Joice Hasselmann disse que Bolsonaro veio à sua casa no Piauí para convencê-la de candidatura

A deputada pelo PSL de SP, que até o mês passado era líder do governo Bolsonaro no Congresso, fez a declaração ontem (5) na Câmara dos Deputados onde afirmou ser vítima de 'gangues de internet"

Um detalhe que até o momento não se tinha conhecimento, foi o que declarou ontem (5), na Tribuna da Câmara dos Deputados, a deputada federal, Joice Hasselmann (PSL-SP), ou seja, de que o convite para ser candidata por São Paulo ocorreu no Piauí, por meio de visita do presidente da República Jair Bolsonaro [que se fez acompanhar dentre outros apoiadores, pela deputada Júlia Lemos].

Foto: FolhapressJoice Hasselmann faz discurso emocionado e denuncia ser vítima das 'gangues de internet'
Joice Hasselmann faz discurso emocionado e denuncia ser vítima das 'gangues de internet' - afirma que vai processar Eduardo Bolsonaro

O fato tornou-se público, durante o longo discurso, na noite de ontem (05) na Câmara dos Deputados, da ex-líder do governo Bolsonaro, no Congresso Nacional, quando denunciava as 'baixarias' de que está sendo vítima [conjuntamente com a família], de integrantes da Direita conservadora da qual faz parte assumidamente, mas, ressalta a parlamentar que trata-se de um segmento criminoso, em que ela diz ser "gangues de internet" e que assegura ser esses "criminosos" oriundos de uma 'falsa Direita'.

O JTNews traz aos seus leitores parte do discurso da deputada Joice Hasselmann, por meio da transcrição a seguir:

[...] Eu tenho respeito [ainda] profundo, pelo presidende da República, pela história dele, não concordo com muitas coisas que ele [o Presidente] tá fazendo, com parte da postura do presidente; acho que ele se apequenou em alguns momentos na cadeira, e isso é triste pra mim, por que eu fiz campanha no Brasil inteiro por esse homem, quando comecei a fazer campanha pelo presidente da República, ele tinha 76% de rejeição entre as mulheres [nossas pesquisas internas mostravam isso]; sabe o que é isso? Eu andava por São Paulo as mulheres diziam: 'eu voto em você! Mas naquele homem..." e eu viajei com ele, nós fazíamos eventos com mulheres, começou com meia dúzia de 'gatos pingados', outras... no final da campanha com quinhentas..., mil mulheres... eu subia ao palco, todas juntas comigo e no final subiam pra tirar fotos.

Eu avalizei essa candidatura e esse candidato, e eu quero que o governo dele dê certo. Sabe por quê? Porque é o Brasil, eu vou ajudar em tudo que for correto, mas, não vou tolerar nenhum tipo de afronta, nenhum tipo de crime, nenhum tipo de calúnia [seja ela virtual ou não] de quem quer que seja. Nem do filho do presidente da República [levarei o senhor Eduardo ao Conselho de Ética e à Procuradoria Geral da República].

Se eu conseguir ajudar a frear o caos que está acontecendo eu já fico muito feliz. [...]. Qual foi o meu crime? Discordar uma única vez, uma única vez..., discordar do quê? Discordar de um golpe, discordar do meu Presidente [o homem que eu ajudei a eleger] e que muitas vezes... lembra o meu avô [que na verdade foi o meu pai]. Discordar dele se apequenar, eu discordei dele se apequenar! Se o Presidente olha pra mim e fala: 'carrega essa arma e dispara na minha cabeça eu vou dizer eu não vou fazer isso... mas eu tô mandando! Mas eu não vou fazer! [foi mais ou menos a mesma coisa]'.

Foto: Marcos Corrêa/PRApós ser afastada da liderança do governo no Congresso, Joice sugeriu que família Bolsonaro faz uso de milícia digital e robôs
Ao ser afastada da liderança do governo no Congresso, Joice sugeriu que família Bolsonaro faz uso de milícia digital

Um presidente da República, o homem mais importante e mais poderoso desse País não pode virar lobista de quem quer que seja, de partido que seja, não pode! Por isso eu discordei e eu avisei tá errado presidente! O senhor é maior do que isso não faça, não faça! Não se apequene, o senhor foi eleito pra ser presidente... com todo respeito aos seus filhos, eles não são presidnete. [...].

Meu crime é falar a verdade, meu crime é cumprir a palvra, o meu crime é dizer não, quando eu vejo que há erro, foi o que eu fiz. [...]

Agora..., vocês acham que é só eu que estou passando por isso? Não, Júlia Lemos, escudeiro (sic) leal, andava pra cima e pra baixo com o presidente da República, bateu na minha casa... Júlia Lemos! Bateu na minha casa, com o presidente pela mão, pra me convidar, pra sair candidata! Pegou um avião foram pro Nordeste, não era nem minha casa em SP, não... [era no Nordeste, no Piauí]... eu disse ao presidente à época, a um candidato ainda nem tão favorito assim, vem comer um pão de queijo aqui em casa rapaz, e ele foi lá [no Piauí]...

Já a Folha de S.Paulo trouxe ampla exposição acerca dos fatos denunciados pela parlamentar pelo Estado de São Paulo, entretanto não destacou o fato de que a deputada Joice deu o aceite ao presidente Bolsonaro aqui em Teresina no Estado do Piauí, pois é sabido que a polêmica líder política de São Paulo é casada com médico piauiense de família tradicional e bastante comhecida na capital piauiense.

A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) subiu à tribuna da Câmara na tarde desta terça-feira (5) para atacar o que chamou de “gangue” que comanda “um massacre público” contra ela no “submundo da internet”. 

A deputada afirmou que, hoje, o que existe no país é a “república do Twitter” e a “república da filhocracia”, chorou ao relatar que os ataques chegaram a seus filhos e foi apoiada por integrantes da oposição.

“Nunca fui de me vitimizar, nunca. Mas foi a primeira vez que eu realmente me senti vítima do mais sujo machismo, do mais sujo machismo: encomenda de dossiês falsos, montagens. A minha família não vai passar por isso. Eu não vou permitir. Não tivessem mexido com a minha família, talvez eu até amenizasse, mas não o farei”, afirmou.

Ex-líder do governo Jair Bolsonaro (PSL) no Congresso, Joice disse que, na semana passada, seu filho mais novo, de 11 anos, perguntou por que ela estava sendo atacada na internet. A deputada tornou-se alvo preferencial do clã Bolsonaro nas redes sociais desde que foi destituída do posto.

“Mãe, por que estão chamando a sra. de porca na internet? Por que estão chamando a sra. de pig? Não foi a sra. que ajudou tanto esse governo?”, afirmou Joice, chorando.

“Vou dizer a vocês que essas lágrimas não são por mim porque minha história é de uma guerreira, mas meu filho de 11 anos recebendo montagens minhas, com meu rosto e o corpo de uma prostituta, com o meu rosto e um corpo deformado nu, isso não vou admitir”, emendou.

Numa referência à família Bolsonaro, Joice afirmou que “não vai ter homem, com mandato ou sem mandato, deputado, senador ou presidente, seja o que for, que vai fazer isso com a minha família”.

Fonte: JTNews, com informações da Câmara dos Deputados e da Folha de S.Paulo

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