Silvio Barbosa

Professor concursado do Curso de Comunicação Social da UFPI, campus Teresina. Doutor em Comunicação e Mestre em Filosofia do Direito é advogado e jornalista, com 24 anos de experiência de mercado, tendo trabalhado em empresas como Rede CBS (Estados Unidos), Globo, Bandeirantes, Record e TV Cultura. Autor dos livros TV e Cidadania (2010) e Imprensa e Censura (no prelo) e dos documentários Vale do rio de lama - no rastro da destruição, e Sergio Vieira de Mello, um brasileiro em busca da paz no mundo.
Professor concursado do Curso de Comunicação Social da UFPI, campus Teresina. Doutor em Comunicação e Mestre em Filosofia do Direito é advogado e jornalista, com 24 anos de experiência de mercado, tendo trabalhado em empresas como Rede CBS (Estados Unidos), Globo, Bandeirantes, Record e TV Cultura. Autor dos livros TV e Cidadania (2010) e Imprensa e Censura (no prelo) e dos documentários Vale do rio de lama - no rastro da destruição, e Sergio Vieira de Mello, um brasileiro em busca da paz no mundo.

Só nos resta chorar diante da violência dos que se dizem seguidores do Cristo

Uma criança, vítima do pior dos horrores, ainda foi vilipendiada pelos falsos cristãos

Toda a história é um grande conto – real – de horror. Menina pobre, sem pai, com mãe indigente e andarilha, é criada pelos parentes em meio à miséria no norte do Espírito Santo.

Foto: Rede Católicos LGBTRede Católicos LGBT
Rede Católicos LGBT

Aos 10 anos, é levada pela avó ao hospital pelo inchaço na barriga. A doença foi diagnosticada como gravidez. Gravidez incestuosa, estupro dentro de casa que, como afirmam os dados oficiais do Brasil, é a forma mais comum desse crime acontecer; exatamente, dentro de casa e por uma pessoa diretamente ligada à criança, nesse caso, um tio.

A menina afirmou que era abusada por ele desde os 6 anos e que não podia contar a ninguém porque era ameaçada. Preso, o monstro confirmou o sexo com a criança, mas disse que pode não ser o pai porque o avô e outro tio também abusavam dela.

O italiano Dante Alighieri nos detalhou os nove círculos de sofrimento do Inferno em seu livro A Divina Comédia. Mas em nenhum desses infernos há lugar descrito para esses criminosos, que são estupradores, pedófilos e incestuosos, tudo somado num único ato escabroso.

Estamos horrorizados com isso... e horrorizados também com a reação dos cristãos que foram protestar, na porta do hospital, contra a realização da cirurgia de interrupção de gravidez, corretamente autorizada pela Justiça. A lei é clara e não é de agora. Desde os anos 40 do século passado, mulheres estupradas tem o direito legal de interromper a gravidez fruto da violência. São 80 anos em que a lei garante esse direito à vítima do estupro. Entretanto, fanáticos religiosos foram incentivados pela ativista criminosa Sara Winter a atacar a menina de 10 anos, chamada de assassina.

Sara, que já foi neonazista, depois feminista e comunista, agora se diz curada de tudo e virou Bolsonarista radical. Só mesmo um perfil esquizofrênico como esse para poder explicar a maldade que ela propaga ao identificar o nome da menina estuprada e dizer aos seus fanáticos seguidores em que hospital seria a cirurgia de interrupção da gravidez. É contra a lei (ECA) identificar crianças e adolescentes em situação que represente risco à sua existência.  Sara, a esquizofrênica bolsonarista, teve seu perfil e ganha pão (vende livros e palestras) no Instagram deletado. E agora deve responder pelo risco à integridade física da menina, amaldiçoada pelos cristãos, tão verdadeiros quanto uma moeda de 100 reais.

Numa postagem no Instagram em solidariedade à menina tão horrivelmente martirizada pela vida, a Rede Católicos LGBT disse: “perdão se algum dia um cristão te decepcionou. Te garanto que Jesus não é igual a essa pessoa”. Deus queira que não... Deus queira que Jesus não seja igual a essas pessoas “religiosas” que se reuniram na porta do hospital, em Recife, para xingar uma menina de 10 anos de assassina.

Gente fanatizada, manipulada e ignorante do que se passa no próprio país. Aqui no Brasil, segundo o governo, há seis abortos diários autorizados pela Justiça em meninas de 10 a 14 anos que foram estupradas. A menina do Espírito Santo não é uma exceção. Ela é parte da pandemia da violência sexual contra crianças. Vergonha, Brasil, vergonha!!!

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