Governador do Piauí é destaque nas "páginas amarelas" da Revista Veja

Wellington Dias (PT), em entrevista exclusiva para a revista nacional, comentou sobre o atual governo, sobre a atuação do seu partido e negou ser a favor do impeachment caso não surja prova concreta

O Governador do Estado do Piauí, Wellington Dias (PT), foi o destaque das "páginas amarelas" [espaço nobre da imprensa..., que já deu voz a 2.719 personalidades importantes] da Revista Veja, de circulação nacional, desta semana.

Foto: ReproduçãoGovernador do Piauí, Wellington Dias (PT) foi destaque da Revista Veja da semana
Governador do Piauí, Wellington Dias (PT) foi destaque da Revista Veja da semana

Em entrevista exclusiva, Dias comentou sobre o governo Bolsonaro, o PT e sua proximidade com o ex-presidente Lula e não escondeu o entusiasmo diante da perspectiva do PT voltar ao Palácio do Planalto em 2023.

Por estar à frente do Consórcio Nordeste, grupo que reúne os estados da região, Dias afirma que a pressão dos governadores acelerou a vacinação no país, indo em contraposição à política do governo federal que ele avaliu na entrevista como “desastrosa”. Separamos os principais trechos:

E sobre o governo Bolsonaro?

 Além dos problemas no combate à pandemia, o que precisamos hoje na política é de diálogo. Na área econômica, não é possível acreditar apenas no livre mercado. Há necessidade de ter um plano, uma presença forte do governo estimulando o setor privado para que a gente tenha chance. O país está dependendo das commodities muito mais do que antes. Commodities que, sob o ponto de vista econômico, geram crescimento, mas não muito emprego e renda. Também estamos estragando nossas relações internacionais, metendo-nos o tempo todo em assuntos impróprios. A imagem do Brasil no exterior é péssima, especialmente por causa da política ambiental, da questão indígena, da forma como tratamos a segurança. O armamento vai na contramão da história. Em resumo: o governo é muito ruim.

Defender o impeachment do presidente Bolsonaro é uma estratégia correta?

Compreendo que a democracia prevê a figura do afastamento de um presidente da República, mas não podemos banalizar o instrumento do impeachment. Ou existe uma prova muito concreta, robusta, ou temos de respeitar a soberania da vontade popular. No caso de Bolsonaro, na minha opinião, ainda não há uma comprovação que permita o impeachment. Não duvido que venha a surgir. Se tiver desvios, especialmente nesse caso da Covaxin, aí muda tudo. Se o remédio necessário for o impeachment, vamos usar. Mas não podemos levar o país a aventuras.

Hoje o PT critica a aliança que o governo fez com o chamado Centrão, mas o partido fez a mesma aliança quando estava no poder.

Em todos os lugares do mundo você governa com os partidos que ajudaram a construir a vitória. Qualquer presidente precisa confiar a composição de um governo a um conjunto de líderes. Evidentemente, o ideal é que as escolhas priorizem afinidade, conhecimento e experiência nas áreas de atuação. Fui governador entre 2003 e 2010, período em que Lula foi presidente. Vi de perto a capacidade dele de dialogar, construindo uma maioria no Congresso que permitiu a aprovação de projetos importantes. O que não pode é submeter o país a qualquer caminho que seja prejudicial ao interesse da população.

O senhor considera que as escolhas foram adequadas nos governos petistas?

Tanto foram adequadas que isso foi o que gerou problemas, principalmente na gestão da presidenta Dilma. O conflito que ela enfrentou tinha a ver com determinados anseios de aliados que queriam indicação em determinadas áreas que não foram atendidas.

O senhor faz muitos elogios ao governo Lula, mas pouco fala sobre o governo Dilma, que foi destituída por um processo de impeachment.

Dilma foi uma presidenta honesta, uma presidenta com elevado espírito público. Em 2009, eu avaliava que não seria uma tarefa fácil substituir um dos maiores presidentes da história deste país. Havia a necessidade de ter alguém que tivesse uma experiência maior em relação à política. Dilma foi eleita para o primeiro mandato e seguiu o programa daquele primeiro mandato. Em 2014, havia a oportunidade de uma alternância, mas o Lula nunca sugeriu isso a ela. Foi aí que começaram os problemas.

** Todas as perguntas foram publicadas na VEJA na edição que será veiculada com data de 21 de julho de 2021, edição nº 2747 

Fonte: JTNEWS com informações da Revista Veja

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