Forças Armadas dão início à operação para combater desmatamento na Amazônia
A operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) foi autorizada pelo presidente Jair Bolsonaro na última quarta-feira (6)As Forças Armadas enviam a partir desta segunda-feira (11) tropas para combater o desmatamento e os focos de incêndio na Amazônia Legal. A operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) foi autorizada pelo presidente Jair Bolsonaro na última quarta-feira (6).
Batizada de Operação Verde Brasil 2, a GLO começará em três Estados: Pará, Rondônia e Mato Grosso. Depois, deverá ser estendida para as demais regiões. As ações irão até 10 de junho. O período de atuação poderá ser ampliada a pedido dos governadores. Quem coordena o trabalho é o vice-presidente Hamilton Mourão.
É o segundo ano consecutivo que o governo federal recorre aos militares para esse tipo de trabalho. Desta vez, a diferença em relação a 2019 é grande. No último ano, as Forças Armadas só foram acionadas em 23 de agosto.
No primeiro ano de gestão Bolsonaro, o aumento de queimadas e desmatamento na Amazônia repercutiu negativamente no Brasil e no exterior. De agosto de 2018 a julho de 2019, a área desmatada foi de 9.762 km², a maior desde 2008. Foi um aumento de 29,5% em relação ao mesmo período do ano anterior (agosto de 2017 a julho de 2018), segundo dados do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite) divulgados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Agora, a ideia é evitar as encrencas de um ano atrás. Os alertas de desmatamento na floresta saltaram 64% em abril de 2020, em comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo o sistema Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real), do Inpe, que serve para embasar ações de fiscalização. No acumulado de janeiro a abril, o crescimento foi de 55% em relação ao ano passado.
Segundo o decreto de GLO, os militares atuarão em ações preventivas e repressivas na faixa de fronteira, terras indígenas, unidades federais de conservação ambiental e em outras áreas federais da Amazônia legal.
Na avaliação do governo, a partir de agosto de 2019, quando foi decretada a presença de militares na região, houve uma diminuição no ritmo de corte de árvores e as queimadas criminosas.
As missões de GLO são realizadas quando há esgotamento das forças tradicionais de fiscalização. Tradicionalmente, esse combate é executado por órgãos ambientais como o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis).
Defensores do meio ambiente alegam que as Forças Armadas não podem substituir permanentemente o trabalho de agências ambientais, que nos últimos anos vem sofrendo com desfalques nos quadros de servidores.
Para Luiza Lima, do Greenpeace, o governo Bolsonaro promove inúmeras mensagens que estimulam a destruição da floresta.
“Enviar as tropas da GLO para uma temporada na Amazônia não deve fechar as feridas que o próprio governo está obstinado em abrir. Ao mesmo tempo, ao militarizar o comando das ações ambientais, a estratégia segue sendo a de rebaixar a autonomia dos órgãos que têm essa função de Estado”, disse.
A última GLO na Amazônia, batizada de Operação Verde Brasil, durou de agosto a outubro de 2019. Foram mobilizados 9.747 pessoas, ao custo de R$ 124,5 milhões, confira na íntegra.
A quantia é maior do que o todo o orçamento gasto pelo Ibama com fiscalização e combate a incêndios durante o ano de 2019: R$117,6 milhões.
Além de Bolsonaro, assinam o decreto, de nº 10.341, os ministros: André Mendonça (Justiça e Segurança Pública), Fernando Azevedo e Silva (Defesa), Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Augusto Heleno (GSI). Confira o documento na íntegra.
Fonte: Poder360
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