Prévias do PSDB têm brigas e clima de constrangimento após falha em app
O longo período de espera no domingo acabou sendo marcado por episódios de brigas entre correligionários, em uma delas, dois homens por pouco não se agrediram fisicamenteNesse domingo (21/11), filiados ao PSDB passaram horas a fio no aguardo de uma definição quanto ao processo de escolha do candidato do partido à Presidência da República em 2022.
Sem um desfecho e em visível clima de constrangimento, militantes, lideranças e representantes de diretórios estaduais começaram a dispersar do evento realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, por volta das 18h. Muitos estavam no local desde 8h.
Participam do pleito o governador de São Paulo, João Doria; o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite; e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio.
Na ocasião, a direção da sigla havia acabado de informar a suspensão das prévias devido a falhas no aplicativo de votação. Membros da cúpula da legenda ainda discutem uma possível retomada das prévias durante a semana.
Muitos tucanos e tucanas tentaram, sem sucesso, efetivar o voto por meio de um app encomendado ao custo de R$ 1,3 milhão. O longo período de espera no domingo acabou sendo marcado por episódios de brigas entre correligionários, em uma delas, dois homens por pouco não se agrediram fisicamente.
No auditório do Centro de Convenções, por outro lado, alguns aproveitaram para cochilar enquanto aguardavam notícias atualizadas sobre o impasse. O filiado João Vitor Santos, 24, foi um dos poucos felizardos que, após quase 9 horas de tentativas, conseguiu efetivar o seu voto. "Estou orgulhoso", disse ele.
Fora do auditório, houve clima de animosidade entre apoiadores de Doria e de Leite, os dois principais concorrentes ao posto de presidenciável tucano —nos bastidores, o governador paulista é dado como favorito. A tensão ficou ainda mais elevada durante o voto da deputada federal Mara Rocha (AC), que declara voto em Leite, mas está de saída do PSDB. Ela se autodeclara bolsonarista.
Ao comparecer à cabine seis, destinada aos votos dos "cardeais" (como são chamados deputados e senadores), Mara acusou (sem provas) a campanha de Doria de tentar "comprar o seu voto". "Estou saindo desse partido e vou para o PL porque eu sou Bolsonaro", declarou ela após a confirmação na urna.
A passagem da congressista pelo local foi tumultuada. Segundo mesários relataram ao UOL, houve troca de cotoveladas e empurrões entre homens que acompanhavam a congressista e tucanos apoiadores da candidatura de Doria. "Pareciam duas torcidas saindo de um estádio de futebol", comentou uma jovem que atuava como mesária.
As horas de espera no Centro de Convenções fizeram ainda com que alguns filiados ao PSDB simplesmente desistissem de acompanhar a cerimônia das prévias. Grupos de pessoas uniformizadas com camisas personalizadas do evento foram vistas em shoppings de Brasília enquanto a cúpula partidária discutia o que fazer com o aplicativo de votação.
Aglomeração e jingles
Desde 8h, horário em que o evento começou, apoiadores de Doria e de Leite se aglomeravam na entrada do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. À espera dos candidatos, eles gritavam palavras de ordem e travavam uma batalha de apoio aos seus preferidos.
Enquanto isso, dentro do salão, os organizadores colocaram para tocar os jingles de campanhas anteriores do PSDB à Presidência —inclusive daquelas em que o partido saiu derrotado nos últimos anos.
O jingle da campanha vencedora de 1994, com o refrão "Levanta a mão, levanta a mão, Fernando Henrique é um Brasil que vai vencer", dividiu espaço com a música da derrota de Geraldo Alckmin em 2006, com o trecho "O povo quer, o povo sabe, o povo sente, agora é Geraldo presidente".
O primeiro a aparecer no Centro de Convenções, pela entrada da frente, foi o candidato Eduardo Leite. Cercado pela imprensa e em meio aos correligionários, ele pregou a união no partido após a definição do candidato.
"A política, naturalmente, no momento da eleição, ela divide, porque a gente acentua a diferença das candidaturas. Passado o processo, tendo o resultado, tenho absoluta certeza de que o partido estará unido num único propósito que é tirar o país desta polarização que gera tantos prejuízos para a população. Nós vamos unir o PSDB e depois vamos unir o Brasil", disse o gaúcho.
Poucos minutos depois, enquanto boa parte da imprensa e dos apoiadores aguardava na entrada principal, o governador João Dória apareceu no evento, mas já dentro do Centro de Convenções. Cercado por membros do partido, ele fez o caminho inverso de Leite até a entrada, para permitir a festa dos apoiadores.
Em meio à euforia dos apoiadores e a gritos de "Doria, presidente!", o candidato subiu em uma mesa para fotos e filmagens. Doria fez constantemente o sinal em "v" na horizontal, símbolo do slogan "Acelera São Paulo", marca do candidato. À imprensa, ele repetiu o discurso conciliador de Leite.
"[As prévias] são uma lição de democracia, respeitando o voto, respeitando a liberdade, o direito de todos os seus filiados votarem e escolherem seu candidato à presidência da República. O PSDB sairá mais unido e mais forte do que nunca", declarou.
Zebra na disputa do PSDB, o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, não contou com o apoio de correligionários no evento.
Fonte: UOL Notícias
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