Sofre com sinusite ou rinite? Entenda os sintomas básicos e como prevenir

Em relação à sinusite, o especialista Lopes orienta que a prevenção é um pouco mais complicada e o acompanhamento médico é necessário

As baixas temperaturas, típicas do outono e do inverno, chegaram e parece que vieram para ficar em algumas regiões do país. E o clima ameno é propício para novas alergias e pode desencadear doenças respiratórias. Fora isso, o tempo seco —comum nessa época do ano— é prejudicial às vias nasais, pode dificultar a respiração e agravar problemas como rinite e sinusite.

Segundo Tomás Filipe Pellegrini Lopes, médico otorrinolaringologista e especialista em otologia e neurotologia com foco em comunicação humana, nessas doenças há uma inflamação do nariz e dos seios da face. No entanto, a definição é genérica e diz respeito somente às condições como um todo. "Ao sermos preciosistas em umaclassificação, existem diversos termos que precisam ser explicados", revela Lopes.

"No geral, quando falamos em rinite, nos referimos às inflamações causadas por fatores irritativos e alérgicos; enquanto, para sinusite, nos referimos à presença de um micro-organismo que causa o problema", explica o médico otorrinolaringologista. "Em outras palavras: rinite não é um quadro infeccioso, enquanto a sinusite é".

Por mais que ambos os diagnósticos sejam respiratórios, segundo Lopes, é importante identificar os causadores de cada doença. "Ao mesmo tempo em que a rinite é desencadeada por fatores como pó, poeira, pólen, pelo de animal, ácaro, mofo, produtos tóxicos etc.; a sinusite acontece quando há um vírus, bactéria, fungo ou protozoário inflamando a mucosa do narize os seios da face". Então, a principal diferença entre as duas é a relação da causa de cada problema.

Porém, como ambas resultam em inflamação, partilham de sintomas em comum: obstrução nasal, sensação de congestão, saída de secreção (rinorreia) e, por vezes, tosse. A pessoa também pode ter coceiras e espirros. "Mas, normalmente, esses dois sintomas são mais comuns em situações como rinite, principalmente as de origem alérgica".

Outro fator importante para diferenciar uma [doença] da outra é o que os médicos chamam de fatores associados. As sinusites, por serem quadros infecciosos, tendem a gerar sintomas sistêmicos, ou seja, mal-estar, prostração, dor no corpo e, às vezes, até febre. Lopes reforça que, ainda que essas sensações surjam, nem sempre revelam um quadro totalmente grave, que precise de tratamento com antibiótico, por exemplo.

O médico explica ainda que os vírus causam esses sintomas mais frequentemente do que as bactérias. "Dengue, gripe, covid e febre amarela, por exemplo, são todas doenças virais e, como sabemos, podem causar dor no corpo, mal-estar e febre", conta. "Isso provavelmente ocorre porque os vírus são partículas muito pequenas e se espalham pelo corpo com muito mais facilidade do que as bactérias", esclarece Lopes.

Prevenção

De acordo com Lopes, mesmo que os sintomas entre a sinusite e a rinite sejam semelhantes, os fatores de prevenção mudam —afinal, patologicamente, são dois diagnósticos. No entanto, há uma alternativa que pode ser utilizada em ambos os casos. "A lavagem nasal com soro fisiológico é a medida preventiva e terapêutica mais eficiente. Ela é tão eficiente que alguns autores dizem que se for para escolher entre lavar o nariz ou tomar qualquer remédio, lave o nariz".

Segundo o médico, para realizar o procedimento, é necessário encher uma seringa com soro fisiológico a 0,9% e injetar nas narinas com uma certa pressão. Lopes reforça que esse tipo de lavagem remove tanto as partículas que possam desencadear a rinite quanto micro-organismos que possam determinar infecções.

Ainda em termos de limpezas nasais, o médico recomenda o uso de um dispositivo chamado Lota ou Net Pot, que pode ser utilizado para substituir a seringa ou sprays de jato contínuo. "Ele lembra a lâmpada do Aladin, mas, ao invés de óleo, coloca-se soro ou água salinizada e verte-se com o bico introduzido na fossa nasal". Lopes reforça que essa prática é bastante utilizada na medicina ayurveda e que o objeto foi criado há milênios.

Mesmo que alguns objetos possam colaborar para a diminuição dos sintomas, Lopes reafirma que a prevenção também precisa envolver o âmbito da higiene ambiental, isto é, "remover do ambiente fatores que eventualmente irão desencadear o quadro, como pó e ácaros". Neste caso, a limpeza do ambiente domiciliar e laboral é imprescindível, assim como o uso de água e sabão para limpar superfícies. No entanto, Lopes alerta que produtos com cheiro forte tendem a piorar os quadros de rinite, assim como varrer o chão, por exemplo. "Ao varrer, as partículas de poeira se dispersam no ar, melhor usar um pano úmido".

Os cuidados domésticos, inclusive, não param por aí. O médico reforça que roupas de cama, colchão e travesseiros também costumam ser foco do problema, já que acumulam ácaros. "A solução para o colchão e travesseiros, por exemplo, é encapá-los com plástico ou utilizar fronhas impermeáveis".

Para quem sofre com rinite alérgica, Tomás Lopes também sinaliza que é importante ter cuidado com a higiene pessoal. Segundo o médico, perfumes, devido aos aromas, podem agravar as crises e, nesse caso, as opções neutras são as mais indicadas - assim como xampus, condicionadores e sabonetes.

Além disso, manter a casa arejada é essencial para evitar o mofo. "Existem produtos antimofo que absorvem a umidade do ar. Mas, se o problema for o oposto, isto é, ar muito seco, a solução são os umidificadores", sugere. "No mercado, ainda existem soluções de purificação do ar para remover partículas e micro-organismos, mas ainda não há muitos estudos que comprovem a eficácia clínica".

Em relação à sinusite, Lopes orienta que a prevenção é um pouco mais complicada e o acompanhamento médico é necessário. "Se você tiver um desvio de septo ou outra patologia anatômica, pode ser um fator que determina episódios recorrentes de sinusite. Neste caso, a correção cirúrgica pode ser necessária", finaliza.

Fonte: JTNEWS com informações da UOL

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