Falas do governo sobre China afetam liberação de insumos, diz Butantan

O diretor do instituto diz que até 14 de maio entregarão um lote que totaliza 5 milhões de doses, e que depois dessa data pode faltar insumos

O Instituto Butantan informou que pode atrasar entregas de doses da CoronaVac, vacina contra COVID-19 do laboratório chinês Sinovac, ao Ministério da Saúde por falta do IFA (insumo farmacêutico ativo) importado da China.

Foto: DivulgaçãoVacina CoronaVac
Vacina CoronaVac

Dimas Covas, diretor do instituto, disse em entrevista à imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (6/5) que há demora na autorização de envio dos materiais pelo governo chinês. “Todas as declarações neste sentido têm repercussão. Nós já tivemos um grande problema no começo do ano e estamos enfrentando de novo esse problema”, afirmou.

O diretor do instituto diz que até 14 de maio há compromisso de entrega de um lote que totaliza 5 milhões de doses, e que depois disso não haverá mais matéria-prima para processar o imunizante. “Pode faltar [insumos]? Pode faltar. E aí nós temos que debitar isso principalmente ao nosso governo federal que tem remado contra. Essa é a grande conclusão”, disse Covas.

Nessa  quarta-feira (5/5), Bolsonaro insinuou em discurso que o Coronavírus, causador da COVID-19, pode ter sido criado em laboratório como parte de uma “guerra química” e referiu-se à China de maneira oblíqua.

Covas acrescentou ainda que há várias informações mentirosas e mirabolantes no discurso do presidente, e disse que a OMS fez uma auditoria e deixou claro as condições de surgimento desse vírus. “E outro ponto, a China fez o que o Brasil não fez, a China controlou o vírus”.

O Governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), fez críticas à falta de diplomacia do governo brasileiro em relação a China. “Diante de uma pandemia, o insumo da principal vacina que vai no braço dos brasileiros vem da China, o mal estar provocado por sucessivas declarações desastrosas do ministro da Economia Paulo Guedes e agora do presidente da República Jair Bolsonaro, e o Ministério das Relações Exteriores silencia”, disse o governador.

João Doria também comentou sobre a situação nas redes sociais. “Registro profunda preocupação com sucessivas manifestações de ataques à China e ao povo chinês, pelo ministro Paulo Guedes e o presidente Bolsonaro, as declarações desastrosas impactam na liberação dos insumos para produção das vacinas contra COVID-19 no Brasil” finalizou Doria.

Fonte: JTNEWS com informações do Poder 360

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