Incêndio na divisa do Ceará e Piauí já dura quatro dias e só deverá ser controlado nesta terça (17)

Bombeiros dos dois Estados e moradores da região tentam apagar o fogo que começou na quinta-feira (12). Não há vítimas, porém fazendeiros apontam prejuízos irreparáveis

Hoje (16), completa quatro dias que um incêndio considerado de grandes proporções castiga a região no limite entre os municípios de Parambu (CE) e Pimenteiras (PI). 

Quatro equipes do Corpo de Bombeiros atuam na ação integrada entre os dois estados para controlar as chamas que causam prejuízos a produtores rurais na região. O incêndio só deverá estar completamente controlado amanhã (17), de acordo com a previsão do Corpo de Bombeiros.

Foto: Carlos Marlon/Diário do NordesteIncêndio em Parambu ocorre há quatro dias e atinge propriedades na proximadade da divisa com o Piauí
Incêndio em Parambu ocorre há quatro dias e atinge propriedades na proximadade da divisa com o Piauí.

Desde quinta-feira (12), de acordo com o Corpo de Bombeiros do Ceará, agentes do batalhão de Tauá (CE) trabalham na ocorrência. 

Na sexta-feira (13), o efetivo ganhou o reforço de agentes lotados em Picos (PI) e Crateús (CE), confirma o comandante do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará, coronel Eduardo Holanda.

Além da divisa do Ceará, o fogo se alastra por solo piauiense. Hoje (16), um helicóptero da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) será encaminhado para o local. A aeronave deverá contribuir no combate direto ao incêndio e também na visualização aérea da região para adequar estratégias.

A estimativa dos responsáveis pelo trabalho é de que o fogo tenha destruído área de aproximadamente 50 hectares, o que equivale a cerca de 70 campos de futebol. Ao longo de todo o dia de ontem (20), bombeiros atuaram na área. Moradores do local também montaram frentes de serviço para auxiliar os profissionais e usam caminhões-pipas e baldes na tentativa de diminuir o desastre.

Os produtores locais disponibilizaram ainda maquinário, como tratores e retroescavadeiras, para auxiliar os trabalhos. Os equipamentos são usados pelos bombeiros na formação de aceiros, técnica que usa a vegetação local para interromper o fluxo do incêndio.

Foto: Wandemberg Belém/Diário do NordesteVegetação da Serra dos Cariás foi destruída
Vegetação da Serra dos Cariás foi destruída

Além da vegetação seca, que favorece o alastramento das chamas, o terreno também dificulta o controle do fogo. De acordo com o tenente-coronel Homero Catunda, comandante do Batalhão do Corpo de Bombeiros de Crateús, o espaço é inclinado, colaborando para ampliação da área atingida, além de dificultar o trabalho no local. "Por essas condições, a gente acredita que o incêndio só venha a ser controlado na terça", disse.

Ainda não há informações sobre as possíveis causas do incêndio, mas a suspeita é de que o caso tenha sido motivado por interferência humana. O tenente Alysson Rangel, sub-comandante do Corpo dos Bombeiros em Picos (PI), afirmou que ocorrências desse tipo são consideradas "atípicas" na região.

Prejuízos

"Queimou minha terra toda. Ainda não contabilizei, mas o prejuízo foi grande demais. Perdi minha reserva de mata velha (feita para alimentar o pasto), cerca e duas fiações elétricas. É irreparável", considera Veridiano Pereira Loyola, dono de uma propriedade localizada na Serra dos Cariás, na zona rural de Parambu.

Segundo ele, as primeiras chamas começaram no local conhecido como Serra da Ivoneide.

Também fazendeiro da região, Rogério Possidônio calcula que os prejuízos superem R$ 200 mil, levando em consideração o valor de uma cerca recém construída na propriedade dele, destruída pelo fogo. O pasto nativo foi destruído e acesso a água é difícil na região.

Fonte: JTNews com informações do Diário do Nordeste

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