Ex-delegado do Dops se torna réu por incineração de corpos na ditadura

Os crimes na época da ditadura militar contam mais de 12 cadáveres ocultados e destruídos

A Justiça Federal recebeu a denúncia do MPF (Ministério Público Federal) contra o ex-delegado do Dops (Departamento de Ordem Política e Social), Cláudio Antônio Guerra, 79 anos. Ele é acusado de ter incinerado 12 cadáveres em fornos da Usina Cambahyba, em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.

Foto: Tânia Rêgo/Agência BrasilPrédio do antigo Dops, no Rio de Janeiro, está de posse da Secretaria de Estado de Segurança Pública
Prédio do antigo Dops, no Rio de Janeiro, está de posse da Secretaria de Estado de Segurança Pública

Dentre os corpos ocultados dessa forma, de 1973 a 1975, estaria o de Fernando Santa Cruz, pai do presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz.

Guerra foi denunciado com base em depoimento prestado por ele mesmo para o livro “Memórias de uma Guerra Suja”, que relata a incineração de cadáveres na Usina Cambahyba, em Campos dos Goytacazes.

Os corpos, segundo o depoimento do ex-delegado, eram recolhidos em sacos pretos na chamada ‘Casa a Morte’, em Petrópolis (RJ), e na sede do DOI-Codi (Destacamento de Operação de Informação e Centro de Operações de Defesa Interna).

Em nota, o procurador da República Guilherme Virgílio, destacou que a aceitação da denúncia pela Justiça é importante, principalmente, porque apenas 6 pessoas acusadas por crimes cometidos durante a ditadura se tornaram rés em ações penais.

Fonte: Poder360

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