(Des)culpa!; por Flávio de Ostanila

"A peleja do dia a dia e os erros que cometi me ocuparam tanto que não sobrou tempo para quem esperava por mim"

Talvez eu não tenha sido um bom menino: vivia reclamando de fome, pedindo calçado e caderno, queixando-me de doenças. 

Foto: Arquivo PessoalFlávio José Pereira da Silva [Flávio de Ostanila] é policial penal, escritor, bacharel em Direito e professor de Língua Portuguesa
Flávio José Pereira da Silva [Flávio de Ostanila] é policial penal, escritor, bacharel em Direito e professor de Língua Portuguesa

Talvez eu não tenha sido um bom adolescente: saí de casa muito cedo, fugindo da pobreza, pensando em ajudar minha família. 

Talvez eu não tenha sido um bom rapaz: a peleja do dia a dia e os erros que cometi me ocuparam tanto que não sobrou tempo para quem esperava por mim. 

Talvez eu não tenha sido um bom homem: as preocupações, frustrações e todos os tipos de dificuldade cravaram uma estaca de aspereza em meu coração. 

Talvez eu não tenha sido um bom filho: todas essas fases em que me distanciei, minha mãe me carregava em orações e sofria cada dor que eu sentia. 

Mas há uma certeza: a de que, sem ela, os sonhos já não me motivam, o acordar não é tão desperto, meu andar é meio sem rumo – tudo tem um quê de languidez, e a vida parece vã.

Fonte: JTNEWS

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