Noélia Sampaio

Advogada, professora, especialista em direito do trabalho, membro das Comissões de Direito do Trabalho e da Mulher OAB/PI, membro da Comissão feminista da ABRAT, ativista em defesa dos direitos da Mulher, co-autora do Livro: Mulheres Desvelando o Cotidiano e seus Múltiplos Desafios.
Advogada, professora, especialista em direito do trabalho, membro das Comissões de Direito do Trabalho e da Mulher OAB/PI, membro da Comissão feminista da ABRAT, ativista em defesa dos direitos da Mulher, co-autora do Livro: Mulheres Desvelando o Cotidiano e seus Múltiplos Desafios.

Dia do Trabalhador: uma marca de luta constante desde muitos séculos

Com a reforma trabalhista de 2017, os trabalhadores, profissionais e operadores de direito se viram lutando para manter direitos já conquistados

O Dia do Trabalhador, comemorado em alguns países do mundo no dia 1º de Maio [a exemplo do Brasil],  surgiu em 1886, quando trabalhadores americanos fizeram uma paralisação  para reivindicar melhores condições de trabalho. Com isso, o movimento se espalhou pelo mundo.

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Temer aprovou Reforma Trabalhista dizendo criar empregos; Bolsonaro aprovou Reforma Previdenciária prometendo o mesmo. Moral da história: ambos arruinaram a vida do (a) trabalhador (a) brasileiro (a)

Em 1889, operários que estavam reunidos em Paris (França) decidiram que a data se tornaria uma homenagem aos trabalhadores que haviam feito greve 3 (três) anos antes.

Foto: pixabay.com.brtrabalhador
Trabalhador rural: atende o campo e a cidade/Imagem ilustrativa

No Brasil, no ano de 1924, o então presidente Artur Bernardes decretou feriado oficial nesta data. O feriado teve início no nosso pais, quando imigrantes europeus, a partir de 1917, resolveram parar o trabalho para reivindicar direitos.

É feriado, é dia de descanso, mas também é uma data voltada para a lembrança de lutas em prol dos trabalhadores (as). Não por acaso, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi anunciada no dia 1º de maio de 1943, pelo então presidente Getúlio Vargas.

É, pois, uma data muito importante para trabalhadores e trabalhadoras de todo o pais, muitas dessas pessoas perderam suas vidas no Século XIX, foram grandes lutas pelas conquistas e não será diferente de agora em diante.

Com a reforma trabalhista no ano de 2017, os trabalhadores, profissionais e operadores de direito se viram lutando para manter direitos já conquistados até o presente momento. E não para!

No Brasil ainda se enfrenta três grandes problemas que afligem a sociedade e ao (a) trabalhador (a): trabalho infantil, trabalho análogo a escravo e acidentes de trabalho e/ou doença ocupacionais. Não são problemas tão distantes da nossa realidade, no dia a dia nos depararmos com crianças vendendo doces ou outros produtos nos sinais e/ou bares para ajudar na manutenção da casa, ou seja, uma infância menos favorecida e desassistida.

Sobre o trabalho análogo à condição de escravo, que é inadmissível em pelo século XXI, nos esbarramos com a “escravidão moderna”, mas também com os noticiários nos dando conta que em fazendas, empresas ou estabelecimentos privados, há empregados realizando trabalhos que atentam a dignidade do ser humano.  

Já as doenças ocupacionais, equiparadas a acidente de trabalho são hoje uma grande realidade e um desafio, em especial em alguns segmentos, que cobram, principalmente, metas inalcançáveis dos seus empregados (as), o que faz com que estes adoeçam e contraiam prejuízos incalculáveis para suas pessoas e seus familiares.

E, sobre acidentes de trabalho, o Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, de 2012 a 2018, registrou no Brasil 16.455 mortes e 4.5 milhões acidentes, um número relevante e ainda preocupante.

No atual cenário de pandemia e isolamento social, essas comemorações e reivindicações serão reinventadas, através de lives, mensagens eletrônicas etc., mas deverá ser de reflexão e de luta pela cidadania, pela democracia e atualmente, também pela manutenção de empregos.

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