido à prisão domiciliar o jornalista do AZ, havia sido levado à Penitenciária Irmão Guido, entretanto, por interferência de autoridade da segurança pública os policiais civis o levaram à Academia de Polícia Civil (ACADEPOL), mas ali é um  estabelecimento de ensino e não penal.

Foto: Reprodução WHATSAPPArimatéia Azevedo no momento em que saia do 12º DP pra a Penitenciária Irmão Guido
Arimatéia Azevedo no momento em que saia do 12º DP pra a Penitenciária Irmão Guido

Por dois votos a um, foi revogada a liminar que concedia a prisão domiciliar do jornalista, em razão da pandemia de COVID-19. Assim, Arimatéia Azevedo volta a ser recolhido a uma das unidades prisionais do Estado.

O desembargador Joaquim Dias de Santana Filho, relator do Habeas Corpus, votou pela permanência da prisão domiciliar, enquanto os desembargadores José Ribamar Oliveira e José James votaram pela denegação da ordem.

O Tribunal de Justiça acatou o parecer do procurador de Justiça do Ministério Público do Piauí (MP-PI), Antônio Gonçalves Vieira, que recomendou o retorno de Arimatéia Azevedo à prisão, argumentando que já existe decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em caso semelhante. Confira na íntegra o Parecer.

Arimatéia foi preso pelo suposto crime de extorsão

A Polícia Civil, por meio do GRECO, deu cumprimento a dois mandados de prisão preventiva, na manhã do último dia 12 de junho, em desfavor do jornalista e proprietário do Portal AZ, José de Arimatéia Azevedo, e do professor universitário Francisco Barreto, acusados de crime de extorsão contra cirurgião plástico Alexandre Andrade Souza, de Teresina.

Foto: Divulgação/Rede SocialMédico Alexandre Andrade, cirurgião plástico que denunciou ser vítima de extorsão por Arimatéia
Médico Alexandre Andrade, cirurgião plástico que denunciou ser vítima de extorsão por Arimatéia Azevedo

Segundo Alexandre, uma matéria teria sido publicada no Portal AZ, em 6 de janeiro, expondo problemas em um procedimento cirúrgico realizado por ele. Um dia após a publicação, o médico foi contatado e avisado que outras reportagens seriam publicadas a menos que ele realizasse um acordo financeiro com o jornalista.

Em 22 de fevereiro, Alexandre resolveu denunciar o caso ao conhecimento do GRECO, que começou as investigações e reuniu elementos que levaram até a prisão do jornalista.

Em 6 de junho, Arimatéia foi removido do 12º DP sob escolta especial do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRECO) para a Penitenciária Irmão Guido, em Teresina. Depois, por interferência superior, ele foi levado para a Academia de Polícia Cívil (ACADEPOL-PI), o que o JTNEWS contestou, levando em consideração que o local se trata de uma instituição de ensino policial e não uma prisão.

No dia 17 de junho, o desembargador Joaquim Santana Filho, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Piauí concedeu prisão domiciliar ao jornalista. Na decisão, o desembargador considerou a atual pandemia de COVID-19 e o fato de o jornalista ser idoso e portador de comorbidades, o que o tornaria integrante do grupo de risco.

Fonte: JTNEWS

Comentários