Janot afirma que foi armado ao STF para matar Gilmar Mendes e depois se suicidar

Em entrevista, o ex-procurador-geral da República conta que, no ápice da Lava-Jato, foi armado ao STF para matar o ministro

Rodrigo O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot disse que, no momento mais tenso de sua passagem pelo cargo (2013-2017), chegou a ir armado a uma sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) com a intenção de matar a tiros o ministro Gilmar Mendes.

“Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele (Gilmar) e depois me suicidar”, afirmou Janot em entrevista publicada nesta quinta-feira (26) pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Foto: Divulgação STFJanot
Rodrigo Janot foi procurador-geral da República de 2013 a 2017

Em maio de 2017, a Operação Lava-Jato estava atingindo seu ponto mais alto. No dia 11 daquele mês, o então procurador-­geral da República, Rodrigo Janot, o chefe da operação em Brasília, foi a uma sessão do STF decidido a executar o ministro Gilmar Mendes.

O plano dele era dar um tiro na cabeça do ministro e depois se matar. A cerca de 2 metros de distância de Mendes, na sala reservada onde os ministros se reúnem antes de iniciar os julgamentos no plenário, Janot sacou uma pistola do coldre que estava escondido sob a beca e a engatilhou.

Segundo o ex-procurador-geral, logo depois de ele apresentar uma exceção de suspeição contra Gilmar Mendes, em 8 de maio de 2017, o ministro espalhou “uma história mentirosa” sobre sua filha. “E isso me tirou do sério”, disse.

Ao se defender em ofício à então presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, Gilmar afirmou que a filha de Janot –Letícia Ladeira Monteiro de Barros– advogava para a empreiteira OAS em processo no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Segundo o ministro, a filha do ex-PGR poderia na época “ser credora por honorários advocatícios de pessoas jurídicas envolvidas na Lava Jato”.

“Foi logo depois que eu apresentei a ação (…) de suspeição dele no caso do Eike. Aí ele inventou uma história que a minha filha advogava na parte penal para uma empresa da Lava Jato. Minha filha nunca advogou na área penal… e aí eu saí do sério”, afirmou o ex-procurador-geral.

O ex-procurador-geral da República diz que sua relação com Gilmar já não era boa até esse episódio, mas depois cortou contatos. “Eu sou um sujeito que não se incomoda de apanhar. Pode me bater à vontade… Eu tenho uma filha, se você for pai…”, afirmou.

Fonte: O Estadão

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