Deltan Dallagnol critica Bolsonaro em relação a Moro, mas não reconhece possíveis ilícitos

O procurador da Lava Jato ver ilegalidade em todos os poderes, criticou o presidente da República acerca do Coaf; sobre suas ações no MPF, sequer citou um de seus possíveis ilícitos

O procurador da República, Deltan Dallagnol apontou sua metralhadora giratória para todos os alvos possíveis [menos no impossível, ou seja, nos seus próprios erros ou ilegalidades], sobretudo nos divulgados pelo The Intercept Brasil. 

Pelas suas palavras, deixa bastante claro que não haverá combate à corrupção que não seja por meio da Lava Jato, principalmente quando generaliza ao afirmar que todos os poderes trabalham contra o combate à corrupção, como se esta só fosse combatida por meio de Curitiba onde atua diretamente a Lava Jato.

Foto: Catraca LivreDeltan Dallagnol
Deltan Dallagnol, que direciona sua metralhadora giratória a todos os poderes da República

Após as divulgações da Vaza Jato [os vazamentos de mensagens atribuídas a integrantes da operação], ele (Deltan), passou a afirmar que não apenas a Lava Jato está ameaçada, mas todo o sistema de combate à corrupção do País. Em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, concedida na quinta-feira (22) e divulgada nesse sábado (24), ele pontuou de onde vêm esses ataques.

O representante da Lava Jato, Dallagnol, apontou sua metralhadora giratória rumo aos três Poderes da República, tais como: Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal), o Supremo Tribunal Federal (STF)  e o governo do presidente Jair Messias Bolsonaro [este mesmo que ele Deltan Dallagnol, trabalhou desesperadamente para elegê-lo], pois deixa claro que acreditava que com Bolsonaro na Presidência da República, a corrupção, a qual encherga, seria exemplarmente combatida.

E disse algo inusitado, que parece hilário: "que as mudanças que o país espera dependem da participação da sociedade, e não apenas da Lava Jato", como se antes dessa frase se acreditasse mesmo, que as mudanças de que o País necessita, seriam realmente implementadas pela Lava Jato.

É inacredittável o nível de arrogância desse procurador [integrante de uma Instituição tão inidispensável à Democracia, como o Ministério Público Federal], tornou-se useiro e vezeiro em atropelos, em possíveis ilícitos às leis processuais do País, basta vermos as gravações e relatos das "provas ilícitas" do The Intercept Brasil, e sobretudo, avaliar o nível de ética necessária de um acusador com o know how dele próprio, como se comportou em diversos processos da Lava Jato, especialmente no do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que o procurador da Lava Jato, aproveitou-se de querelas políticas de segmentos contrários ao partido do ex-mandatário da Nação, para violar posturas legais bem delimitadas na lei processual penal do País, que, aqui não precisa serem citados, pois são de domínio público.

Todos, indistintamente, têm direito ao devido processo legal, à luz da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, não importa se é criminoso de pequeno, médio, ou grande porte; até por que vivemos sob a égide do Estado Democrático de Direito. Inclusive, ele (Deltan Dallagnol), uma hora dessas vai ter de subeter-se ao devido processo legal, sabe por quê? Porque as leis, e especialmente a Justiça são para todos, e esta tarda, mas se perseguirmos com perseverança, ela chega.

A vaidade exacerbada [por que a vaidade num nível de normalidade faz bem a todos nós, contribui para a autoestima], parece ter danificado parte significativa dos neurônios do procurador Deltan Dallagnol, o que é de todo lamentável, pois a Lava Jato desenvolveu importantes ações no combate à corrupção, não obstante seus excessos ideológicos nas ações, jamais se deixará de reconhecer os avanços concretizados, entretanto, não se pode coadunar com malfeitos de ninguém, imagine dos homens e mulheres da Lei.

Aprendi desde muito cedo, que não se deve combater um erro com outro, e quem me ensinou isso não foi nenhum doutor catedrático da intelectualidade não, foi o seu Didiício [meu genitor de saudosa memória], lá na roça no pé do morro do Pico no centro do semiárido Nordestino na labuta da agricultura de sobrevivência.

“O que a gente vê no Brasil? A gente vê um movimento amplo [de enfraquecimento do combate à corrupção]. Não é um movimento restrito; não é uma pessoa ou duas. A gente vê um movimento que engloba o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”, disse Deltan, para quem os vazamentos das mensagens da Lava Jato fazem parte dessa mesma agenda.

Do STF, Deltan destacou decisões recentes dificultando o uso de informações da Receita Federal e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) em investigações." Mas, não disse sequer um dos seus atos ilegais citados para receber dados da Receita Federal sem autorização judicial ou legal incontroversa. Para ele e por ele tudo pode?

Foto: Alan Santos/PRPresidente Jair Bolsonaro em evento no Palácio do Planalto, em junho, ao lado do ministro da Justiça. Sérgio Moro, que preside o Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas
Presidente Jair Bolsonaro em evento no Palácio do Planalto, em junho, ao lado do ministro da Justiça. Sérgio Moro

"Deltan citou as supostas tentativas de intervenção de Bolsonaro na Polícia Federal e na Receita Federal, as mudanças no Coaf, a possibilidade de o presidente não indicar um procurador-geral da República que esteja na lista tríplice do MPF e a falta de prioridade dada pelo Planalto ao projeto anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro.

“O presidente Jair Bolsonaro, ao longo da campanha eleitoral, se apropriou de uma pauta anticorrupção. (...) Agora, o que nós vemos é que ele vem se distanciando desta pauta de corrupção quando coloca em segundo plano o projeto anticrime do juiz federal Sergio Moro. Ele coloca em segundo plano essa pauta quando ele faz mudanças no Coaf e desprestigia o auditor da Receita Federal Roberto Leonel [indicado por Moro para o Coaf], que trabalhou na Lava Jato.”

Ora, não é necessário fazer um esforço de raciocínio, não diria nem lógico, comum mesmo, para entender que esse senhor Dallgnol, se acha acima de tudo e de todos, somente ele [ou os que pensam como ele] têm capacidade de identificar e combater errros de toda natureza neste País.

Essa é a opinião do Editor desta matéria do JT News, salvo melhor juízo.

Fonte: JT News, com informações da Gazeta do Povo

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