Mentor de sequestro em Monsenhor Gil tentou extorquir empresário para pagar traficantes

As investigações da Polícia Civil do Piauí apontam que o autor intelectual do sequestro do adolescente Jorge Gabriel, identificado como Ítalo da Silva Araújo, possivelmente tentou extorquir o pai da vítima para tentar levantar a quantia de R$ 250 mil e ficar limpo das dívidas que adquiriu com o tráfico de drogas. O adolescente foi resgatado na última sexta-feira (27), em menos de 24h de diligências para solucionar o caso, e o principal acusado de cometer o crime ainda encontra-se foragido.

Foto: Reprodução

Italo da Silva Araújo

O diretor de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, delegado Anchieta Nery, afirmou que Ítalo da Silva Araújo, mais conhecido como Itinha, já possui uma extensa ficha criminal, colecionando condenação por homicídio, passagens por roubo e o trabalho das forças de Segurança do Piauí será colocá-lo atrás das grades.

“O Ítalo, conhecido como Itinha, é um cidadão de Monsenhor Gil que iniciou a vida dele praticando crimes em Monsenhor Gil e é um velho conhecido da polícia piauiense. Já foi condenado por homicídio, preso por roubos, era investigado do DRACO e, por isso, a gente conseguiu montar esse quebra-cabeça tão fácil. Ele passou uma temporada em São Paulo e, atualmente, convivia com uma mulher que foi presa em flagrante nessa situação do sequestro”, explicou o delegado Anchieta Nery. 

Antes de sequestrar Jorge Gabriel, a Polícia Civil conseguiu identificar que o grupo liderado por Ítalo da Silva Araújo tentou extorquir diversos comerciantes da região a partir do golpe da facção (quando criminosos ameaçam as vítimas, utilizando nome de facções). Como não obteve sucesso, ele acabou tentando subtrair dinheiro do pai de Jorge Gabriel, que é empresário na região, e viu no sequestro uma oportunidade palpável.

“Recentemente, ele iniciou tentativas extorsão com o “golpe da fação”, como acontece em alguns outros estados da federação. Só que aqui no Piauí, como esse é um evento raríssimo, a gente não pode ter como comum ou como aceitável. Então, todos os comerciantes a quem ele tentou extorquir procuraram a polícia, bloquearam imediatamente seu número e aí não houve sucesso nessa extorsão dele. Então, hoje, ele é um cara que tem mandado de prisão em aberto, tem uma grande dívida de droga, e aí eu acredito que, nessa situação desse desespero, ele acreditou que era possível levantar um dinheiro fazendo a restrição de liberdade dessa vítima. Eu não posso precisar com o que ele ia usar, mas eu estou trazendo uma informação que ele tinha uma grande dívida de drogas. Então todos esses últimos passos do Ítalo a gente estava acompanhando, nossa missão agora é estar junto com ele, nos passos presentes. A gente tem nove dias para dar essa resposta e tem que ser o mais rápido possível”, finalizou o diretor de Inteligência Anchieta Nery