PSB recebe Flávio Dino e se aproxima de Lula para 2022; Gleisi Hoffmann não acredita em influência de Lula nessa decisão

Segundo a Carta Capital deste final de semana, a chegada de Dino é forte sinalização de que os socialistas estarão com Lula em 2022

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro dobra a aposta no negacionismo e vê o cerco se fechar contra ele e o seu governo na CPI da Covid, o ex-presidente Lula se movimenta em busca de uma Frente Ampla capaz de tirar a extrema-direita do poder.

Foto: RICARDO STUCKERTLula e Dino são antigos aliados políticos, o governador do MA jamais escondeu sua defesa em favor do ex-presidente
Lula e Dino são antigos aliados políticos, o governador do MA jamais escondeu sua defesa em favor do ex-presidente

O movimento do petista é beneficiado pela falta de um nome forte que ocupe o chamado centro. Até o momento, de acordo com as pesquisas, não surgiu ninguém capaz de tirar Lula e Bolsonaro do segundo turno das eleições presidenciais.

Nesta semana, o governador do Maranhão, Flávio Dino, deixou o PCdoB e anunciou sua ida para o PSB. A filiação ocorre na próxima terça-feira junto com a do deputado Marcelo Freixo que, após sair do PSOL, terá o mesmo destino.

A chegada de Dino é forte sinalização de que os socialistas estarão com Lula na eleição do ano que vem, o que indica o início de uma formação de Frente contra Bolsonaro.

“Não coloquei como condicionante no debate com o PSB o apoio a candidato A, B ou C. Tenho que respeitar as decisões majoritárias. Mas, politicamente, não é segredo o meu apoio à liderança política do ex-presidente Lula. Defendo abertamente, desde sempre. Continuarei a ser defensor dessa liderança de Lula e espero que o PSB caminhe mais alinhado com isso”, disse.

No PCdoB, após a decisão de Dino, sobraram críticas até a Lula. Há no partido quem fale em “falta de solidariedade” do petista.

“É uma coisa triste, porque o PCdoB é um aliado histórico do PT, foi o único partido que o apoiou em todas as campanhas. Eu esperava uma máxima solidariedade do Partido dos Trabalhadores em um momento que nós vivemos de um enfrentamento duro da cláusula de desempenho”, afirmou em off um integrante do partido.

“Uma palavra do Lula estimulando o Flávio a se empenhar mais para o PCdoB ultrapassar essa barreira teria um grande impacto, porque o Flávio não esconde a devoção que tem pelo Lula”, acrescentou.

A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, rebateu e negou que o ex-presidente tenha interferido na decisão do governador.

“Lula não incentivou e nunca incentivaria qualquer desfiliação do PCdoB, tem enorme respeito pelo histórico do partido, assim como todos nós. Não interessa à esquerda brasileira o enfraquecimento ou desaparecimento de qualquer legenda partidária do campo”, disse.

Foto: Renato S. Cerqueira / Futura PressO presidente Jair Bolsonaro e o governador João Doria durante passagem do Comando Militar
O presidente Jair Bolsonaro e o governador João Doria que esperava-se estarem no mesmo palanque em 2022, a prevalecer a realidade do momento não tem a menor chance disso acontecer, pois estão cada vez mais distantes

Atrás nas pesquisas, Ciro Gomes tenta se viabilizar como o candidato da terceira via. O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, trabalha com a possibilidade do presidenciável ter entre 15% e 20% das intenções de voto até março de 2022.

“Nas últimas eleições, ele já teve cerca de 13% dos votos válidos. [Portanto,] não é difícil chegar a 15% ou 20%”, disse Lupi em conversa com Carta Capital.

O ex-deputado Miro Teixeira (PDT) credita as baixas porcentagens de intenção de voto em Ciro ao fato do processo eleitoral ainda não ter começado efetivamente.

"O tempo do debate é no ano que vem, que será o momento mais apropriado de fazer avaliações de possibilidades. O que se faz agora é avaliação de qualidade e o Ciro é um candidato de qualidade", afirma.

A articulação da oposição ao governo federal não se dá somente no reduto eleitoral. Neste sábado 19, o povo vai às ruas pela vacina e pelo 'Fora, Bolsonaro'.

Fonte: CARTA CAPITAL

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