No Piauí do "crime", DRACO indicia membros do Comando Vermelho acusados de planejar morte do delegado Charles Pessoa

O inquérito policial foi concluído e encaminhado ao Poder Judiciário na última quarta-feira (16).

O Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), da Polícia Civil do Piauí, indiciou cinco pessoas acusadas de integrarem um núcleo da facção criminosa Comando Vermelho e de planejarem a morte de diversas autoridades policiais, incluindo o delegado Charles Pessoa.

Foto: Reprodução / GP1Delegado Charles Pessoa, coordenador do DRACO
Delegado Charles Pessoa, coordenador do DRACO

O inquérito conduzido pelo delegado Agenor Ferreira Lima foi encaminhado ao Judiciário na última quarta-feira (16). Foram indiciados os seguintes investigados: Francisco Francilon de Oliveira Sousa, Irisdalva Maria de Oliveira Sousa, Antônio Francisco Gomes dos Santos, Filipe da Silva Moraes, Iago Pereira dos Santos e Fernando Ribeiro Araújo.

As investigações apontam que a célula do Comando Vermelho em Teresina é liderada por Reginaldo José de Oliveira, conhecido como “Regin”, com apoio direto de Antônio de Deus Pereira Neto, o “Fantasmão”, ambos com passagens criminais e histórico de envolvimento em facções. Os dois se encontram presos.

Em 27 de abril, o DRACO deflagrou uma operação para o cumprimento de mandados de prisão e busca e apreensão na zona norte. Durante a ação, foram presos outros suspeitos, incluindo Nancy da Silva Sousa, que confessou armazenar drogas em casa a mando de Irisdalva e seu companheiro, recebendo pagamento semanal pelo serviço.

Também foram apreendidos diversos celulares, cujos dados vêm sendo analisados. Em um dos aparelhos, pertencente a Filipe Moraes, os investigadores identificaram mensagens em um grupo de WhatsApp chamado “Prata 925”, onde havia menções ao tráfico de drogas, vigilância de rivais e ameaças de ataques a autoridades policiais.

As evidências materiais reunidas incluem mensagens, imagens, tabelas de valores de drogas e áudios, obtidos por meio da extração forense dos aparelhos apreendidos.

Ataques contra policiais

No grupo de WhatsApp, a polícia identificou ameaças a policiais após a morte de um membro da facção na capital. Uma das mensagens dizia que “Teresina ia parar” e que “iriam tocar fogo em tudo”, sinalizando uma possível série de ataques organizados.

Posteriormente, a equipe de investigação intensificou o monitoramento e, por meio do uso combinado de fontes abertas, informantes e trabalho integrado de inteligência, foi confirmada a veracidade da ameaça, constatando a mobilização de faccionados para a prática de atos de retaliação contra agentes públicos.

Em menos de 48 horas após a disseminação da ordem criminosa, foi registrado o homicídio do cabo Antônio Elenilton Araújo Galvão, policial militar lotado no 8º BPM/PMPI, morto por dois indivíduos em uma motocicleta na zona sudeste de Teresina, fato que, embora ainda sob apuração específica, apresenta forte conexão temporal e circunstancial com o conteúdo do "salve" interceptado.

Consequentemente, a equipe de oficiais investigadores conseguiu mapear e identificar alguns membros da facção Comando Vermelho responsáveis pela articulação e execução das ordens e das ações de represália, apontando, inclusive, a existência de um plano para atentar contra a vida do delegado Charles Pessoa, diretor do DRACO/PI, principal alvo das ameaças em virtude de seu papel de destaque no combate à organização criminosa.

Com base nas provas coletadas, o juiz responsável pelo caso decretou a prisão preventiva dos investigados.

Indiciamento

Diante dos indícios de autoria e materialidade, o delegado Agenor Ferreira indiciou Francisco Francilon de Oliveira Sousa, Irisdalva Maria de Oliveira Sousa, Antônio Francisco Gomes dos Santos, Filipe da Silva Moraes, Iago Pereira dos Santos e Fernando Ribeiro Araújo pela infração penal de constituir organização criminosa.

Fonte: JTNEWS com informações do GP1

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