EUA proíbem qualquer transação com o Banco Central da Rússia

Nesta segunda-feira (28/02), a cotação do rublo desabou e registrou valores mínimos em relação ao dólar e ao euro

Os Estados Unidos proibiram todas as transações com o Banco Central da Rússia, anunciou o Departamento do Tesouro, uma sanção de efeito imediato e de uma gravidade sem precedentes tomada em coordenação com vários aliados de Washington, em resposta à invasão da Ucrânia.

Foto: NATALIA KOLESNIKOVA/AFPSede do Banco Central da Rússia no centro de Moscou
Sede do Banco Central da Rússia no centro de Moscou

"Esta decisão tem o efeito imobilizar todos os ativos que o Banco Central da Rússia tem nos Estados Unidos ou que estão nas mãos de cidadãos americanos", afirma um comunicado, o que limitará consideravelmente a capacidade de Moscou para defender sua moeda e apoiar sua economia.

Moeda russa sofre desvalorização recorde

Nesta segunda-feira (28/02), a cotação do rublo desabou e registrou valores mínimos em relação ao dólar e ao euro, devido às sanções impostas pela invasão russa da Ucrânia, e o mercado financeiro se manteve fechado.

O rublo era negociado a 100 unidades por dólar nesta segunda-feira, contra 83,5 na quarta-feira da semana passada (23), último dia de registro de uma taxa de câmbio oficial, antes da invasão da Ucrânia. Em relação ao euro, a moeda russa tinha cotação de 109,40 por euro contra o nível anterior de 93,5.

As negociações foram suspensas depois de ultrapassarem os limites permitidos nas operações. Para defender a economia e a moeda nacionais do impacto das sanções ocidentais, o Banco Central da Rússia anunciou, em um comunicado divulgado nesta segunda-feira (28) , que elevará sua taxa básica de juros em 10,5 pontos percentuais, a 20%.

"O Banco da Rússia tomará novas decisões sobre a taxa básica com base em uma avaliação dos riscos associados às condições externas e internas e na resposta dos mercados financeiros a esses riscos", afirmou a instituição em um comunicado.

Antes de sua abertura, o órgão regulador informou que havia estabelecido tetos - 90 rublos por um dólar e 101,19 rublos por um euro - que, se ultrapassados, levariam à suspensão das negociações. Estes limites foram superados nos primeiros segundos da sessão da Bolsa.

Bolsa de Moscou segue fechada

Diante desta tendência, as autoridades mantiveram o mercado financeiro fechado, temendo uma queda livre dos títulos das empresas russas.

Nas ruas de Moscou e São Petersburgo, os russos manifestaram preocupação com suas economias. Até o momento, registra-se um aumento do fluxo de clientes às agências bancárias, o qual não se configura ainda como uma corrida em massa para retirada de depósitos.

"Sabia que teria gente aqui. Quero sacar dinheiro. Guardar em casa é mais seguro. Ninguém sabe o que vai acontecer", comentou Svetlana Paramonova, de 58 anos, em entrevista à AFP em São Petersburgo.

Estados Unidos, União Europeia e outros países anunciaram que vão excluir alguns bancos russos do sistema internacional de pagamentos bancários Swift e de qualquer transação com o Banco Central da Rússia.

Antes das sanções ocidentais e da invasão da Ucrânia, a inflação já estava em forte alta na Rússia, o que obrigou o BC a aumentar sua taxa de juros várias vezes. Neste contexto, o Kremlin informou que o presidente Vladimir Putin trabalha, nesta segunda-feira, na resposta econômica às grandes sanções internacionais impostas ao país.

Fonte: JTNEWS com informações do Uol Notícias

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