Ode ao Policial Penal; por Flávio Pereira

"Maldito quem te chama torturador e a ti deseja no castigo ver; porém punição não causa mais dor que reconhecimento não haver"

Flávio José é agente penitenciário e escritor (FOTO PARA DESTAQUE)
Flávio José é professor, escritor e policial penal

Tu nasceste das ruínas antigas;

Das torres trancadas foste o vigiador,

Guarda de vilania inimiga;

De celas, incansável protetor.

Mantiveste o calabouço fechado,

A masmorra infecta protegida,

Os grilhões nos corpos acorrentados

Dos infelizes de marginal vida.

Injustamente de algoz chamado,

Até hoje és do mal o vigia.

Por tantas pessoas caluniado,

Carcereiro, mais que muitos expias.

Maldito quem te chama torturador

E a ti deseja no castigo ver;

Porém punição não causa mais dor

Que reconhecimento não haver.

Pois és aquele que a tudo observa;

No cárcere, com as mãos limpas, entra;

Se com palavras a paz não preservas,

Usas da bomba de efeito e pimenta.

Ilustre agente penitenciário –

Mulheres e homens de preta farda – ,

Que não teme a nenhum presidiário,

Caso falhe a tonfa, tens a espingarda.

Viatura, colete, algemas no traslado;

Escolta feita com muita atenção;

Se há ocorrência ages com cuidado;

Sempre atento à alteração.

És brado mais forte e voz mais mansa;

És do preso frágil o “melhor amigo”;

Quando em motins grades se balançam,

Instauras a ordem sem ver perigo.

Antanho de outras polícias à margem,

A ti grupamento algum é igual

Em sacrifício, força e coragem –

Bravo guerreiro, Polícia Penal!

*Flávio José Pereira da Silva é escritor, professor, licenciado em Letras Português e Policial Penal do Piauí.

Fonte: JTNEWS

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