PF investiga pagamento de propina para anular Operação Castelo de Areia
A Operação Appius, tem objetivo investigar o pagamento de supostas propinas pela empreiteira Camargo Côrrea a agentes públicos para anular a Operação Castelo de Areia, desencadeada em 2009A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (7), a operação Appius, para investigar o pagamento de supostas propinas pela empreiteira Camargo Côrrea a agentes públicos que tem como objetivo anular a Operação Castelo de Areia, desencadeada em 2009.
A Operação Castelo de Areia foi uma operação da PF, deflagrada em 2009, que investigou supostos crimes financeiros, de corrupção, de fraude à licitação, de lavagem de dinheiro, dentre outros. O centro das investigações foi a Camargo Corrêa e principal objetivo do pagamento das propinas era a obtenção de contratos públicos.
A ação penal decorrente desta operação foi suspensa por um Habeas Corpus, concedido em 2010 pelo ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), César Asfor Rocha, durante o plantão judiciário. Em 2011, a operação foi anulada pela 6ª Turma do mesmo tribunal sob a alegação de que a denúncia anônima não poderia embasar investigações.
A Castelo de Areia, por investigar esquemas de corrupção envolvendo políticos e empreiteiras, pode ser considerada a antecessora da Lava Jato, que teve início em 2014.
Nesta quinta-feira (7), são cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em São Paulo e em Fortaleza, expedidos pela 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo. São alvos da operação endereços ligados à empreiteira e ao ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça, o ex-ministro Asfor Rocha — o ex-ministro ainda não se manifestou.
A investigação tem como base a delação premiada de Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil durante os governos petistas.
A Operação Appius, como foi batizada, ocorre em parceria com o Ministério Público Federal e apura os crimes de corrupção passiva e ativa, previstos no Código Penal, além dos crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de ativos, previstos pela Lei 9.613/2018.
No acordo que Palocci firmou com a PF, ele envolveu doze políticos e dezesseis empreiteiras em transações supostamente criminosas. Muitas das revelações presentes na delação foram antecipadas por VEJA em reportagens publicadas em 2017, como a operação petista para sepultar a Operação Castelo de Areia no Superior Tribunal de Justiça (STF). A empreiteira pagou 50 milhões de reais em propinas, na forma de doação eleitoral, para Dilma Rousseff (PT) em 2010 e outros políticos do partido.
Em nota, a Camargo Corrêa afirmou que “ainda não teve acesso às informações que embasam a operação da Polícia Federal deflagrada nesta manhã. A empresa reitera que foi a pioneira, em seu setor, em firmar acordos de leniência e que permanece comprometida a colaborar.”
Fonte: JTNews com informações Poder360
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