Funcionários dos Correios entram em greve em todo o país

De acordo com a federação, os grevistas são contra a privatização da estatal, reclamam do que chamam de "negligência com a saúde dos trabalhadores" na pandemia

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (FENTECT) informou nessa terça-feira (18) que a greve da categoria teve adesão de 70% dos trabalhadores em todo o país. Não há prazo para o fim da greve.

Foto: Divulgaçãocorreios
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Já os Correios informaram que 83% dos funcionários trabalharam normalmente na manhã desta terça, conforme um balanço realizado pela companhia.

De acordo com a federação, os grevistas são contra a privatização da estatal, reclamam do que chamam de "negligência com a saúde dos trabalhadores" na pandemia e pedem que direitos trabalhistas sejam garantidos.

A entidade afirma que desde julho os sindicatos tentam dialogar com a direção dos Correios sobre estes pedidos, o que, segundo eles, não aconteceu. Alegam que, em agosto, foram surpreendidos com a revogação do atual Acordo Coletivo que estaria em vigência até 2021.

Em nota emitida pelos Correios, afirmou que a paralisação parcial dos empregados dos Correios, que teve inicio nessa segunda-feira (17) pelas representações sindicais da categoria, não afeta os serviços de atendimento da estatal. E que um levantamento parcial, realizado na manhã dessa terça-feira (18), mostra que 83% do efetivo total dos Correios no Brasil está trabalhando regularmente.

Nota:

Desde o início das negociações com as entidades sindicais, os Correios tiveram um objetivo primordial: cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia.

Conforme amplamente divulgado, a diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período – dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida.

Diversas comunicações inverídicas e descontextualizadas foram veiculadas, com o intuito apenas de provocar confusão nos empregados acerca dos termos da proposta. À empresa, coube trazer as reais informações ao seu efetivo: nenhum direito foi retirado, apenas foram adequados os benefícios que extrapolavam a CLT e outras legislações, de modo a alinhar a estatal ao que é praticado no mercado.

Os trabalhadores continuam tendo acesso ao benefício do Auxílio-creche, para dependentes com até 5 anos de idade. Os tíquetes refeição e alimentação também continuam sendo pagos, conforme previsto na legislação que rege o tema, sendo as quantidades adequadas aos dias úteis no mês, de acordo com a jornada de cada empregado: 22 tíquetes para quem trabalha de segunda a sexta-feira e 26 tíquetes para os empregados que trabalham inclusive aos sábados ou domingos.

Estão mantidos ainda – aos empregados das áreas de Distribuição/Coleta, Tratamento e Atendimento -, os respectivos adicionais.

Em uma assembleia na noite dessa segunda-feira, os funcionários dos Correios no Piauí também decidiram aderir a greve. De acordo com José Rodrigues, secretário vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Piauí (SINTECT-PI), a decisão aconteceu após tentativas de negociação por parte dos servidores em relação a direitos que foram retirados desde o dia 1º de agosto.

Foto: DivulgaçãoGreve dos Correios
Greve dos Correios

A direção dos Correios no Piauí se manifestou por meio da seguinte nota:

Os Correios não pretendem suprimir direitos dos empregados. A empresa propõe ajustes dos benefícios concedidos ao que está previsto na CLT e em outras legislações, resguardando os vencimentos dos empregados conforme contracheques em anexo que comprovam tais afirmações.

Sobre as deliberações das representações sindicais, os Correios ressaltam que possuem um Plano de Continuidade de Negócios, para seguir atendendo à população em qualquer situação adversa.

No momento em que pessoas e empresas mais contam com seus serviços, a estatal tem conseguido responder à demanda, conciliando a segurança dos seus empregados com a manutenção das suas atividades comerciais, movimentando a economia nacional.

Fonte: JTNEWS com informações dos Correios

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