Rômulo Plácido

Defensor Público Federal, Defensor Público Geral da União-DPU de 2009-2011, bacharelou-se em Direito pela UFPI em 1995. É conselheiro penitenciário do Piauí.
Defensor Público Federal, Defensor Público Geral da União-DPU de 2009-2011, bacharelou-se em Direito pela UFPI em 1995. É conselheiro penitenciário do Piauí.

Ao reconhecer parcialidade do então juiz Moro, ONU ratifica: julgamento de Lula foi uma farsa

O escárnio dos atores do processo criminal para com a sociedade era tamanho que o ex-juiz era denominado pelos procuradores como “russo”

O direito não se compraz com justiçamentos, como aquele de que foi vítima o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porque, independentemente de terem ou não sido cometidos os crimes objeto da imputação, o devido processo legal é guardião de um bem maior: o império da Justiça e do Direito.

Foto: Divulgação/ONUFoi da ONU, por meio do Comitê de Direitos Humanos, a decisão de reconhecer a parcialidade no julgamento de Lula
Foi da ONU, por meio do Comitê de Direitos Humanos, a decisão de reconhecer a parcialidade no julgamento de Lula

Um juiz parcial não pode conduzir um processo e, se o fizer, todo o processo deverá ser tornado nulo, jogando por terra o trabalho desenvolvido pela Polícia Judiciária, Ministério Público e pelo próprio Poder Judiciário.

Em artigo datado de 31 de julho de 2019, neste mesmo espaço, já tínhamos antevisto o final melancólico da investigação levada a efeito pela denominada Operação Lava Jato, indevidamente, conduzida e dirigida por um juiz reconhecidamente parcial que, agora, após decorridos quase 6 anos,  ganha maior repercussão internacional a partir do reconhecimento de tal situação pelo Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas.

Foto: Instagram/Lula/ricardostuckertex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva agradece pelo que que permanentemente já previa

O processo criminal orquestrado pelo então juiz Moro sem qualquer laivo de dúvida repercutiu e influenciou as eleições presidenciais de 2018.

O escárnio dos atores do processo criminal para com a sociedade era tamanho que o ex-juiz era denominado pelos procuradores como “russo”, em suas conversas privadas, segundo as interceptações de mensagens realizadas por hackers.

A alcunha privada do ex-juiz guardaria íntima relação com fatos que remontam ao ano de 1958, quando o então técnico da seleção brasileira de futebol, Vicente Feola, teria resolvido indicar o “caminho certo” para que o jogador Garrincha marcasse um gol decisivo em jogo contra a seleção da então União Soviética, ao que o craque teria retrucado: “Tá legal, seu Feola ... mas o senhor já combinou tudo com os russos?”.

O maior driblador de todos os tempos sabia que o resultado natural de qualquer ação humana é imprevisível e que, apenas com a conivência dos atores principais no campo oposto, é que se poderia ter uma certeza de qual seria o resultado da estratégia adotada na partida futebolística.

Foto: Reprodução/Lula MarquesO ex-juiz Sergio Moro
O ex-juiz Sergio Moro: parcialidade de "jogo combinado com Dallagnol"

O “jogo combinado” entre procuradores e juiz ruiu, a partir da intercepção de mensagens eletrônicas por hackers, e o resultado que sobressaiu de tudo isso foi um processo eleitoral viciado e um justiçamento que agora ganha repercussão internacional, sem ganhos eleitorais efetivos ao ex-juiz Sérgio Moro, a julgar pelas pesquisas eleitorais mais recentes relativas à disputa pela Presidência da República, acarretando também um resultado deletério à imagem do Brasil no cenário internacional.

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