Vereadora Paolla Miguel (PT) é vítima de racismo na Câmara de Vereadores de Campinas (SP)

Enquanto a vereadora discursava em defesa da comunidade negra, uma pessoa que estava no plenário gritou “Preta, lixo” duas vezes

Nessa segunda-feira (08/11), durante Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Campinas, a vereadora Paolla Miguel (PT) foi vítima de racismo, por parte de manifestantes antivacinas de extrema-direita que estavam em plenário durante discurso em defesa do Conselho Municipal da Comunidade Negra.

Foto: Reprodução/InstagramVereadora de Campinas Paolla Miguel (PT)
Vereadora de Campinas Paolla Miguel (PT)

Cerca de 40 pessoas ligadas à direita estavam na sessão para apoiar o vereador Nelson Hossri (PSD) no projeto contra o passaporte de vacina em eventos. Enquanto a vereadora discursava em defesa da comunidade negra, uma pessoa que estava no plenário gritou “Preta, lixo” duas vezes.

Na hora, os parlamentares reagiram. O presidente da Câmara, Zé Carlos (PSB), alertou a plateia. “Alguém na plateia disse uma palavra. Vamos apurar e identificar. Já vai separando essas imagens porque quem fez isso vai pagar.”

O vereador Gustavo Petta (PCdoB) também reagiu à ofensa racista. “Deve apurar, identificar e votar na cadeia porque racismo é inafiançável”, disse Petta.

Enquanto era ofendida, Paolla Miguel não alterou o seu tom de voz e denunciou o aumento da intolerância religiosa e no trânsito contra os negros. Ela também criticou, sem citar o nome da secretária de Cultura, Alexandra Capriolli, a prática de racismo que atrelou um rap à música de mano.

Por meio de nota, o Mandato da vereadora destacou que tomará as medidas politicas e judiciais cabíveis.

"O Mandato tomará as medidas, politicas e judiciais, cabíveis contra este caso gravíssimo de crime de ódio, mobilizado e incentivado pelos setores fascistas de Campinas, inclusive por mandatário da Câmara de nossa cidade", diz trecho.

A parlamentar terminou cantando três músicas, entre elas:

“Eu só quero é ser feliz
Andar tranquilamente na favela onde eu nasci,
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar…”

Quando ela cantou, foi vaiada. Mas se manteve firme e continuou cantando. Paolla Miguel, que pediu para que o presidente da Câmara, exigisse o uso de máscara no plenário foi orientada a fazer um boletim de ocorrência. A Câmara vai abrir um procedimento para investigar as ofensas.

Discurso da vereadora Paolla Miguel (PT) na íntegra

Fonte: JTNEWS

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