Estatísticas mostram aumento de investigações sobre tráfico de drogas de quase 90%, aponta Depre
Em entrevista para o JTNews, o delegado Cadena Júnior, fala sobre o crescente número de mulheres presas por crime de tráfico de drogas, que nesse semestre de 2019, já teve crescimento de 62%.De janeiro a julho deste ano o número de inquéritos envolvendo tráfico de drogas aumentou cerca de 86,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Em todo o ano de 2018 foram instituídos 364 inquéritos, este número chegou a 308 só no período de janeiro a julho de 2019.
Os dados são da Delegacia de Proteção e Repressão a Entorpecentes (DEPRE), de acordo com informações repassadas pelo coordenador do órgão, delegado Cadena Júnior, em entrevista ao JTNews.
Ao longo do ano de 2018 foram mais de 360 inquéritos e, somente de janeiro a julho de 2019 já são mais de 308 inquéritos. A tendência é superar e muito o ano de 2018”, afirmou ele.
Ainda segundo informações de Cadena, esse aumento considerável das estatísticas da atuação da DEPRE, se deve ao fato de que o departamento está com maior número de pessoal e agora qualificados por treinamentos específicos para coibir a ação de organizações criminosas.
“Isso se deve ao levantamento que fizemos, onde estávamos fazendo as prisões daqueles indivíduos e parava por ali. Mais a partir de fevereiro e março, do corrente ano, entraram novos delegados na Depre, nós fizemos muitas cursos sobre lavagem de dinheiro, que é um crime agora autônomo - antes tinha que preceder de um crime anterior. Então começamos a colocar em prática os conhecimentos adquiridos, e começamos a investigar a organização criminosa, assim serão presos também os “laranjas”, quem está intermediando esse dinheiro, quem está escondendo bens, e tudo isso leva a associação ao tráfico”, complementou Cadena Júnior.
A quantidade de carros e motos
também cresceu em relação ao ano passado quando 20 carros e 31 motos foram apreendidas. Neste ano, só no primeiro semestre, a polícia já recolheu 21 carros e 25 motos em operações envolvendo tráfico de entorpecentes.
Também foram divulgados que o número de armas de fogo [49 em 2018 e 41 até julho de 2019], e de mulheres presas por tráfico de drogas aumentou.
De janeiro a julho deste ano o número de presos por tráfico de entorpecentes, entre homens e mulheres, aumentou em 30% no Piauí, sendo deste quantitativo, foram 65 mulheres e 307 homens e entre janeiro à julho do corrente ano, já são 46 mulheres e 195 homens.
Ainda em conversa com a nossa equipe de reportagem, o delegado Cadena informou que antigamente a DEPRE não fazia muito mandados de prisão, eles são decorrentes de lavagem de dinheiro e de organizações criminosas.
“Estamos agora, desde maio para junho, levantando toda a teia, fazendo uma investigação completa, passando por todos os demais membros. Eu prefiro prender um grande traficante, como o Valdir, que ele era foragido do Estado do Mato Grosso, foragido do Estado do Maranhão, e já estava utilizando nome falso de Valdeir e morando a dois anos aqui em Teresina e era um dos grandes fornecedores da zona sudeste. Ele foi apreendido somente com 10kg de cocaína, mas ele tinha mais de doze veículos, um jet-sky e várias casas no seu nome. A gente investigou por três meses sobre lavagem de dinheiro porque ele demonstrava um padrão de vida incoerente, e quando fomos vê durante a investigação, era tráfico de entorpecentes. Ele foi preso no início do mês de agosto e com toda a quadrilha dele, o Valdir Caldeira”, disse o delegado.
Em relação ao crescente número de mulheres presas por crime de tráfico de drogas, Cadena disse que só na metade deste ano, já se tem um crescimento de 62% .
“Elas entravam no tráfico por causa do marido e, nos bairros menores o tráfico de drogas é um empreendimento familiar, a chamada “boca de fumo”. O traficante quando é preso, a esposa ou companheira continua o negócio para manter a família. Houve um fenômeno aqui na DEPRE em julho recente, no qual prendemos 04 mulheres gestantes, sendo que uma delas já era a terceira prisão pela DEPRE, pois ela usa o artifício do supremo tribunal federal que concede os privilégios às mulheres que têm filhos de até 12 anos que dependem afetivamente e financeiramente da mãe presente, então elas ficam em prisão domiciliar. O crime de tráfico com prisão em domicílio é um prêmio, porque normalmente a boca de fumo é a residência da pessoa, então ela vai voltar para o escritório dela e continuar traficando. Infelizmente acontece isso”, confirmou ele.
Ainda em continuidade, o coordenador da DEPRE informou que as denúncias são constantes, inclusive da mulher que se encontra em prisão domiciliar, então é feita novamente uma investigação e elas são presas em flagrante, com mandado de busca e apreensão, rescindindo no mesmo crime de tráfico de entorpecentes.
“São, na sua maioria, mulheres gestantes ou com filhos em idade lactante ou menor de 12 anos, então conseguem após audiência de custódia voltar para sua casa, tornando assim, esse ciclo constante. Estamos esperando as condenações judiciais, para que elas possam cumprir sem os privilégios suas condenações. Pois as estatísticas falam das prisões em flagrantes que são provisórias, logo após serem julgadas e condenadas é que elas terão que cumprir na cadeia sua pena”, finalizou Cadena.
Fonte: JTNews
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