Número de mortes por COVID-19 em Minas apresenta desigualdade de até uma semana

Demora para identificar causa de óbitos faz com que boletins do governo se refiram, em média, a quatro dias e meio antes da data da divulgação

Em 30 de março, morreu a sétima pessoa em decorrência do Novo Coronavírus em Minas Gerais. Porém, por conta da demora nas investigações, o número oficial de mortes só atingiu esse patamar no boletim diário da Secretaria de Estado de Saúde (SES) uma semana depois, em 6 de abril.

Foto: Leandro Couri/EM/D.A PressEm média, a demora para a confirmação de uma morte por COVID-19 no estado é de quatro dias e meio
Em média, a demora para a confirmação de uma morte por COVID-19 no estado é de quatro dias e meio

Naquela data, o boletim epidemiológico divulgado diariamente pelo governo apontava que 9 pessoas haviam morrido em decorrência da doença no estado. O número real de mortes, porém, era duas vezes maior: 18.

Os casos, identificados em análise do Estado de Minas com base em dados da própria SES, são extremos, mas dão uma amostra da defasagem das informações sobre a COVID-19. Números divulgados oficialmente numa data se referem, na verdade, a ocorrências registradas dias antes.

Em média, a demora para a confirmação de uma morte por COVID-19 no estado é de quatro dias e meio. Na análise, foram levadas em consideração dados até 19 de abril, último dia disponível na plataforma online do governo sobre o Coronavírus.

Se o boletim desta quarta-feira aponta 47 mortes por coronavírus em Minas Gerais, os números reais atualizados tendem a ser maiores. Afinal, 78 óbitos estão em investigação.

Em geral, essa diferença se deve justamente ao prazo para se a COVID-19 foi ou não causa de determinada morte. As unidades de saúde são orientadas a notificar óbitos, casos suspeitos e confirmações da doença no mesmo dia em que recebem os pacientes.

No gráfico abaixo, é possível identificar a diferença entre o número de mortes divulgada no boletim diário oficial da SES e a quantidade atualizada de óbitos, que se aproxima mais da realidade. 

Foto: SSES-MG.
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Fonte: Jornal Estado de Minas

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