Trabalhadores do transporte público encerram greve em Teresina após acordo

Após reunião realizada ainda na segunda-feira (22), trabalhadores do transporte público de Teresina e do serviço de Transporte Eficiente decidiram encerrar a greve iniciada na manhã do mesmo dia. O acordo foi firmado após negociação entre representantes da categoria, da empresa e da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans).

Foto: Tamyris Leal

Paralisação de ônibus em Teresina

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro), Antônio Cardoso, o fim da paralisação ocorreu após o compromisso de pagamento do ticket alimentação e a garantia de regularização do plano de saúde, além da solução de outras pendências trabalhistas. Logo após o entendimento, os serviços de transporte de pessoas com deficiência e as linhas da zona Sudeste foram retomados.

A greve havia sido deflagrada por motoristas e cobradores do transporte público da zona Sudeste de Teresina, operado pela empresa Santa Cruz, e também afetou o Transporte Eficiente. De acordo com o Sintetro, a paralisação foi motivada pelo descumprimento de direitos trabalhistas básicos, como atraso no pagamento de salários, suspensão do ticket alimentação e do plano de saúde, falta de pagamento de horas extras e irregularidades no recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Antônio Cardoso afirmou ainda que a situação era agravada pela ausência do adiantamento quinzenal e por falhas no pagamento do 13º salário. “Os trabalhadores estão sem receber corretamente. Ticket alimentação, adiantamento da quinzena e 13º salário foram pagos de forma errada. Não há como continuar trabalhando nessas condições”, declarou.

Em entrevista, o diretor da empresa Santa Cruz, Joselito Anchieta Campeiro, afirmou que a principal dificuldade enfrentada pela empresa é o atraso nos repasses financeiros por parte da Strans. Segundo ele, um acordo firmado em 2022, com participação da Procuradoria-Geral do Município (PGM), previa que os repasses deveriam ocorrer até o terceiro dia útil do mês seguinte à prestação do serviço. “A falta desses repasses compromete toda a operação da empresa. No fim, quem sofre são os trabalhadores e os usuários”, disse.

Joselito também denunciou mudanças unilaterais no valor pago por quilômetro rodado. De acordo com ele, em 2024, o valor havia sido reajustado para R$ 7,50, mas a atual gestão da Strans teria reduzido o montante para R$ 6,00 sem negociação ou apresentação de planilha técnica. Posteriormente, o valor teria sido ajustado para R$ 6,10, embora, segundo o diretor, continuasse sendo pago R$ 6,00 na prática