Menino contrai COVID-19 enquanto internado e hospital municipal cobra pelo teste
Após sete dias de internação, o garoto de 3 anos passou mal e o hospital se recusou a fazer o teste de COVID-19 enquanto a família não pagasseUm hospital municipal em Nova Mutum, em Mato Grosso, cobrou de uma família carente o valor de R$ 250 por um teste de COVID-19 para um garoto de 3 anos, que pode ter contraído o vírus no próprio hospital.
Dominicke, que tem hidrocefalia, foi abandonado pela mãe biológica e passou a ser criado pela bisavó, a aposentada Ayres Carlos da Costa, 70.
No dia 5 de junho, o garoto deu entrada em uma internação no Hospital Municipal Instituto Santa Rosa com fortes dores de cabeça e convulsões. Após sete dias de internação, Dominicke passou mal.
"Começou com uma ronqueira no peito e a ficar sufocado", conta dona Ayres. "Corri, chamei a enfermeira. Ela levou ele para sugar o catarro do peito."
O que chamou a atenção da aposentada foi que, ao aspirar o pulmão do garoto, "saía muito sangue, uns 200 ml por vez".
"Eu perguntei se não podia ser COVID-19, e eles disseram que não. Mas como saía muito sangue, eu insisti e eles descartaram novamente", conta. "Eu sou analfabeta, vivi a vida toda na roça, mas pelo que eu estava vendo não era coisa boa, era grave. E pedi novamente para fazerem um exame".
Depois de passar o dia no hospital, dona Ayres voltou para casa. O pai do menino, encarregado de passar as noites com ele, ligou dizendo que o hospital autorizava o exame e que o valor era de R$ 250.
"Eu disse que podia fazer o exame, que não tinha dinheiro nem cartão, mas que eu ia arrumar o dinheiro nem que tivesse de pedir na rua", conta. "Mas não fizeram o exame. Disseram que, enquanto não pagasse, não iam fazer."
Quando o valor foi pago a uma clínica particular, o exame foi realizado. "E deu positivo", diz ela com voz embargada. "Desde então, não consegui mais ver o neném."
A bisavó foi posta em quarentena e o garoto, levado para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá, onde ainda recebe cuidados.
"Eu achei um abuso cobrar pelo exame. Uma falta de respeito com a vida de uma criança. Ele já estava internado, tinha esse direito ao exame. E se ele pegou a COVID lá dentro? Me deram 11 horas pra pagar, só que pobre não tem dinheiro na mão assim", declara a avó da criança.
Procurada pelo UOL, a prefeitura de Nova Mutum não respondeu até o fechamento da reportagem.
Fonte: UOL Notícias
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