Manifestação dos servidores públicos contra PEC-32 nessa terça (3/8), em Brasília impulsiona greve geral dia 18

Após manifestação de servidores contra PEC-32 do “desmonte dos serviços públicos” nessa terça-feira em Brasília, trabalhadores do setor público planejam “greve geral para 18/08

Manifestação organizada pelas Centrais Sindicais e pela UPB (União dos Policiais do Brasil), nesta terça-feira (3/8) na Esplanada dos Ministérios em Brasília, coincidiu com o retorno dos deputados federais e senadores ao trabalho legislativo no Congresso Nacional.

Trabalhadores do setor público, por meio de suas diversas entidades classistas, manifestaram repúdio absoluto contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32/2020 enviada ao Congresso Nacional, por meio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem como principal objetivo retirar direitos dos servidores públicos consagrados na Constituição Federal de 1988, como a estabilidade do servidor, o acesso por concurso público, e consequentemente implantando como regra contratos temporários, inclusive nas forças de segurança pública.

Foto: Jacinto Teles/JTNEWSNo próximo dia 18 deve acontecer um dia de greve geral no País
No próximo dia 18 deve acontecer mobilização geral dos servidores públicos em todo o País

A Reforma Administrativa prevista na PEC-32  é vista como o 'desmonte dos serviços públicos essenciais' em todos os segmentos dos entes públicos, porque será promovida uma privatização desenfreada em todos os setores, como, inclusive em serviços indelegáveis como é o caso do Sistema Prisional.

Portanto, o indicativo divulgado na manifestação de ontem (3/8) é no sentido de que dia 18 próximo deve acontecer greve geral no serviço público do País, visando uma demonstração de indignação com a PEC-32 do desmonte do serviço público brasileiro, e por conseguinte que esta [PEC-32] tenha seu trâmite suspenso na Câmara dos Deputados, ou seja, rejeitada pelos parlamentares em caso de votação em Plenário.

Foto: Reprodução/YoutubeAlexa Galvão do Sinpol-DF dala sobre manifestação dos servidores públicos na Esplanada dos Ministérios em Brasília
Alex Galvão do Sinpol-DF fala sobre manifestação dos servidores públicos na Esplanada dos Ministérios em Brasília

O JTNEWS ouviu o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF), Alex Galvão, o líder dos policiais civis do DF, falou acerca do movimento de ontem (3/8), bem como sobre os próximos passos visando barrar a PEC-32 no Congresso Nacional. 

A adesão dos servidores ao ato foi ressaltada pelo presidente do Sinpol-DF, Alex Galvão, como razão para que essa luta tenha sucesso. “Muitos policiais vieram de longe para essa manifestação. Nós já estivemos em duas carreatas, também aqui na Esplanada dos Ministérios, que foram um sucesso. E, daqui para frente, temos que aumentar ainda mais a adesão nessa luta”, afirmou o dirigente sindical.

Segundo ele, é necessário que os policiais se comprometam a buscar, nas bases, o apoio de mais colegas “desmistificando a polarização que temos, hoje, em voga” porque, de acordo com Galvão, “ainda há colegas que não conseguem compreender o tamanho do prejuízo que os servidores públicos vão sofrer”.

“Essa PEC afeta não só a Segurança Pública, nem só a Educação ou só a Saúde: ela afeta toda a sociedade”, completou o dirigente sindical da Polícia Civil do Distrito Federal. 

A série de atos que devem ocorrer contra a Reforma Administrativa já tem data para uma nova manifestação: dia 18 deste mês será realizado o Dia Nacional de Mobilização Contra a PEC 32, quando haverá um dia inteiro de paralisações e manifestações em todo o país.

A PEC- 32 desfavorece o trabalho indelegável dos Policiais Penais, na medida em que 'escancara' os contratos temporários

O presidente da Associação dos Policiais Penais do Brasil (AGEPPEN-BRASIL), Jacinto Teles, em sua fala durante a Manifestação na Esplanada dos Minitérios nessa terça-feira (3/8) em Brasília, enfatizou que, dentre os malefícios da PEC-32 para os servidores e a sociedade, essa proposta malevolente favorece a privatização no Sistema Prisional.

Pois pretende escancarar a contratação de temporários nos estabelecimentos penais, onde a atividade de segurança pública deve ser desenvolvida privativamente pela Polícia Penal.

Denunciou o líder classista nacional, que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, já vem tentando a privatização no sistema prisional a todo vapor, tanto é que já determinou ao presidente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), Márcio Schiefler Fontes, que promovesse consulta pública para discutir cogestão, parcerias público-privadas e privatização prisional.

Na discussão ora referenciada os empresários ligados ao Sindicato SEMPRE [das empresas de segurança privada, de privatização prisional] já manifestaram-se por duas vezes, uma no plenário do CNPCP e outra no Grupo de Trabalho (GT) instituído para analisar o objeto da consulta.

A Associação dos Policiais Penais do Brasil foi ouvida dia 20 de julho no Grupo de Trabalho [instituído no âmbito do CNPCP] ocasião em que apresentou razões técnicas, legais e constitucionais propugnando pelo arquivamento da consulta, haja vista não ter viabilidade legal para seguir em frente.

Confira a seguir a fala do presidente da AGEPPEN-BRASIL durante a manifestação pública.

Fonte: JTNEWS

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